quinta-feira, 30 de agosto de 2012


ANIVERSÁRIO DAS EBD'S DE SETEMBRO:
  • 02/09: Rosa do Janga I e Mutirão V
  • 16/09: Multirão II e Maria Farinha
  • 23/09: Rosa do Janga V
  • 30/09: Beira Mar I
PARTICIPE!!!

Parabéns aos aniversariantes do Mês de Setembro:

       13/09: Professora Maria da Guia (Vila Esperança)
16/09: Dirigente Jailton Petra (Vila Esperança)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

VÍDEO AULA DA LIÇÃO 10 POR DR AFONSO CARAMURU

Pré Aula_Lição 10: A Perda dos bens terrenos

Aula prévia referente a Lição 10: A Perda dos bens terrenos do 3º Trim. 2012. para preparação dos Professores da EBD durante a semana anterior a ...



Lição 10 - A perda dos bens terrenos

Aula ministrada pelo Ev.Hildebrando Suhr para a EBD da Assembleia de Deus em Curitiba. Acesse: www.assembleiadedeus.org.br



QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 10



QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 10, A PERDA DOS BENS TERRENOS
Responda conforme a revista da CPAD do 3º Trimestre de 2012
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"__Nu__ saí do ventre de minha mãe e __nu__ tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o __tomou__; bendito seja o nome do SENHOR" (Jó 1.21).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Ainda que __percamos__ todos os nossos bens, continuaremos a __desfrutar__ de nosso __bem__ maior: CRISTO JESUS nosso Senhor.
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
3- Num mundo materialista quase não há espaço para encarar o que?
(    ) A realidade das perdas humanas.
(    ) Até mesmo alguns crentes parecem viver o mundo encantado das "vitórias e conquistas" a qualquer preço.
 
4- Quais são algumas consequências naturais da vida, inclusive dos que seguem a CRISTO?
(    ) Perder filhos, imóveis e dinheiro.
 
5- Como devemos nos comportar diante de acontecimentos, tais como perder filhos, imóveis e dinheiro? Complete:
"A verdadeira fé não se mostra nas __bênçãos__ que recebemos, mas na __resignação_ ante a soberania divina, mesmo quando __perdemos__ o que Ele nos deu".
 
I. JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS
6- A Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo temor a DEUS (1.1). Era bom patrão, bom esposo e um pai sempre presente e preocupado com a vida espiritual e social dos filhos (1.5). O que aconteceu com seu gado e rebanho?
(    ) De repente, num só dia, ele viu todo seu gado e rebanho esvair-se.
(    ) Os mensageiros, um a um, vieram trazer-lhe as inesperadas e funestas notícias (1.14-16).
 
7- A Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo temor a DEUS (1.1). Era bom patrão, bom esposo e um pai sempre presente e preocupado com a vida espiritual e social dos filhos (1.5). O que aconteceu com seus servos? Complete:
Além de bois, camelos e ovelhas, os servos de Jó também tiveram suas vidas __ceifadas__, como depreendemos dos versículos 15 a 17: "Aos moços feriram ao fio da __espada__"; "fogo de DEUS caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu"; "e aos moços feriram ao fio da espada". Antes de findar o dia, a maioria dos __funcionários__ de Jó havia sido dizimada.
 
8- A Bíblia descreve Jó como um homem íntegro e que cultivava uma vida de profundo temor a DEUS (1.1). Era bom patrão, bom esposo e um pai sempre presente e preocupado com a vida espiritual e social dos filhos (1.5). O que aconteceu com seus filhos? Complete:
O mensageiro não havia ainda terminado de narrar os recentes __sinistros__ a Jó, quando um outro apareceu com uma notícia ainda mais __trágica__: "Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e __morreram__" (v.19).
 
9- Num só dia fora privado dos bens, dos funcionários e dos filhos! Qual foi a reação de Jó?
(    ) Rasgou o manto, rapou a cabeça e sofreu a angustia natural de um pai que acabara de perder todos os filhos; do patrão que ficara sem os funcionários e do homem rico reduzido à extrema pobreza.
(    ) Contrariando a reação da lógica humana, Jó, prostrado, adorou a DEUS (1.20).
(    ) Devemos, a exemplo de Jó, reconhecer a grandeza e a soberania de DEUS no processo da perda, ainda que soframos duramente com ela (1.21).
 
II. A PERDA DOS BENS
10- Por intermédio de uma vida imediatista, alguns cristãos, em momentos de perdas significativas, têm dificuldades de confiar em DEUS. A exemplo de Jó, como devemos reagir diante da perda de bens de ordem material?
(    ) Quando se perde bens materiais, seja por causa de uma administração deficiente, por roubo ou devido à traição de pessoas que pareciam amigas, parece que o chão se abre e tudo vem abaixo.
(    ) Para lidar com tais questões não há receitas nem manuais.
(    ) O que temos é a promessa viva e real de JESUS (Mt 6.33).
(    ) Acalme seu coração! E, em CRISTO, recomece com fé e coragem!
 
11- Quais as nossa reações diante de perda afetivas? A exemplo de Jó, como devemos reagir diante da perda de bens de ordem afetiva? Complete:
Ser preterido no namoro, ou no noivado, é um processo __angustiante__. Perder os pais, por mais que seja algo esperado, não deixa de ser __doloroso__ para o ser humano. Sepultar o cônjuge é dilacerante para a __alma__. Enfrentar a separação no casamento, principalmente por adultério, é como sofrer a __amputação__ de um membro do corpo. A dor finca suas estacas no âmago do nosso ser, __traumatizando__-nos violentamente (Sl 42.11; 142.7). Devido ao apego emocional e sentimental que temos por nossos familiares e por aqueles que nos cercam, as perdas de ordem afetiva trazem pavor e __sofrimento__ ao nosso coração. Por isso, ficamos sem direção e mostramo-nos __inconformados__. É nessa hora que a nossa saúde __psíquica__ é comprometida, podendo, inclusive, comprometer-nos a vida __espiritual__ e social (1 Rs 19.9,10). Por isso, não podemos nos esquecer do socorro __divino__. Sem Ele, desmoronamo-nos.
 
12- Quais as nossa reações diante de perda de ordem espiritual? A exemplo de Jó, como devemos reagir diante da perda de ordem espiritual? Complete:
Uma vez que a saúde __emocional__ está comprometida, a crise espiritual rapidamente se __instaura__. O crente desenvolve um sentimento de __inércia__ para buscar a DEUS. Ele não vê fundamento algum para viver, e acaba desejando a própria __morte__ (1 Rs 19.4). Não podemos ignorar a seriedade do assunto. Se as perdas existenciais na vida do cristão não forem tratadas bíblica e equilibradamente, certamente haverá consequências __graves__. Assim, um bom começo para superarmos as perdas e angústias é __lançar__ sobre o Senhor todas as nossas ansiedades, por que Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7,9).
 
III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS
13- Como é a graça de DEUS para conosco em meio às nossas aflições?
(    ) O coro do hino 205 da Harpa Cristã é bem significativo: "Graça, graça/ A mim basta a graça de DEUS: JESUS/ Graça, graça/ A graça eu achei em JESUS".
(    ) Num momento de grande angústia, Paulo clamou ao Senhor, rogando-lhe que lhe removesse um espinho que o incomodava intensamente.
(    ) JESUS, porém, limitou-se a responder-lhe: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Co 12.9).
(    ) O apóstolo, então, passa a entender que a sua força está na fraqueza, pois o poder de CRISTO aperfeiçoa-se justamente em nossas debilidades.
(    ) A graça de DEUS é insondável, infinita e incomensurável! Essa graça resgatou-nos. E de tão completa, ela nos basta por si mesma.
 
14- Como é amor de DEUS para conosco em meio às nossas aflições?
(    ) A graça de DEUS é fruto do seu amor por nós.
(    ) Sua graça é real na vida de todos os que recebem a CRISTO como o seu Salvador.
(    ) O Pai conhece a dimensão do nosso sofrimento e importa-se com cada um de nós.
(    ) A maior prova disso está no fato de que Ele ofereceu o seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16).
(    ) Sim, Ele entregou seu precioso Filho por amor a nós. Seja qual for a sua perda, sinta-se amado por DEUS.
(    ) Esse amor é poderoso para preencher todo o vazio e solidão que nos ameaça destruir.
(    ) Como o apóstolo do amor, podemos dizer: "Nós o amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19).
 
15- DEUS intervém na história, em meio às nossas aflições?
(    ) Servimos a um DEUS que, em graça e amor inefáveis, intervém na história humana.
(    ) Ele interveio na tragédia existencial de Jó.
(    ) Depois de um longo período de perdas, angústias, dores e sofrimentos indescritíveis, o patriarca foi miraculosamente restaurado, enquanto orava por seus amigos (Jó 42.10a).
(    ) Não desista da sua existência! Busque a DEUS em oração.
(    ) Ele não tarda em socorrer-nos.
(    ) DEUS  entrará com providência em sua história. Ele não se esqueceu de você.
 
CONCLUSÃO
16-Complete:
Podemos perder tudo nessa vida - casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades, __relacionamentos__, pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria __saúde__. Mas, apesar de todos os infortúnios, continuamos a __crer__ no Evangelho de CRISTO, pois Ele é o nosso baluarte e fortaleza. Nele, as perdas redundam em __ganhos__ eternos, conforme afirma o profeta Habacuque: "Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me __alegrarei__ no Senhor, exultarei no DEUS da minha __salvação__. Jeová, o Senhor, é minha força" (Hc 3.17-19a). Alegre-se, pois, em DEUS e __caminhe__ sem temor!

lição 10 comentada pelo Pr Altair germano


A PERDA DOS BENS TERRENOS: LIÇÕES DE VIDA APRENDIDAS COM A EXPERIÊNCIA DE JÓ


Quando se trata de grandes perdas, ninguém é melhor do que Jó, na condição de personagem bíblico, para extrairmos grandes exemplos.
Jó, morador de Uz, nos é apresentado como o perfil de um homem religioso e íntegro. Sinceridade, retidão, ética e temor a Deus norteavam a sua vida (Jó 1.1).
Casado, pai de sete filhos e três filhas, possuidor de muitos bens e empregados, a Bíblia nos informa que no Oriente ninguém era maior do que Jó em riquezas (1.2-3).
As posses terrenas não mudaram a maneira de Jó se conduzir diante de Deus e dos homens. Há pessoas que quando passam a conquistar bens e melhorar financeiramente mudam de conduta, se tornam arrogantes, orgulhosas e incrédulas. Sim, as riquezas materiais já afastaram muita gente de Deus, já influenciaram negativamente o caráter e a comportamento de muitos.
Diante dos grandes banquetes promovidos por seus filhos, com bastante comida e bebida, Jó se colocava diante de Deus numa atitude intercessória, com holocaustos, pois dizia: “Porventura pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração”. Essa atitude de Jó era contínua (1.4-5).
Dos versículos 6 ao 12 temos a narrativa bíblica de um fato envolvendo Deus e Satanás, que diferentemente das interpretações descabidas de alguns, não se trata de uma disputa, mas de uma permissão divina com um propósito bem específico, que mais adiante comentaremos.
AS PERDAS MATERIAIS DE JÓ
Dos versículos 13 ao 17 o texto descreve a perda dos bens materiais de Jó:
E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito, que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova. Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova. Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.
Somente quem já vivenciou catástrofes e outras circunstâncias adversas, que resultaram na perda de casas, móveis, roupas, animais e outros bens, pode descrever com exatidão o sentimento experimentado. Contemplar a destruição, o roubo, o saque, ou qualquer outra ação contra o nosso patrimônio material é algo bastante difícil.
AS PERDAS AFETIVAS DE JÓ
Os versículos 18 e 19 narram a trágica morte de seus amados filhos:
Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.
O que falar da morte de um filho, algo que vai contra a própria natureza, onde se espera que os pais partam primeiro para a eternidade? Quando um filho nosso adoece ou sofre algum tipo de acidente, isso já é motivo de certa aflição, mas quando morre, quando a fatalidade ceifa a sua vida, penso não haver palavras para descrever a dor. Nessas horas somente a graça de Jesus nos sustenta, conforta e consola.
Jó, diante da notícia da morte de seus filhos, não apenas manifestou o seu sofrimento através do rasgar do seu manto e do raspar da cabeça, mas em meio às calamidades adorou a Deus (1.20), e disse:
Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. (Jó 1.21-22)
A PERDA DA SAÚDE FÍSICA
Além dos bens materiais e dos filhos, a saúde física de Jó foi também atingida, e isso através de uma chaga maligna que lhe assolou desde a planta do pé até ao alto da cabeça (2.1-7). Essa condição agora provocou um ato de desespero por parte de sua mulher, que entendeu ser a morte a melhor saída para o estado deplorável em que o seu marido se encontrava (2.9-10). Por um lado Jó teve que lidar com o falar de sua mulher, e no outro extremo, com o silêncio atônito de seus amigos (2.11-13).
A PERDA DO EQUILÍBRIO EMOCIONAL
Apesar de íntegro e temente a Deus, Jó era tão humano quanto nós. As pressões decorrentes das perdas dos bens materiais, dos servos, dos filhos e da saúde, desencadearam em Jó uma reação emocional muito forte, manifesta em palavras que expressam sentimentos entorpecidos e conturbados. Em sua verbalização emocional, Jó:
- Amaldiçoa o dia em que nasceu (3.1-10)
- Questiona não ter morrido no próprio ventre de sua mãe, ou por ocasião do seu nascimento (3.11-19)
- Expressa claramente seus sentimentos, sua dor, sua amargura, seu desânimo e desejo de morrer, características de uma crise depressiva (3.20-24)
- Revela os seus temores ocultos (3.25-26)
O PROPÓSITO DE DEUS NAS PERDAS DE JÓ
Como dissemos no início, todo o sofrimento de Jó não causado por uma mera disputa entre Deus e Satanás. Havia um propósito nobre.
Jó, o homem religioso e íntegro precisa de uma experiência real e pessoa com Deus, conhecê-lo não apenas intelectualmente ou religiosamente, mas experiencialmente. Da mesma forma que Jó, há muitas pessoas que vivem a sua religiosidade e em integridade moral, mas não conhecem a Deus pessoalmente.
Após os diálogos narrados entre Jó, seus amigos e Deus, Jó cresce no conhecimento do poder e da soberania de Deus (42.1-2). Mais ainda, Jó descreve a sua própria experiência com o Senhor:
Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.(42.5)
Quanto mais conhecemos a Deus, mais clara será a percepção de nossa própria condição de indignos e falhos seres humanos, carentes plenamente da graça e do amor do Pai celestial.
Por mais que questionemos os métodos ou caminhos de Deus, precisamos por fé, entender que são os melhores. Por fim, depois de tantas experiências que resultaram num relacionamento real, pessoal e íntimo com o Senhor, o cativeiro de Jó foi mudado:
E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. Também teve sete filhos e três filhas. (Jó 42.10-13)
O Senhor, que permite as calamidades em nossas vidas, é o mesmo que tem poder para confortar a nossa alma, e nos restituir as perdas. Ele é soberano e dono de tudo!
Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Entender isso não é tarefa muito simples. Crer nisso, éessencial. É uma questão de fé!

sábado, 25 de agosto de 2012



comentário da lição 9 " A angustia da dividas"


Adj. da area da praia Eliel Barbosa


segunda-feira, 20 de agosto de 2012


A ANGÚSTIA DAS DÍVIDAS
Texto Áureo: Sl. 128.1,2 – Leitura Bíblica: I Tm. 6.7-12

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
As dívidas podem se tornar motivo de aflição para o cristão, e muitas vezes, de angústia. Estudaremos, na aula de hoje, a respeito do tratamento cristão no tocante ao dinheiro. A princípio, mostraremos como a Bíblia, no Antigo e Novo Testamento, aborda o dinheiro. Em seguida, destacaremos o perigo do endividamento e a angústia dele resultante. Ao final, apresentaremos encaminhamentos para a administração dos recursos financeiros que evitem as dívidas.

1. O DINHEIRO NA BÍBLIA
O dinheiro, no Antigo Testamento, era resultando da fundição de metais, o principal deles a prata (Gn. 42.25). O siclo de prata, de acordo com a legislação mosaica, era o valor para resgate de um israelita do sexo masculino (Ex. 30.13), também para compensações e multas (Ex. 21.23; Lv. 5.15; Dt. 22.19,20). Nos tempos do Novo Testamento circulavam quatro tipos de dinheiro: em forma de moedas (romanas), moedas antigas (gregas), moedas judaicas (de Cesaréia) e moedas de bronze. Essa diversidade de moedas fazia com que houvesse necessidade de cambistas, alguns deles se instalavam no templo em Jerusalém. Essa prática favorecia a desonestidade, por esse motivo, Jesus expulsou os cambistas do templo (Jo. 2.15; Mt. 21.12; Mc. 11.15; Lc. 19.45). O tratamento dado ao dinheiro, e as riquezas em geral, no Antigo e Novo Testamento, é diferenciado. No Antigo Testamento, ter dinheiro, riqueza e/ou propriedade, era sinônimo de benção divina. A prosperidade era compreendida como benção de Deus, mas sua utilização tinha uma dimensão ética. Por isso Ezequiel questiona o príncipe de Tiro quando esse se vangloria ao dizer “eu me enriqueci” (Ez. 29.3). Mesmo no Antigo Testamento não é correto desejar as riquezas, considerando que o Senhor destacou que Salomão foi distinto ao não pedir “uma vida longa nem riquezas” (I Rs. 3.11). Não é certo requerer riqueza de Deus, por isso, destaca o sábio: “Não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário” (Pv. 30.8). No Novo Testamento, Jesus é crítico em relação ao acumula das riquezas (Mt. 6.19-21). Por isso, quando se encontrou com o jovem rico, orientou para que esse entregasse seus bens materiais aos pobres (Mt. 19.16-22). Em uma de suas epístolas a Timóteo, Paulo o orienta em relação ao perigo de amar as riquezas: “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se transpassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm. 6.9,10).

2. A ANGÚSTIA DAS DÍVIDAS
Essas orientações bíblicas coadunam-se perfeitamente à realidade do mundo moderno, que colocou o dinheiro acima do próprio Deus, ou melhor, dobrou-se diante do deus Mamom (Mt. 6.24), atualmente denominado de Mercado. A fim de adquirir adeptos, Mamom precisa de uma doutrina, e essa se propaga com o título de consumismo. Aqueles que amam o dinheiro nunca conseguem encontrar satisfação, até o momento que percebem que isso não passa de vaidade (Ec. 5.10). O desejo de querer sempre mais está destruindo a natureza, e por extensão as pessoas. Ninguém consegue realização plena, pois a propaganda, a serviço do consumismo, motiva as pessoas a descartarem o que acabaram de adquirir, a fim de comprarem algo que acabou de ser lançado. Existem, atualmente, três teologias com P que se propagam na sociedade evangélica: a da prosperidade, a da privação e a da provisão, somente esta última tem o respaldo bíblico. Jesus prometeu suprir as nossas necessidades, não as nossas vaidades, a teologia bíblica é a do contentamento (Hb. 13.4,5), ainda que essa nada tenha a ver com falta de diligência ou comodismo. Cada família precisa fazer os apontamentos necessários a fim de evitar o endividamento. É muito bom ter crédito, melhor ainda é não precisar utilizá-lo. O livro de Provérbios está repleto de conselhos que orientam a respeito das consequências das dívidas (Pv. 1.13-15; 17.18; 22.26,27; 27.13). Fazer empréstimos não é uma prática recomendada na Bíblia (Pv. 22.7), somente quando for realmente necessário, e avaliando as condições para fazê-lo (Rm. 13.8). Em meio a essa sociedade que valoriza mais o ter do que o ser, devemos saber que o valor de uma pessoa não consiste em seus bens (Lc. 12.15). A doutrina da prosperidade acima de qualquer custo é diabólica (Mt. 4.8,9), o príncipe deste século deseja que as pessoas se tornem escravas dos padrões deste mundo (Jo. 16.11; Rm. 12.1,2).

3. SAÍNDO DO VERMELHO
Para não entrar na circulo viciosa dessa sociedade consumista, e não se tornar escravo do endividamento, que resulta em angústias, é preciso avaliar bem antes de fazer compras, seria interessante fazer algumas perguntas antes: essa compra é uma necessidade ou apenas um desejo? Será que tenho condições de sanar essa dívida, poderia fazê-lo agora sem depender de crédito? Já comparei o preço desse objeto com outros? Já orei? Estou em paz diante de Deus para fazer essa compra? Essa compra tem a ver com o propósito que Deus tem para mim? Meu cônjuge concorda com essa aquisição? A administração dos recursos financeiros é fundamental para que a família viva em paz. Para tanto, alguns princípios devem ser levados em conta: 1) Contentamento – Deus é o dono de tudo (Sl. 50.12), mas isso não quer dizer que podemos sair por ai utilizando o cartão de crédito sem critérios; Deus é o provedor do necessário, não do desnecessário (Dt. 8.17,18); o desejo dEle é que estejamos contentos com Sua provisão (Fp 4. 12,19); descanse  no Senhor, independentemente da sua condição financeira, na riqueza ou na pobreza (Hb. 13.5); 2) Autocontrole – esteja atento ao fato de que nem tudo nos pertence (Ag. 2.8), por isso, tenha cuidado para não cultivar a ganância (Lc. 12.15), estabeleça metas em relação às finanças e resista à tentação do consumismo (II Co. 5.9; 10.13); 3) Mordomia – planeje o orçamento, não gaste mais do que ganha, e não se esqueça do compromisso com a obra do Senhor (Ml. 4.10; Lc. 11.42; I Co. 16.2; II Co. 8.3; 9.7), guarde parte do que ganhou, isso não quer dizer acumular, mas reservar para os percalços, aos quais todos nós estamos sujeitos (Pv. 13.11), e principalmente, esteja atento às necessidades dos outros (Pv. 19.17; Rm. 12.13); e 4) Oração – nossas orações refletem as intenções do coração, por isso, tenhamos o cuidado de pedir o que é da vontade de Deus (I Jo. 5.14; Mc. 14.36; Fp. 4.6,7).

CONCLUSÃO
Os cristãos não estão livres da angústia das dívidas, e nem sempre elas são resultantes de má administração dos recursos. Mas é preciso ter cuidado para não entrar no endividamento que implique em problemas familiares e espirituais. Quando as dívidas vierem de precipitações, ore, peça perdão a Deus, arrependa-se, não entre em novos débitos (Fp. 4.19), fuja de situações tentadoras, planeje em relação ao futuro (Lc. 14.28-32), busque conselhos com pessoas experientes (Pv. 15.22), seja diligente nas pequenas coisas (I Ts. 4.1), procure seus credores e converse com eles (Pv. 22.1), ore e não se deixe controlar pela ansiedade (Fp. 4.6) e aprenda a viver contente, independentemente das circunstâncias (Fp. 4.11)

BIBLIOGRAFIA
BARNHILL, J. A. Antes que as dívidas nos separem. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
TARRATACA, L. Como sobreviver à crise financeira. Mogi das Cruzes: AVERBI, 2007.

Amados Professores, é importante que todos compareçam a este grande evento!

Amados irmãos é com pesar que avisamos que o Estudo de Crianças, Jovens e Adolescentes foi encerrado mais uma vez em nossa área por falta da cooperação dos professores de Departamento Infantil, Jovens e Adolescentes. Os amados irmãos terão agora que ir pro Estudo em Abreu e Lima, todo 1° sábado do mês, para constar na frequência também...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012



A Rebeldia dos Filhos - Pr. Altair Germano

12 Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o SENHOR; 13 porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de três dentes em sua mão; 14 e dava com ele, na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si; assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló. 15 Também, antes de queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote, porque não tomará de ti carne cozida, senão crua. 16 E, dizendo-lhe o homem: Queimem primeiro a gordura de hoje, e depois toma para ti quanto desejar a tua alma, então, ele lhe dizia: Não, agora a hás de dar; e, se não, por força a tomarei. 17 Era, pois, muito grande o pecado desses jovens perante o SENHOR, porquanto os homens desprezavam a oferta do SENHOR. […] 22 Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação. 23 E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios. 24 Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR. 25 Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar.” (1 Sm 2.12-17,22-25)
O episódio descrito no texto acima, que envolve o sacerdote Eli e seus filhos, nos serve de alerta, e deve nos conduzir a uma profunda reflexão sobre a maneira como educamos nossos filhos na atualidade.
O versículo 12 nos diz que os filhos de Eli eram filhos de belial (hb. beliya‘al), ou seja, eram praticantes de perversidades, impiedades, malvadezas, atos rebeldes. Eles não conheciam (hb. yadha‘), e aqui significa que não gozavam de um relacionamento pessoal, não tinham experiências com Deus. Assim, como muitos filhos de líderes e pastores nos dias atuais, viviam de uma forma que escandalizavam e desonravam os seus pais.
A primeira forma descrita no texto de seus atos rebeldes era a apropriação ilícita das ofertas (v. 13-17). Temos na atualidade filhos e parentes de pastores que pensam que as ofertas das igrejas são “receitas” que a família pastoral pode administrar como bem pensam. Dessa forma estão multiplicando o patrimônio familiar, e isso em detrimento do crescimento, da manutenção da obra, e da precariedade com que vive os obreiros auxiliares. A família pastoral desfila com carros de última geração, enquanto alguns obreiros nem bicicleta possuem para atender o trabalho. A família pastoral adquire grandes mansões, apartamentos de luxo, terrenos, sítios, fazendas, e os obreiros auxiliares vivem de aluguel, sem perspectivas de melhores condições. A família pastoral ocupa cargos estratégicos na administração da igreja, além de receberem salários diferenciados. Neste caso, o chavão “é necessário viver por fé” só serve para os outros.
A família pastoral é detentora do poder, e quando questionada, logo usa de artifícios para afastar aqueles que lhe são uma ameaça para a vida no “luxo palaciano”. De forma astuta também manipula as massas “crentes”, fazendo-as conformar-se também com a situação precária de vida, usando o discurso de que “é Deus que quer assim”, e impondo terror de “castigo divino” para com aqueles que “tocam no ungido”. Um absolutismo monárquico medieval com privilégios para o “clero” e “nobreza” evangélica contemporânea é vivido abertamente e escandalosamente, e isso para vergonha do evangelho.
Outra prática vergonhosa dos filhos de Eli era a imoralidade sexual (v. 22), manifesta em forma de orgia. Semelhantemente, nos dias atuais há filhos de líderes e pastores que vivem na imoralidade, envergonhando abertamente seus pais. Há caso de práticas sexuais ilícitas de filhos de pastores que são “abafadas”, para não macular a imagem do pai. Dois pesos e duas medidas são também usados na disciplina eclesiástica. Quando se trata dos filhos dos outros a disciplina é dura e sem misericórdia, enquanto os filhos e parentes de alguns pastores recebem disciplina diferenciada, e se são obreiros, em certos casos nem afastados do trabalho são.
Eli, nos informa o texto bíblico, ouvia e sabia dos fatos (v. 22), e até questionava o comportamento dos filhos (v. 23-24), mas não tinha autoridade e força para contê-los, e dessa forma os garotos deitavam e rolavam no ministério.
Como a situação chegou a esse nível? Qual a razão do comportamento inadequado, imoral e rebelde dos filhos de Eli, que se repetem em nossos dias? As respostas para tais questões não devem ser simplistas, pois envolvem muitas possibilidades, onde dentre as principais podemos citar:
Educação permissiva. Há filhos de obreiros que desde cedo “pintam e bordam” na igreja, e não recebem reprovação alguma de seus pais. Pelo contrário, se algum diácono, líder de departamento, professor de escola dominical repreender ou chamar a atenção de seus filhos, podem até perder o cargo. Geralmente são repreendidos publicamente, para que isso sirva de exemplo para os demais que intentam censurar o comportamento de seus filhos.
- Excesso de rigor na criação dos filhos. Há obreiros que são tão duros com os seus filhos, cobrando deles um comportamento acima da média e impondo sobre eles um padrão de “santidade” tão alto (que de santidade não tem nada), que acabam por alimentar um sentimento de revolta, um ódio, uma revolta que mais cedo ou mais tarde se manifestará das mais diversas formas. Quantos filhos de obreiros ignorantes já não foram espancados por jogar bola de gude, empinar pipa, andar de bicicleta e por outras práticas que em nada maculam a moral e a fé do crente. Muitos destes obreiros ainda sofrem de culpa por perceberem o quanto cruéis e radicais foram, por entenderem hoje o mal que fizeram aos seus filhos, muitos destes marcados, desviados e revoltados (Ef 6.4).
Carência afetiva. Beijos e abraços devem fazer parte do cotidiano da relação pais e filhos. Manifestações de afetividade, palavras doces, elogios e reconhecimento fazem bem. As necessidades afetivas não supridas podem desenvolver em nossos filhos sentimentos e comportamentos inadequados, com o propósito de serem notados, percebidos. Uma atitude rebelde pode ser um grito de desespero de quem sofre por falta de carinho e atenção.
- Amizade não construída. Os pais obreiros precisam construir um relacionamento de confiança com os filhos, precisam se tornar os seus melhores amigos, alguém com quem eles possam contar nos momentos mais críticos da vida, nas horas da forte tentação, das dúvidas e das fraquezas. Se não formos os melhores amigos de nossos filhos, podem ter certeza, eles buscarão noutros tal nível de confiança e amizade.
Falta de bom exemplo. Um pai que é obreiro precisa dar exemplo aos seus filhos. Muitos filhos de obreiros são espelhos da conduta irresponsável e desordenada de seus pais. Nestes dias de igreja-empresa, onde muitos pastores se entendem como “donos do negócio”, gestores dos “impérios religiosos pessoais”, há uma multiplicação no preparo dos futuros herdeiros (imagine quem são), que certamente reproduzirão a mentalidade e as práticas de seus pais.
- Ausência ou presença de má qualidade. No outro extremo da falta de exemplo está a ausência dos pais. Já ouvi, e mais de uma vez, filhos de obreiros reclamarem que o pai nunca lhes dedicou tempo e atenção, devotando à igreja tais privilégios, esquecendo-se dos de sua própria casa e família. Ninguém pode cuidar da igreja, sem que antes cuide de sua própria família (1 Tm 3.4-5,5.8). Os pais precisam viver cada fase da vida dos filhos, e se fazer presentes nos momentos mais especiais. Eles só terão uma infância, uma adolescência e uma juventude.
Rebeldia deliberada. Os pais obreiros nem sempre são responsáveis por influenciar negativamente a conduta dos filhos. A parábola do filho pródigo é um claro exemplo disso (Lc 15.11-24). Há pastores que educam os seus filhos conforme os fundamentos da Palavra, que são grandes exemplos de piedade, e mesmo assim os filhos se enveredam por caminhos difíceis, que só causam dor, tristeza e vergonha para os seus pais. As más amizades e companhias, a concupiscência da carne e dos olhos, a soberba da vida, a liberdade de escolha, as astutas ciladas do diabo, são fatores que podem desviar do caminho do bem um filho criado com amor, afeto, cuidado e disciplina na medida certa.
Conclusão
As questões aqui citadas não podem ser generalizadas. Conheço pastores, líderes e obreiros cujos filhos e família são uma bênção para a igreja. comportamento rebelde dos filhos de obreiros são também aplicáveis aos filhos dos demais crentes e membros da igreja.Que na condição de pais possamos ter a consciência tranquila de termos cumprido o nosso papel na educação dos filhos, com palavras e com vida exemplar. Se mesmo assim eles trilharem o caminho da rebeldia, devemos amá-los e apresentá-los a Deus em oração, clamando para que de alguma forma o Pai celestial possa discipliná-los, para que não venham a se perder.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


LIÇÃO 08 - A REBELDIA DOS FILHOS - INÁCIO DE CARVALHO NETO

Texto da leitura bíblica em classe:

12 Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o SENHOR;

- Belial é uma palavra hebraica que, literalmente, significa “sem valor, imprestável”, mas que é aplicada no sentido de iniquidade. Isso significa que os filhos de Eli eram homens maus, obreiros degenerados na casa de Deus, que se aproveitavam da sua posição para obter ganho ilícito e praticar imoralidade sexual (Cf. Fp. 3.17-18).

- O nome “Belial” indicava o próprio Satanás (ver 2Co. 6.15), mas não é possível afirmar se, naquela data tão remota, esse nome já havia adquirido tal significado. Por isso mesmo, algumas versões, como a Revised Standard Version, dizem algo como "homens indignos", dando ao termo uma força adjetivada.

- Há dezenas de referências à expressão “filhos de Belial” na Bíblia (Dt. 13.13; Jz. 19.22; Jz. 20.13; 1Sm.
1.16; 1Sm. 10.27; 1Sm. 25.17; 1Sm. 30.22; 2Sm. 23.6; 1Rs. 21.10,13; 2Cr. 13.7), assim como “homem de
Belial” (1Sm. 25.25; 2Sm. 16.7; 2Sm. 20.1), “torrentes de Belial” (2Sm. 22.5), “palavra de Belial” (Dt.
15.9), “homem de Belial” (Pv. 6.12), “testemunha de Belial” (Pv. 19.28), “conselheiro de Belial” (Na. 1.11)
e simplesmente “Belial” (Jó 34.18; 2Co. 6.15), todas com o sentido de “mal, maldoso, diabólico”.

- Sem importar se os filhos de Eli, Hofni e Finéias, eram inspirados pelo diabo em pessoa, o fato é que aqueles homens eram absolutamente corruptos moral e espiritualmente, e chegaram a praticar iniquidades no próprio Lugar Santo. Eles não tinham nenhuma consideração por Yahweh.

- A lei estipulava que as necessidades de todos os levitas deveriam ser supridas por meio dos dízimos do povo (Nm. 18.20-24; Js. 13.14,33). Os filhos de Eli abusaram de sua posição de sacerdotes para satisfazer sua ganância pelo poder, posses e controle. Seu desprezo e arrogância tanto para o povo como para a adoração enfraqueceram a integridade de todo o sacerdócio.

- Não conhecer o Senhor não é, como se poderia pensar, desconhecer o fato da existência de Deus. Podemos estar certos de que Eli havia treinado seus dois filhos no exercício do sacerdócio, mas eles rejeitaram os esforços do pai, seguindo sua própria vereda pervertida. Os Targuns dizem aqui que eles "não temiam Yahweh". E Kimchi asseverou: "Eles não conheciam o caminho do Senhor", ou seja, não o conheciam na prática,  visto  que  teoricamente o  tinham  aprendido. Trata-se, portanto, do  pecado  de  recusar-se a obedecer ao Senhor, que é a raiz de todo pecado.

- Naqueles dias dos juízes em Israel, havia completo caos moral e espiritual, e cada qual fazia o que lhe parecia melhor, em lugar de obedecer a Deus (ver Jz. 21.25). O próprio sacerdócio havia caído nessa armadilha, pelo que, na pessoa de Samuel estava sendo preparado um juiz e um profeta que haveria de reverter tão indignas condições. Em Samuel, o oficio profético haveria de substituir, em grande medida, o sacerdócio corrupto, servindo como nova e vital força na vida espiritual do povo de Israel.

13 Porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo era que,  oferecendo  alguém  algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com um garfo de três dentes em sua mão;

- Oferecendo alguém sacrifício de holocausto, era requerido que o animal inteiro fosse consumido no fogo, em honra a Deus, nada sendo deixado para os sacerdotes ou para alguma refeição comunal. Quanto a outros sacrifícios de animais, entretanto, certas porções cabiam aos sacerdotes, e certas porções cabiam aos ofertantes (que traziam o animal para ser saciificado) e respectivos familiares. Nesses outros tipos de sacrifício, o sangue era derramado diante de Deus, à base do altar, ao mesmo tempo que a gordura era queimada, dando a entender que Deus aspirava o odor e se satisfazia com o sacrifício (ver Lv. 1.9; 29.18 quanto à idéia do aroma agradável. Ver Lv. 6.26; 7.11-24,28-38; Nm. 18.8 e Dt. 12.17,18 quanto às oito porções das ofertas que ficavam com os sacerdotes).

- Os filhos de Eli, porém, não acompanhavam as instruções dadas a Moisés. Antes, faziam o que bem entendessem, e comiam qualquer porção dos sacrifícios que lhes apetecesse. Pretendendo tomar a parte que lhes cabia por direito, eles ficavam com o que preferissem, e tanto quanto quisessem. No caso das ofertas pacíficas, os sacerdotes tinham direito ao ombro direito e ao peito; mas a gordura era queimada sobre o altar, em honra a Deus, e o sangue era vertido à base do altar.

- Este garfo era um utensílio usado no Tabernáculo para o holocausto. Feito de bronze (Ex. 27.3), tinha três dentes para espetar a carne a ser oferecida no altar. Os filhos de Eli o usaram para tirar mais carne da panela do que lhes era permitido.

- O garfo de três dentes era usado para extrair certas porções da carne que estivesse sendo cozinhada. Alguns estudiosos supõem que o costume aqui mencionado fosse anterior às especificações das porções que os sacerdotes podiam tomar para si mesmos, de modo que aquele garfo ficaria "pescando" em busca de partes. O sacerdote deveria mostrar-se moderado, não demonstrando cobiça nem glutonaria. A lei concedia ao ofertante e seus familiares as porções restantes, depois que o sangue, a gordura, o ombro direito e o peito tivessem sido removidos. Mas os filhos de Eli ficavam com qualquer porção que desejassem.

- Este versículo mostra muitas irregularidades no tabernáculo nos dias de Eli. Nenhuma criança e nenhum homem de qualquer outra tribo além da de Levi deveria ministrar ao Senhor; o sacerdote deveria ter entre
30 e 50 anos de idade (Nm. 4.3,23,30,39); e o levita, de 25 a 30 anos de idade (Nm. 8.24-25). Servos comuns não deveriam ficar no tabernáculo, tal como aqui informado. Não-israelitas não deveriam chegar perto do tabernáculo (Nm. 3.10,38). Somente certas partes das ofertas eram dadas aos sacerdotes, e um servo não podia tirar da panela simplesmente qualquer parte (Ex. 29.24-27; Lv. 7.34; 10.14-15). Tomar coisas à força não era permitido, tal como referido nos v. 16-17.

14 e dava com ele, na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto  o garfo tirava o sacerdote tomava para si; assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló.

- Não possuímos informações exatas sobre a natureza dessas "caldeiras" ou "panelas". Mas devem ter sido grandes o suficiente para cozinhar um bom pedaço de carne. O garfo de três dentes era metido ali e o que conseguisse retirar, isso pertencia aos sacerdotes.

- Conforme foi mencionado nas notas sobre o versículo anterior, parece que esse costume realmente antedatava a formalização das porções com as quais os sacerdotes podiam ficar. O costume somente recomendava moderação. Mas os filhos de Eli desconheciam o que isso significava.

- A lei, uma vez formalizada, poderia ser cumprida de modo específico, por causa da tendência dos sacerdotes para a cobiça e a glutonaria. Hofni e Finéias sabiam com quais porções de carne podiam ficar, mas propositadamente iam além do que a lei prescrevia.

- A atitude deles retirava dos ofertantes a carna que lhes pertencia (Lv. 7.31-35; Dt. 18.3), o que era contrário  à  lei  (Lv.  3.16;  7.23,25,30,31),  fazendo  com  que  as  pessoas  que  os  viam  agir  assim desprezassem a oferta.

17 Era, pois, muito grande o pecado desses jovens perante o SENHOR, porquanto os homens desprezavam a oferta do SENHOR.

- Os filhos de Eli tinham “muito grande” pecado porque tomavam partes dos sacrifícios antes deles serem  oferecidos  ao  Senhor  no  altar.  Eles  também  comiam  a  carna  antes  que  a  gordura  fosse queimada. Isto era contra a lei de Deus (Lv. 3.3-5). Na realidade, os filhos de Eli tratavam os sacrifícios feitos ao Senhor com desprezo. As ofertas eram dadas para demonstrar honra e respeito a Deus enquanto buscava-se o perdão pelos pecados, mas, por sua irreverência, os filhos de Eli realmente pecavam enquanto realizavam os sacrifícios. Para piorar ainda mais, também dormiam com as mulhres que compareciam ao santuário (v. 22).

- O povo, observando os abusos praticados por aqueles dois homens ímpios, acabou desprezando o pró- prio ofício sacerdotal e o culto. De fato, o sacerdócio chegou a ficar tão corrompido que passou a ser alvo de zombarias.

- Alguns intérpretes pensam que o versículo significa que foram aqueles homens ímpios que desprezavam as ofertas do Senhor, tratando-as com escárnio. Embora este também seja um entendimento viável, não parece ser este o melhor sentido do texto. Ao que parece aqui, os dois sacerdotes foram infiéis e inspira- vam outros à infidelidade. E, assim, as práticas religiosas caíram em total desrespeito. A total depravação do sacerdócio e do culto tornava necessário um novo movimento religioso, o qual Samuel encabeçaria.

22 Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto  seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação.

- Eli, provavelmente, tinha mais de 90 anos, visto que chegou aos 98 anos em I Sam. 4.15, o que indica que, ao menos no caso do sumo sacerdote, o limite de 50 anos de idade para servir não era respeitado. A idade avançada havia diminuído suas forças, e ele estava quase incapacitado de cumprir seu ofício. Entrementes, seus dois filhos pioravam cada vez mais, fazendo do tabernáculo um bordel! Talvez Eli fosse forte quando era mais novo, mas a passagem dos anos roubou-lhe o vigor e a autoridade. Ademais, que homem é capaz de dizer a um filho adulto o que ele deve fazer?

- Eli sabia que seus filhos eram maus, mas pouco fez para corrigi-los ou impedi-los, mesmo quando a integridade do santuário de Deus fora ameaçada. Como o sumo sacerdote, Eli deveria ter respondido mediante a correção de seus filhos (Nm. 15.22-31). Mas não é de se admirar que ele tenha preferido não confrontar a situação. Ao ignorar suas ações egoístas, Eli permitiu que seus filhos arruinassem suas próprias vidas e as de muitos outros. Existem momentos em que os problemas difíceis devem ser confrontados, ainda que o processo e as consequências sejam dolorosos.

- É provável que a maioria das mulheres com quem aqueles homens ímpios praticavam sexo não eram seduzidas e, sim, forçadas. O lugar fora transformado em um antro de práticas imorais, no qual homens e mulheres se atarefavam, desavergonhadamente, em práticas imorais. O sacerdócio e o culto haviam caído em total desgraça.

- As mulheres com quem os filhos de Eli praticavam imoralidades sem dúvida pertenciam a várias classes: mulheres que trabalhavam nas proximidades, limpando e mantendo as coisas em boa ordem (ver Ex. 38.8, quanto a mulheres trabalhadoras que tinham deveres à porta do tabernáculo); mulheres que traziam sacrifícios e outras coisas. É até mesmo possível que, em imitação aos templos pagãos, tivesse sido instituída ali alguma forma de prostituição sagrada, paganizando totalmente o lugar.

- Há também quem afirme que se tratavam de uma classe especial que se dedicava ao serviço do tabernáculo. Elas haviam renunciado a quaisquer ligações com o mundo e com a vida no lar para se consagrarem como mulheres santas. Esta classe começou nos tempos de Moisés (Ex. 38.8) e continuou até a época de Cristo (Lc. 2.37).



23 E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios.

- Eli era sempre o último a saber das profundas corrupções que os filhos perpetravam no Lugar Santo; mas finalmente ele ouvia rumores. A reprimenda era firme, mas seus filhos não se dispunham a ouvir "o velho". Aqueles homens ímpios preferiam os prazeres pecaminosos ao culto a Deus, agindo como típicos homens profanos. Eles cometiam pecados escandalosos que mereciam muito mais que uma simples reprimenda; mas Eli parecia não ser capaz de fazer mais do que apenas falar. O próprio Deus teria de removê-los por meio da morte (v. 25). Coube aos filisteus matar aqueles homens, cumprindo assim a sentença de morte que havia sido proferida (ver 1Sm. 4.10,11).

- As palavras de Eli foram por demais gentis e brandas, se levarmos em conta a ofensa da qual eles eram culpados. Eles mereciam, em verdade, ser chamados filhos de Belial, filhos do diabo, brutos miseráveis e sem-vergonha, ou coisas que tais.

- Mas nenhuma palavra teria feito diferença. Provavelmente o sumo sacerdote possuía autoridade para determinar a execução deles, mas estava moralmente fraco demais para fazer isso e continuava a amar os filhos renegados.Ele tinha autoridade para expulsá-los imediatamente do lugar, ímpios e sem proveito como eram. Mas isso ele não queria fazer, e a ruína deles foi a consequência. Não é fácil aplicar a dureza da disciplina, pois, algumas vezes, a disciplina machuca. Porém, há ocasiões em que a dor é melhor que os prazeres.

- Eli protestou contra os atos vis de seus filhos, mas não os destituiu do seu encargo ministerial, como devia (Nm. 15.30-31). Essa falta da parte de Eli equivalia a desprezar a Deus (ou seja, a natureza santa de Deus e os seus padrões para o ministério (v. 30). A Palavra de Deus declara que nenhum obreiro de conduta imoral pode ser dirigente do povo de Deus; os tais devem ser afastados dos cargos que ocupam.

24 Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR.

- Hofni e Finéias não somente pecavam, mas também levavam o povo de Deus a pecar. Por isso o pecado deles era tão grande. Ensinou Jesus: "Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus" (Mat. 5.19).

- Eles faziam outras pessoas pecar, devido ao seu mau exemplo e também a seus atos deliberados. A
imoralidade desavergonhada deles corrompia a vida religiosa interior do povo todo".

- Os filhos de Eli conheciam bem a verdade, mas continuaram a desobedecer a Deus, deliberadamente enganar, seduzir e roubar o povo. Por isso o Senhor planejou matá-los. Qualquer pecado é errado, mas o pior tipo de erro é o executado deliberada e fraudulentamente. Quando pecamos por ignorância, não merecemos tanto o castigo. Mas quando agimos intencionalmente, as consequências são as mais severas. Não ignore as advertências de Deus sobre o pecado. Abandone a transgressão antes que ela se torne a causa de sua destruição.

25 Pecando  homem  contra homem,  os juízes  o julgarão; pecando,  porém, o homem  contra o SENHOR,  quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR  os queria matar.

- A lei provia punições para os pecados e permitia que os juízes tomassem decisões a respeito. Eles arbitravam em casos nos quais uma pessoa tivesse ofendido ou maltratado outrem. Portanto, havia um sistema próprio de repreensões e castigos, quando os casos envolviam homem contra homem.

- Mas os filhos de Eli haviam entrado no perigoso campo das ofensas contra o próprio Deus. E, nesse caso, nenhum juiz humano podia ser convocado para decidir a questão. A sentença de morte seria executada pelo próprio Deus, o qual haveria de usar os temidos filisteus para a execução. Podemos ter certeza de que os filisteus não mostrariam misericórdia.

- Eli era espiritualmente sensível para saber que algum julgamento temível estava a caminho, e tentava livrar os filhos das consequências, mediante um arrependimento genuíno e a mudança de conduta. Porém, Eli estava falando com bestas brutas, que se riam por dentro.

- A própria Bíblia responde à questão de Eli aqui colocada: Cristo é aquele que pode mediar a causa do homem com Deus e Ele é quem apaga os pecados de todos os homens que nEle buscam a reconciliação (Mt. 26.28; Jo. 3.16; Rm. 1.16; 5.1-21; 8.1-13; 1Co. 6.9-11; 2Co. 5.14-21; Cl. 1.20-21; 1Tm. 2.4-5; 1Jo.
1.7-9).

- Visto que Deus tinha resolvido destruí-los, coisa alguma poderia convencê-los a mudar de atitude. Os pecados deles eram tais que agora só se poderia esperar o julgamento divino. E mesmo que chegassem a arrepender-se, esse ato não salvaria sua vida física, embora, como é óbvio, pudesse ajudar sua alma. Em outras palavras, aqueles homens miseráveis tinham ido longe demais, tão longe, de fato, que não havia mais possibilidade de dar meia-volta e salvar a vida. Pelocontrário, haveriam de piorar cada vez mais, até que o julgamento divino desabasse sobre eles. A lei da colheita segundo a semeadura teria cumprimento de maneira drástica.

- Não se deve retirar da parte final deste versículo qualquer defesa à doutrina calvinista da pré-destinação. O Senhor “os queria matar” porque eles eram maus, porque eles voluntariamente escolheram desobedecê- Lo, não porque Deus é mau a ponto de escolher quem vai e quem não vai aceitar a salvação.

- Para Hofni e Finéias, já se passara o dia da salvação, pois já tinham extinguido o Espírito em suas vidas (1Ts. 5.19), chegando à beira da blasfêmia (Mt. 12.32), estando, pois, destinados por Deus à condenação e à morte (Rm. 1.21-32; Hb. 3; 10.26-31). Iam morrer como resultado da sua própria e insolente desobediência e da sua recusa de arrepender-se.

-  Mas  um  Deus  amoroso  realmente  desejaria  matar  uma  pessoa?  Consideremos  a  situação  no Tabernáculo: alguém fazia uma oferta a fim de ter seus pecados perdoados; os filhos de Eli roubavam-na e eram hipócritas à atitude de arrependimento da pessoa. Deus, em seu infinito amor por Israel, jamais deixaria que esta situação continuass. Ele permitiu que os filhos de Eli morressem como resultado de sua presunção. Eles levaram a Arca para a batalha, porque julgavam que ela os protegeria. Mas o Senhor retirou sua proteção, e os perversos sacerdotes foram mortos (1Sm. 4.10-11).