terça-feira, 28 de maio de 2013

Este livro ajudará o professor a ter uma aula mais dinâmica

A Família e a Sexualidade - Ev. José Roberto A. Barbosa (ebdweb.com.br)



A Família e a Sexualidade - Ev. José Roberto A. Barbosa

Texto Áureo: Gn. 1.27 - Leitura Bíblica: I Ts. 4.3-5; 5.23; I Pe. 1.14-16
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Deus é o Criador do sexo, visando não apenas a procriação, mas também o prazer dos cônjuges. Mas esse tem sido instrumento de banalização na sociedade contemporânea, marcada pela erotização. Na lição de hoje trataremos a respeito desse importante tema, ainda pouco compreendido, até mesmo entre os cristãos. Inicialmente apresentaremos algumas abordagens sociológicas em relação à sexualidade, em seguida, o significado bíblico da sexualidade, e por último, destacaremos os princípios cristãos para a sexualidade sadia.
1. ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS SOBRE A SEXUALIDADE
A sexualidade humana é um assunto bastante completo, além de controvertido. Isso porque envolve fatores diversos, dentre eles, o biológico, o gênero, as emoções, pensamentos, comportamentos, atitudes e valores. As abordagens sociológicas modernas e pós-modernas tendem a rechaçar a repressão à sexualidade. A teoria psicanalítica de Freud favoreceu o liberalismo sexual que testemunhamos nesses últimos anos. A percepção do sexo, para esse pensador, é uma expressão da sua animalidade. Assim sendo, sua repressão não passaria de um condicionamento social. Após o período pós-guerra, surgiu um movimento na sociedade com vistas à liberação dessa chamada “repressão sexual”. Uma manifestação concreta dessa abordagem foi a criação da revista Playboy, por Hugh Hefner. Essa atitude também resultou na coisificação da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo. A obsessão pelo sexo, bastante comum nos dias atuais, mostra que existe algo errado em relação ao sexo. A erotização exacerbada está transformando as pessoas em sexólatras. Há inclusive uma indústria do sexo para alimentar os vícios, dentre eles a pornografia, que pode levar à prostituição. As teorias sociais mais equilibradas em relação à sexualidade reconhece que essa é tanto biológica quanto social. As pessoas nascem homem ou mulher, mas carecem também de desenvolvimento, para manifestar a sexualidade. Os aspectos psicológicos também não podem ser descartados. O desenvolvimento do desejo sexual acontece no cérebro como resposta ao estímulo social. Uma região do cérebro, denominada córtex cerebral, determina o prazer sexual. A erotização da sociedade está fazendo com que as crianças desenvolvam, cada vez mais cedo, o desejo sexual. A mídia, principalmente a televisão, explora demasiadamente o corpo feminino. Como resultado, a iniciação sexual dos jovens está acontecendo cada vez mais cedo.
2. O SIGNIFICADO BÍBLICO DA SEXUALIDADE
A sociedade contemporânea desconhece, e em alguns casos, se opõe ao modelo bíblico de sexualidade. A negação da doutrina do pecado, revelada na Bíblia, (Rm. 3.23), contribui para práticas contrárias ao padrão divino. A doutrina da queda precisa ser enfatizada, ressaltando suas implicações inclusive quanto à sexualidade. Práticas homossexuais, e também heterossexuais, estão marcadas pelo pecado. O princípio bíblico da sexualidade se encontra em Gn. 1.27,28, homem e mulher foram criados a imagem de Deus, macho e fêmea. O propósito fundamental do ato sexual é a procriação. A sexualidade, por conseguinte, é parte do projeto inicial de Deus, antes mesmo do pecado. A complementação do homem e da mulher se concretiza com maior propriedade durante a relação sexual. O homem e a mulher foram criados, por Deus, para o prazer sexual. Após a queda, conforme atestamos em Gn. 3.17-19, a sexualidade perdeu o equilibro inicial. Isso tem resultado em distorções, não apenas no comportamento homossexual, reprovado na Bíblia (Rm. 1.24-27; I Co. 6.11), mas também heterossexual. Não apenas a prática homossexual é pecado, também a relação com animais (Lv. Dt. 27.21); a prostituição (I Ts. 4.3); a fornicação (I Co. 6.15), o estupro (Dt. 22.25,26), o incesto (Dt. 27.20-23); a poligamia (Lv. 18.18) e o adultério (Dt. 22.22). A palavra grega porneia, no Novo Testamento, comumente traduzida por imoralidade sexual, abrange toda essa gama de pecados sexuais. A sexualidade, de acordo com a Palavra de Deus, é digna de honra, pois “venerado seja entre todos o matrimônio, e o leito sem mácula” (Hb. 13.4). Ainda que Paulo tenha recomendado que o melhor fosse ficar solteiro, ele mesmo reconhece que nem todos têm esse dom (I Co. 7.7-8). Na verdade, ao invés do abrasamento, e de um celibato imposto, o melhor mesmo é casar (I Co. 7.9). E tem mais, marido e mulher têm obrigações sexuais a serem cumpridas (I Co. 7.2-5). A negação do ato sexual, defendido pelo catolicismo, é influência do platonismo grego. O livro bíblico de Cantares é uma expressão poética da sexualidade vivida de acordo o padrão divino (Ct. 1.2; 16; 4.1-5; 5.11-16; 7.1-8).
3. ORIENTAÇÕES CRISTÃS PARA A SEXUALIDADE
Existem muitas dúvidas em relação à sexualidade no contexto cristão. Os crentes geralmente querem respostas para perguntas específicas. Mas a Bíblia não apresenta respostas para todas as perguntas, apenas alguns princípios gerais. A seguir destacamos algumas orientações para a sexualidade cristã: 1) o grau de envolvimento sexual deve ser proporcional ao grau de amor e compromisso, por isso o sexo antes do casamento não pode ser motivado; 2) limites devem ser postos, a fim de evitar desejos desenfreados, que viciam; 3) os cônjuges devem testar suas motivações pessoais para o envolvimento e atividade físicas, não apenas o prazer individual; 4) a comunicação, mais propriamente, o diálogo deve fazer parte do ato sexual, os cônjuges devem conversar a respeito; 5) ambos os cônjuges são responsáveis de, através do diálogo, determinar quais são os limites da relação; 6) nem tudo pode ser permitido, ainda que, não necessariamente seja pecado, o respeito pelo outro deve ser considerado. O princípio da mutualidade deve conduzir a relação sexual, o marido e a mulher devem buscar a satisfação do outro. Como resultado, ambos conseguirão extrair o melhor do relacionamento sexual, consoante a orientação paulina em I Co. 7.4,5. A palavra-chave grega, nesse texto, é symphomnou, isto é, em sintonia. A relação sexual entre um marido e uma mulher, como respaldada pela Bíblia, é uma harmoniosa sinfonia. Isso acontece quando a sexualidade está fundamentada em uma aliança incondicional, não em um mero contrato, ou mesmo no desejo sexual desenfreado, que é pecado. Isso também envolve graça, a aceitação das limitações do outro, inclusive na área sexual. A erotização supervalorizou o orgasmo, ele foi escolhido como manifestação da liberação sexual feminina. É natural que as mulheres o busquem, mas sem transformá-lo em uma obsessão. Os cônjuges devem tirar proveito daquilo que um pode oferecer ao outro no ato sexual, sem cobranças descabidas ou imposições. A intimidade sexual deve aumentar na medida em que também aumenta o grau de compromisso no casamento.
CONCLUSÃO
O sexo foi criado para o homem e a mulher não apenas para a procriação, mas também para o prazer. Marido e mulher, diante de Deus, e em conformidade com a Bíblia, devem investir no ato sexual. Nada há de pecado na sexualidade sadia, dentro da aliança conjugal, firmada perante Deus e os homens. A proibição do sexo, mesmo dentro do casamento, enfatizada em algumas igrejas, é influência do dualismo grego. O ato sexual, se praticado dentro dos princípios bíblicos, é também uma forma de glorificar a Deus (II Tm. 3.16).
BIBLIOGRAFIA
BALSWICK, J., BALSWICK, J. The Family: a christian perspective on the contemporary home. Grand Rapids: Baker Academic, 2007.
KOSTENBERGER, A. J., JONES, D. W. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.
Publicado no blog Subsídio EBD

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pr Altair Germano


EDUCAÇÃO CRISTÃ, RESPONSABILIDADE DOS PAIS: SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA DA CPAD


Desde as sociedades tribais pré-históricas, a família exerce um papel fundamental na educação dos filhos. A ausência do Estado, das classes, do comércio e da escrita, dispensava a existência de escolas. As crianças aprendiam com os adultos, em especial a família, questões que envolviam os valores espirituais e morais, assim como atividades práticas para a sua sobrevivência (trabalhosmanuais, caça, pesca etc.).

Esse modelo de educação "informal" se estendeu por longos anos em sociedades nômades, seminômades e sedentárias, até o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção excedente, da comercialização e dos inovadores pensamentos sobre política e democracia.

Numa perspectiva bíblica judaico-cristã, observamos este tipo de educação nos seguintes textos:

Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado. (Gn 18.19)

E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou. (Êx 12.26-27)

E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. (Êx 13.8-9)

E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão. (Êx 13.14)

E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas. (Dt 6.6-9)

Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que o Senhor nosso Deus vos ordenou? Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito; porém o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito; (Dt 6.20-21)

Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra. (Dt 11.18-21)

E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras? Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão. Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho que fez secar perante nós, até que passássemos. (Js 4.21-23)

Percebe-se nestes textos do Antigo Testamento, a participação e a importância da família na preservação dos valores espirituais e morais do povo judeu.

A figura dos agentes especializados para a tarefa de ensinar surge com a instituição do sacerdócio;

E falou o Senhor a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, E para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por meio de Moisés. (Lv 10.8-11)

Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá para que vá e habite ali, e lhes ensine a lei do deus da terra. (2 Rs 17.27)

No terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá; e com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo. (2 Cr 17.7-9)

E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos ombros; agora servi ao Senhor vosso Deus, e ao seu povo Israel. (2 Cr 35.3)

Posteriormente, os profetas assumiram também essa tarefa;

Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. (1 Sm 19.20)

E foram cinqüenta homens dentre os filhos (discípulos) dos profetas, e pararam defronte deles, de longe; e eles dois pararam junto ao Jordão." (2 Rs 2.7)

Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é estreito demais para nós. (2 Rs 6.1)

Durante e após o período do cativeiro na Babilônia, surge a figura do escriba, uma classe de mestres especializados, que copiavam, interpretavam e ensinavam a Lei:

[...] este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. [...] Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças. (Ed 7.6, 10)

Apesar do surgimento destes "educadores especializados", a participação da família na educação dos filhos não foi abandonada. No livro de provérbios, escrito entre 950-700 a.C., encontramos as seguintes exortações;

Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento. Pois eu vos dou boa doutrina; não abandoneis o meu ensino. Quando eu era filho aos pés de meu, pai, tenro e único em estima diante de minha mãe, ele me ensinava, e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive. (Pv 4.1-4)

Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele. (Pv 22.6)

Como já citamos, com o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção excedente, da comercialização, dos inovadores pensamentos sobre política e democracia, a educação e a escola ganharam um novo formato. É no período da 
Grécia clássica que acontece algumas das grandes revoluções pedagógica. A pólisno intuito de formar os seus cidadãos, criam escolas especializadas para atender as suas demandas. No geral, a criança permanece em casa, com a família, até os sete anos. Após esse período, o Estado assume a sua educação (preparo físico, educação musical, formação cívica e militar, leitura e escrita, gramática, retórica etc.).

Podemos observar que apesar destas mudanças significativas, de onde surgem as nossas escolas modernas e as teorias pedagógicas, a Bíblia nos relata que a participação da família, em especial na formação dos valores espirituais e morais de seus filhos, ainda permanece:

[...] trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti." (2 Tm 1.5)

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. (2 Tm 3.14-15)

Como anda nos dias atuais a relação entre a escola, com os seus agentes especializados na arte de educar, e a família cristã? Qual o papel da escola e da família na educação e formação integral de seus filhos? A falta de repostas e confusões feitas sobre essas questões acabam por promover sérios problemas e distúrbios em nossa sociedade.

Há um verdadeiro jogo de "empurra", onde família e escola tentam transferir as responsabilidades da educação. Trocas de acusações tornam-se cada vez mais comuns. A escola culpa a família pelo desinteresse, insubmissão e não-aprendizado do aluno, e a família culpa a escola por tais problemas.

A escola afirma que é lugar apenas da aquisição de saberes diversos, transferindo a responsabilidade da disciplina, formação ética e moral dos alunos para a família. O pior, é que a família cristã, além de não estar envolvida no acompanhamento da aquisição destes saberes oferecidos pela escola, está também negligenciando a sua importância na formação dos valores espirituais, éticos e morais de seus filhos, querendo transferir para a escola (e para a igreja) tais papéis.

Família e escola não podem estar se digladiando, antes, precisam cooperar entre si no processo educativo e formador de cidadãos. Para que isso aconteça, uma integração maior precisa acontecer. A escola precisa assumir o seu papel de cooperadora na formação moral (o papel de formadora espiritual foi infelizmente abolido nesta sociedade pós-cristã e pós-moderna) e conhecer mais a vida familiar de seus alunos, enquanto a família precisa participar mais ativamente e efetivamente na vida escolar de seus filhos, sendo atores coadjuvantes dos professores no processo de aquisição de saberes.

Nenhuma outra instituição social é mais influente na formação do caráter, na educação, na disseminação de valores éticos, morais e espirituais do que a família.

De que maneira a família cristã pode cumprir na atualidade, o seu importante e fundamental papel na educação integral de seus filhos amados?


1. Mantendo, aplicando e ensinando no contexto familiar os princípios e orientações bíblicas quanto aos valores éticos, morais e espirituais judaico-cristãos;

2. Cooperando com a escola através das seguintes ações, prescritas na Cartilha "
ACOMPANHEM A VIDA ESCOLAR DOS SEUS FILHOS":

-Matriculando seus filhos na educação infantil. Quanto mais cedo eles começarem a estudar, mais sucesso terão em sua vida escolar;
-Incentivando seus filhos a continuar estudando. Mostrando que, quanto mais eles estudarem, terão mais oportunidades profissionais e pessoais;
-Orientando seus filhos a cuidarem do material escolar( livros, cadernos, lápis, etc) e uniforme;
-Visitando a escola de seus filhos sempre que puderem;
-Conversando com os professores;
-Conversando com os seus filhos sobre a escola, os professores, os amigos, as tarefas, os conteúdos;
-Incentivando o hábito de leitura;
-Ensinando-os a dividirem bem o tempo para o lazer e o estudo.

Juntas, a família cristã e a escola serão instrumentos poderosíssimos para a influência e transformação de vidas, nessa caótica e transtornada sociedade pós-cristã e pós-moderna.

"A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho." (Art. 205 da 
Constituição Federal/1988)

"A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho." (
Lei 9.394/96, Art. 2º)

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2005.

ELLISEN, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento: esboços e gráficos interpretativos. São Paulo: Vida, 1991.

GEORGE, Sherron K. Igreja ensinadora. Campinas-SP: Luz para o Caminho, 1993.

PFEIFEFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

MARROU, Henri-Irénée. História da educação na antigüidade. São Paulo: EPU, 1990.

TEIXEIRA, Evilázio F. Borges. A educação do homem segundo platão. São Paulo: Paulus, 1999.

OBS: Texto publicado por este autor no livro “Uma Igreja com Saúde”, Arte Editorial, 2011, p. 68, sob o título “Educação, família e escola”.

lição 8- Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais



Educação Cristã, Responsabilidade dos Pais - Rede Brasil de Comunicação

Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Recife-PE Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - CEP. 50040 - 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 08 - EDUCAÇÃO CRISTÃ, RESPONSABILIDADE DOS PAIS - 2º TRIMESTRE 2013
(Dt 6.1-9)
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos inicialmente o significado do verbo educar, bem como abordaremos os dois principais tipos de educação e os seus respectivos princípios. Veremos que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, Deus responsabiliza os pais quanto à educação espiritual de seus filhos. Tal missão deve ser cumprida com amor, dedicação e ensinamento incansável das Escrituras Sagradas, tanto no lar como na igreja local.
I - EDUCAÇÃO SECULAR E EDUCAÇÃO CRISTÃ
O Aurélio define a palavra educação como: “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral”. Ainda a palavra educação significa: “o desenvolvimento e o cultivo sistemático das capacidades naturais, por meio do ensino, do exemplo e da prática”. No sentido bíblico, porém, o processo da educação combina-se com os “princípios espirituais que, segundo se espera, emprestam poder e significado aos ensinos que transcendem os meios intelectuais normais e os meios humanos práticos” (CHAMPLIN, 2004, p. 268).
1.1 Educação Secular. Infelizmente é possível afirmar nos dias atuais que a educação secular se confunde com a educação materialista, e esta educação é centralizada no materialismo e inspirada no liberalismo social em seus discursos acadêmicos demagógicos, que tem como propósito descartar completamente a pessoa de Deus do contexto educacional da sociedade. É grande o desafio dos pais, pois os seus filhos, desde a primeira infância até a universidade, são bombardeados diariamente por tais ensinamentos. Os principais componentes desse tipo de educação são os seguintes:
FALSO ENSINAMENTOO QUE ENSINAREFUTAÇÃO BÍBLICA
AntropocentrismoO homem como centro de tudo, detentor e promotor de sua própria felicidade.A Bíblia mostra o homem como uma criatura feita a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). No entanto, este homem é menor que o Criador (Sl 8.4), porque é pó (Sl 103.14).
AteísmoDoutrina que nega a existência de Deus e, consequentemente, todos os princípios e valores relacionados a Ele.A Bíblia mostra que existe um Deus que criou todas as coisas (Gn 1.1). Ele é eterno (Is 43.13); onisciente (Sl 139.1-4); onipresente (Jr 23.23); onipotente (Sl 91.1).
Valores Morais relativizadosUma vez descartada a pessoa de Deus, Sua Palavra perde o sentido, e os valores morais e absolutos que tinham Deus como sua fonte, passam a dar lugar a uma relativização moral onde não há verdade absoluta e onde a promiscuidade e a libertinagem comportamental é defendida.Apesar de em algumas sociedades já relativizarem os valores como por exemplo, fazendo a união de pessoas do mesmo sexo, a defesa e prática da Eutanásia, aborto, a prática legal do uso de drogas, da prostituição. No entanto a Bíblia condena a inversão de valores (Is 5.20), e mostra que o juízo de Deus se levanta contra toda iniquidade (1 Co 6:9,10; Rm 1:18; Ap 21:8).
Deseducação SexualO ensino materialista estimula a prática sexual “livre e sem culpa”, descartando todo o princípio moral absoluto. Podemos notar que tudo isso é um sinal dos últimos tempos (I Tm 4.1-3; I Pe 3.1-5).A Bíblia nos mostra que Deus fez o ser humano sexuado (Gn 1.27,28). No entanto, esta intimidade sexual deverá ser desfrutada apenas no casamento, entre um homem e uma mulher (Gn 2.24). Logo, o ato sexual fora do casamento é pecado (I Co 6.13,18; 6.9; Hb 13.4).
Educação Cristã. Ela tem como bases o próprio Deus e a Sua Palavra (Lv 20.26; Dt 32.4; Sl 119.9; Jo 17.17). Tomando como referência a definição de educação dada a princípio, é possível afirmar que a educação cristã é o desenvolvimento, aperfeiçoamento, cultivo e refinamento do caráter do indivíduo a partir de todos os princípios exarados nas Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé e prática. Tal missão foi entregue também aos pais, que são os aios (pedagogos) dos filhos.
II - A EDUCAÇÃO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTOS
Em toda a Bíblia vemos que Deus delega aos pais à educação espiritual de seus filhos. Estes eram os responsáveis por reproduzirem e perpetuarem os princípios divinos na formação do caráter das crianças de geração em geração:
2.1 No Antigo Testamento. Um texto básico nas páginas do Antigo Testamento, em que Deus delega aos pais a missão de educar os seus filhos é (Dt 6). Esse texto começa falando sobre os mandamentos, os estatutos e os juízos que o Senhor deu a Moisés para que este os ensinasse aos filhos de Israel “a fim de eles temessem a Deus” (Dt 6.1,2). Logo após, Deus diz que a prosperidade de Israel dependeria da obediência a tais mandamentos (Dt 6.3). Em Dt 6.6, o Senhor diz que suas palavras deveriam encontrar guarida nos corações dos israelitas. O coração que aparece na Bíblia como a sede da inteligência, dos sentimentos e da vontade. Todas as áreas do ser do judeu deveria estar permeada com a Lei do Senhor. Mas é no versículo 7 que encontramos a missão da educação espiritual sendo dada aos pais: “e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Analisemos mais detidamente esse versículo:
  • “E AS INTIMARÁS”. Essa palavra vem do hebraico “sanan”, e significa“inculcar, ensinar, afiar e aguçar”. Ela possui algumas aplicações, mas nesse texto a ideia é a de que, assim como as palavras são gravadas em tábuas de pedra com um objeto agudo, assim também a Lei deveria ser impressa no coração dos filhos a cada geração, e isso de forma contínua, incansável e incondicional; para isto se fazia necessário que os pais a ensinassem: “e delas falarás”.
  • “FALARÁS ASSENTADO EM TUA CASA”. A palavra “casa” nesse texto vem do hebraico bayth”, e significa “casa, habitação ou edificação na qual vive uma família” (Dt 20.5), mas também “pode se referir à própria família”(Gn 15.2; Js 7.14; 24.15). O que Deus está dizendo é que o principal local de ensinamento das verdades espirituais é o seio familiar, é o lar. Eis a importância do culto doméstico. É nele que as verdades da Palavra de Deus serão inculcadas nas crianças, que jamais esquecerão dos momentos devocionais que desfrutaram com os pais. É através do culto doméstico que brechas espirituais são fechadas na família e toda e qualquer atuação maligna é repreendida pelo Senhor;
Outro texto bastante conhecido no Antigo Testamento que trata da educação espiritual dos filhos é Pv 22.6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer não se desviará dele”. Vejamos algumas palavras chave para a compreensão desse versículo:
  • “INSTRUI”. Esta palavra vem do hebraico “hanakh”, e significa iniciar, disciplinar, consagrar, instruir, educar e ensinar. Quando os pais instruem os filhos na Lei de Deus, eles estão na realidade, dedicando-os, consagrando-os ao Senhor;
  • “NO CAMINHO”. A palavra caminho no hebraico é derekh”, que deriva do verbo darakh”. Essa palavra pode se referir a um caminho ou estrada físicos (Gn 3.24; Nm 22.23) ou uma viagem por uma estrada (Gn 30.36; Ex 5.3). No entanto, esta palavra é usada com mais frequência de maneira metafórica para se referir a caminhos da vida de uma pessoa, sugerindo o padrão de vida (Pv 3.6); a vida obediente (Dt 8.6); a vida de retidão (II Sm 22.22). Cabe aos pais ensinarem o caminho da vida aos filhos;
  • “NÃO SE DESVIARÁ”. O verbo desviar-se deriva do hebraico sur”, e significa afastar-se, ir embora, desertar, manter distante. A maioria das aplicações dessa palavra aponta para desvios espirituais (Jz 16.19; Dt 11.16; I Sm 12.20; Sl 14.13). O que o sábio Salomão está dizendo é que quando a criança é instruída devidamente pelos pais no caminho correto, ela não haverá de se desviar de tal instrução, e nem a esquecerá, pois, à luz de (Dt 6.7), ela foi impressa de forma inapagável no seu ser.
2.2 Em o Novo Testamento. O maior exemplo de educação cristã no Novo Testamento é o do próprio Jesus. Ele foi instruído de tal forma pelos seus pais que se percebia o seu crescimento em todas as esferas, tanto secular quanto espiritual (Lc 2.52). Ele também frequentava as sinagogas a fim de aprender a Lei do Senhor com os rabinos (Lc 2.46). Isso nos traz a lição de que os pais devem instruir os seus filhos dentro de casa, mas também não podem deixar de levá-los ao Templo do Senhor, especialmente para os trabalhos de Círculo de Oração Infantil e Escola Dominical. Ainda no Novo Testamento, um belo exemplo de ensinamento no lar se deu na casa de Lóide, que ensinou a Eunice, que ensinou a Timóteo, que se tornou um grande cooperador do apóstolo Paulo na Igreja Primitiva.
CONCLUSÃO
É imensurável o valor e a grandeza da responsabilidade dos pais na educação dos seus filhos, pois não é apenas o futuro secular destes que está em suas mãos, porém, muito mais o futuro espiritual. Os pais cristãos não devem se preocupar primordialmente, ou somente em preparar bons profissionais para a sociedade, mas bons cristãos para habitarem os céus.
REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Bíblia de Estudo Palavras Chave. CPAD.
Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação