COMENTADO POR JUNIOR FRANÇA
Evangelista da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Bela vista -
INTRODUÇÃO
O dragão vermelho no capítulo 12 é claramente
Satanás. O capítulo 13 apresenta duas bestas por meio das quais Satanás
estabelece o controle sobre os povos da terra. A primeira besta parece ser uma
personagem política, a segunda, uma personagem religiosa. Ambas recebem poder e
orientação de Satanás, o grande enganador e imitador.
1. QUEM É O ANTICRISTO.
O apóstolo Paulo teve de lidar com falsos
mestres que diziam que o Dia do Senhor já havia chegado (2Ts 2.2). Os crentes
tessalonicenses estavam desconcertados e assustados, porque, pelo visto, esses
mestres negavam a volta literal de Jesus e a “nossa reunião com ele” no
Arrebatamento (1Ts 2.1). Obviamente, não estavam mais se consolando uns aos
outros, como Paulo lhe havia ordenado (1Ts 4.18; 5.11). Por isso, Paulo declarou
que aquele dia não viria sem que antes viesse a apostasia e se manifestasse “o
homem da iniquidade, o filho da perdição” (2Ts 2.3). Ou seja, a apostasia e a
manifestação do Anticristo seriam os primeiros eventos a acontecer no Dia do
Senhor. Tais acontecimentos não sucederiam até que “o mistério da injustiça” não
fosse mais detido (2Ts 2.6,7). Uma vez que nada disso havia acontecido, os
tessalonicenses não estavam no Dia do Senhor e, portanto, ainda poderiam
encorajar uns aos outros com a firme esperança de serem arrebatados para o
encontro com o Senhor nos ares.
O versículo 1 declara: “Vi emergir do mar uma
besta – Satanás 12.17”. O mar representa as nações 17.15, como também a areia do
mar 20.8. Satanás chama seu “super-homem” das nações e revela o verdadeiro
caráter dele ao mundo. Até esse momento, o anticristo atuava pacificamente,
fazia o papel de amigo de Israel. Três anos e meio atrás, ele fez um pacto com
os judeus Dn. 9.27, em que prometeu protegê-los da federação europeia, que sob
seu controle. Agora, esse governante mundial está para revelar seu verdadeiro
caráter satânico. 17.10-12 em relação às cabeças, aos chifres e aos
diademas.
De forma semelhante à da profecia de Daniel 7,
usam-se três animais para descrever a besta. As bestas retratam quatro impérios
sucessivos: babilônico (o leão), medo-persa (o urso), grego (o leopardo) e o
império do anticristo (a terrível quarta besta). O “pequeno chifre” de Daniel
7.8 é a besta de Apocalipse 13, o anticristo. Observe que João viu os animais na
ordem inversa, já que olhava para trás, e Daniel, para frente. Em outras
palavras, o reino da besta será a continuação desses reinos, o império Romano
revivificado.
A primeira besta, saída do mar, é geralmente
considerada o Anticristo. O mar é frequentemente usado como símbolo da multidão
dos habitantes da terra. Talvez se trate de um indício de que o Anticristo seja
um político que tenha conseguido sua ascensão à fama usual, assim como têm feito
muitos outros no decorrer da história. A primeira besta era “semelhante” a um
leopardo, mas tinha pés como os de urso e boca como a de leão. Essa descrição é
semelhante à dos três primeiros dos quatro animais de Daniel (Dn 7.3-6).
Entretanto, a besta do Apocalipse parece assemelhar-se à quarta besta em Daniel,
que retém, em certa medida, as características de seus antecessores. Por ser
empregado o termo “besta”, é fácil imaginar que sua aparência física é muito
estranha e animalesca. Entretanto, a semelhança com o leopardo, o urso e o leão
possivelmente descreve características não-físicas, tais como ser um caçador
astuto, alguém que sabe se camuflar no seu maio-ambiente.
2. O APARECIMENTO DO ANTICRISTO.
A besta será morta e ressuscitada. As passagens
11.7 e 18.8 relatam que a besta emerge do abismo, o que, sem dúvida, sugere
ressurreição. Alguns pensam que ela é Judas ressuscitado. A besta e Judas são
chamados de “o filho da perdição” (Jo 17.12; 2 Ts 2.3); João 6.7 chama Judas de
“diabo”. Seja quem for, a besta é o super-homem de Satanás, sua imitação de
Cristo. O mundo todo admirará a besta e adorará Satanás (v.4), algo que ele
sempre almejou.
A partir desse ponto, a besta torna-se o líder
da federação europeia e trabalha em cooperação estreita com a igreja mundana (Ap
17). Ele fingirá obedecer aos sistemas religiosos apóstatas usará isso para
favorecer suas conquistas. Por volta do meio do período da tribulação, o Egito e
a Rússia invadirão a Palestina (Ez 37-38), forçando a besta a proteger os
judeus. Quando a besta chega a Israel, pensa que Deus derrotou a Rússia e decide
conquistar Israel. Nesse ponto, ela destruirá a igreja apóstata (a meretriz de
Ap 17) e instituir-se-á como o governante e o deus do mundo. Satanás deu-lhe
poder para fazer prodígios; 2Ts 2 afirma que Deus permitirá que brote no mundo
descrente a “operação do erro”. As pessoas não aceitam Cristo, a Verdade, mas
recebem o anticristo, a mentira.
A besta blasfemará a igreja no céu e perseguirá
os remanescentes judeus crente na terra. Como vimos em Apocalipse 11, nesse
ponto ela também matará as duas testemunhas, cujos corpos, após três dias e
meio, serão levantados da morte.
3. O SUSTENTO DO GOVERNO DO ANTICRISTO.
Vemos a trindade satânica (vv.19-20). Satanás
imita o Pai, a besta é a imitação do Filho e Salvador, e o falso profeta
pretende ser o Espírito. A segunda besta vem “da terra”, provavelmente Israel. É
provável que seja um judeu. Daniel 9.6 informa que a besta terá cidadania
romana, todavia ela pode ser, como Paulo, um judeu romano. No entanto, o
anticristo precisará de um associado para ajuda-lo a conquistar o mundo. Este
será o falso profeta. Ele tem “chifres, parecendo cordeiro”, o que sugere paz e
cordialidade, porém não há diademas (autoridade) nos chifres. Satanás dá-lhe o
mesmo poder da primeira besta, contudo a tarefa do falso profeta é glorificar a
besta e fazer com que o mundo a siga e a adore. Daniel 3 apresenta uma situação
semelhante.
O falso profeta copiará os milagres das duas
testemunhas ao fazer descer fogo do céu (11.5; 13.13). Esse evento cumpre as
profecias de Paulo, registrada em 2Ts 2;9, e Cristo, relatada em Mateus 24.24. O
falso profeta ordena que se faça a imagem da besta. Isso é o “abominável da
desolação”, relatado em Mateus 24.15; em Daniel 11.45 e em 2Ts 2.4. Nessa época,
a besta terá sua imagem erigida no templo restaurado de Jerusalém. Essa imagem
ganhará vida! Ela falará e maravilhará o mundo. A imagem falará coisas
esplêndidas e blasfemará contra o céu.
4. A PLATAFORMA DE GOVERNO DO ANTICRISTO.
O falso profeta não tem o objetivo único de
conseguir a ampla adoração da besta. Ele também estabelecerá o controle
econômico mundial. Os seguidores da besta terão sua marca na fronte ou na mão
direita, da mesma forma que os 144.000 judeus terão a marca do Pai na fonte
(14.1). Essa marca permite que os seguidores da besta possam comprar e vender
coisas, e quem não tiver a marca (o nome dela) sofrerá muito; veja 20.4. A essa
altura, Satanás terá tudo que sempre quis: a adoração e o controle do mundo. A
única coisa desfavorável é que Cristo reina no céu e, um dia, estabelecerá seu
reino sobre a terra. Satanás desafogará sua fúria sobre os santos de Deus que
não estão na terra, já que não pode tocar em Cristo e nos santos do céu.
Assumirá grande poder político (Dn 7.8,25),
comercial (Dn 8.25; Ap 13.16, 17) e religioso (Ap 17.1-15). Ele será anti-Deus e
Anti-Cristo, e perseguirá os cristãos numa tentativa de extinguir o
Cristianismo. (Dn 7.25; 8.24; Ap 13.7,15). Sabendo que os homens desejam ter
alguma religião, ele estabelecerá um culto baseado na divindade do homem e na
supremacia do Estado. Como personificação desse Estado, ele exigirá o culto do
povo, e formará um sacerdócio para fazer cumprir e promulgar esse culto. (2Ts
2.9,10; Ap 13.12-15).
O anticristo levará ao extremo as doutrina da
supremacia do Estado, a qual ensina que o governo é o supremo poder, em torno do
qual tudo, incluindo a própria consciência do homem, tem que lhe estar
subordinado. Visto que não existe poder ou lei mais elevados do que o Estado,
segundo eles, Deus e sua lei precisam ser abolidos para se prestar culto ao
Estado.
CONCLUSÃO
O anticristo se assentará “no templo de Deus,
querendo parecer Deus” (2Ts 2.4). Em outras palavras, é mais provável que ele
não venha a se declarar anticristo. Será o último de todos os falsos cristos,
mas poderá ou não reivindicar para si o título de Cristo, embora eventualmente
alegue ser Deus. É possível que declare que Moisés, Confúcio, Buda, Jesus, Maomé
e outros foram todos seus precursores e que ele é “aquele que havia de vir” (Mt
11.3).
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