segunda-feira, 29 de julho de 2013

Prof. José Roberto A. Barbosa -Lição 05 AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO

Lição 05

AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
Texto Áureo: Fp. 2.13 – Leitura Bíblica: Fp. 2.12-18

Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
A humildade é apenas uma entre outras virtudes a serem desenvolvidas pelos salvos em Cristo. Na lição de hoje apontaremos algumas outras apresentadas por Paulo aos Filipenses, dentre elas destacamos: ausência de murmuração e contenda, conduta irrepreensível, sinceridade e fidelidade. Ao final, ressaltaremos, com o Apóstolo, a necessidade do sacrifício na obra de Deus, trabalhando com alegria, mantendo o foco na eternidade.

1. A OPERAÇÃO DA SALVAÇÃO
A salvação é uma dádiva de Deus, ninguém é salvo por méritos pessoais (Ef. 2.8,9; I Pe. 1.18,19). Mas muitas pessoas esquecem que precisam desenvolver a salvação (Ef. 2.10). Não somos salvos por causa das boas obras, mas para as boas obras, para que andemos nelas. Essa é a admoestação de Paulo, para que os crentes trabalhem a salvação deles, com temor e tremor. Paulo não estava mais entre os filipenses, esse seria o momento de eles exercitarem a fé, demonstrarem maturidade. Muitos crentes nas igrejas são eternamente dependentes dos seus líderes, como um filho que precisa ser alimentado. Mas isso é uma deficiência, os verdadeiros cristãos amadurecem, são capazes de seguir adiante, mesmo nas situações adversas. A salvação começa com Deus, mas o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo-a (I Co. 3.6-9). O desenvolvimento da salvação se dá por meio da santificação, que é um trabalho conjunto do ser humano com o Espírito Santo (Rm. 8.9-17). O cristão genuíno investe no seu amadurecimento espiritual, luta contra sua natureza pecaminosa (Rm. 14.18; I Co. 9.24-27; I Tm. 6.12). O modelo ideal a ser perseguido é o de Jesus Cristo, Deus deseja que sejamos semelhantes a Ele no caráter (Rm. 8.29). A expressão “com temor e tremor” revela a grandeza de Deus, principalmente Sua santidade, por isso os crentes devem temer ofendê-Lo. Mas isso nada tem a ver com um temor servir, um pavor que nos distancia dEle. Paulo diz aos crentes de Roma que eles não receberam um espírito de escravidão (Rm. 8.15). Tememos, e trememos diante de Deus, por causa do Seu amor gracioso. E confirmarmos que o Senhor está trabalhando em nossas vidas através do Seu Espírito (Rm. 8.3,4; II Co. 3.4-6). O Espírito Santo opera na Sua igreja para que essa realize as obras que Ele deseja (I Co. 12.4-7).

2. AS VIRTUDES DA SALVAÇÃO
A salvação é demonstrada através de virtudes, a respeito das quais Paulo também orientou os gálatas, denominando-as de fruto do Espírito (Gl. 5.21,22). O fruto do Espírito conduz o cristão à obediência, a fim de fazer as coisas que Deus determinou, sempre sem murmurações ou contendas. Há um problema quando as coisas são feitas com motivações erradas nas igrejas locais. Muitas congregações estão sofrendo porque as pessoas fazem, mas por vanglória. A disputa por cargos nas igrejas está adoecendo muitos crentes, e as congregações, por causa das divisões e partidarismos (Fp. 2.3,4). A palavra murmuração, em grego, é goggysmos, diz respeito à reclamação, resultado de rebelião e infidelidade. Esse sentimento esteve presente entre os filhos de Israel ao longo da peregrinação pelo deserto (I Co. 10.10; Nm. 11.1-6). Contendas, dialogismoi em grego, descreve as disputas desnecessárias, que conduzem às dúvidas. Esse tipo de atitude é reprovada por Paulo porque nada tem a ver com o sentimento que havia em Cristo (Fp. 2.5). Ao invés de viverem em murmurações e contendas, os crentes devem se voltar para o que é sublime, buscarem ter uma vida irrepreensível, serem inculpáveis em meio a uma geração perversa (Fp. 2.14,15). A palavra irrepreensível no grego é amemptos e expressa pureza, comportamento digno de um seguidor de Cristo. Isso diz respeito à reputação, mas não é suficiente, é preciso também desenvolver o caráter, a sinceridade, akeraios em grego. Essa palavra era usada para diferenciar o vinho ou leite puros, sem mistura de água. Sendo também inculpáveis, amomos em grego, os crentes se apresentam diante de Deus imaculados, como um sacrifício vivo, experimentando a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Diante dessa geração corrompida pelo pecado, o cristão deve resplandecer, sendo sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.14-16). Por fim, mas não por último, a salvação deve ser demonstrada através de uma fidelidade inegociável a palavra da vida. Cristo é a própria Palavra da Vida, o Verbo que se fez carne (Jo. 1.1; I Jo. 1.1). Os crentes são súditos de Cristo, Aquele que recebeu um nome que está acima de todos os nomes, o Rei dos reis. Por isso, a igreja deve se manter fiel a Sua palavra, e trabalhar a partir dos Seus ensinamentos. Após o arrebatamento Jesus estabelecerá seu julgamento das obras, a fim de avaliar as motivações dos trabalhos, se não tivermos objetivos corretos, teremos trabalhado em vão (Fp. 2.16).

3. ALEGRIA DA SALVAÇÃO
Paulo é um exemplo de alguém que trabalhava na obra de Deus com uma motivação correta. Ele está disposto, se necessário fosse, a ser “oferecido por libação sobre sacrifício e serviço” da fé dos filipenses. Nem todos nesses dias atuais, marcadores pela mercantilização do evangelho, são afeitos a esse tipo de sacrifício (II Tm. 4.6). O Apóstolo usa uma metáfora do serviço, do culto, comparando-se a um holocausto, uma oferta a Deus, na vida ou na morte (Nm. 15.5,7,10). A palavra grega é leitourgia, e refere-se a um culto sacrificial, no qual se apresenta ofertas. Diferentemente de muitos obreiros dos dias modernos, Paulo mantinha o foco do seu trabalho na eternidade. Ele sabia que um dia prestaria contas a Cristo pelo trabalho realizado. O Apóstolo dos gentios não apenas está disposto a entregar Sua própria vida por amor a Cristo, em serviço dos irmãos, mas também a fazê-lo com alegria. O obreiro do Senhor não pode ter medo da morte, ainda que não deva buscá-la. Ele sabe que está trabalhando para um Deus que tem tudo em Suas mãos. Nada que venha a acontecer fará com que o servo de Deus venha a perder a esperança. Seja na vida, ou na morte (Fp. 2.17), o trabalhador na seara do Mestre sabe que está plantando para a eternidade. Muitos hoje em dia somente se interessam pelo prêmio temporal, alguns deles já estão recebendo seu galardão, nada mais receberão na glória. Essa é a alegria do cristão, não está fundamentada nas circunstâncias. Essa é a alegria, chara em grego, do Espírito, que independe das condições, sejam elas favoráveis ou desfavoráveis. O problema de muitos crentes modernos é que querem felicidade, não alegria, mas não fomos chamados para ser felizes, mas para ser alegres. A primeira depende das circunstâncias, a última está alicerçada em Deus, a fonte de toda alegria.

CONCLUSÃO
Deus iniciou uma boa obra em nossas vidas, e certamente levará adiante, mas não sem antes nos conduzir à maturidade. Toda construção exige sacrifícios, e não poucas vezes, mudanças drásticas. A fim de produzir Seu fruto em nós, e aprimorar as Suas virtudes, o Espírito Santo alterará os percurso dos nossos planos. Mas não temos motivo para nos desesperar, antes estejamos alegres, sobretudo confiantes, pois Deus sabe o que está fazendo.

BIBLIOGRAFIA
MOTYER, J. A. The message of Phillipians. Leicester: Inter-versity Press, 1984.
WIERSBE, W. W. Philippians: be joyfull. Colorado: David Cook, 2

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Ev. Dr Afonso caramuru
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
3º Trimestre de 2013 - CPAD
FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja Comentários da revista da CPAD: Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
ESBOÇO Nº 5
LIÇÃO Nº 5 – AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
O salvo deve ser inculpável no meio de uma geração corrompida e perversa.
INTRODUÇÃO
- Após ter mostrado o exemplo de todo cristão, que é a pessoa de Jesus Cristo, Paulo mostra aos filipenses que devem ser inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa.
- O cristão não deve “fazer diferença”, mas, sim, ser diferente dos homens sem salvação.

I – O CRISTÃO DEVE SER UMA PESSOA VIRTUOSA
- Depois de ter mostrado como exemplo a pessoa de Jesus Cristo para os crentes de Filipos, o apóstolo Paulo, como em uma transição para a chamada “parte prática” de sua carta (o que desmonta o argumento de que a epístola aos filipenses seria uma reunião aleatória de várias cartas que Paulo escrevera para os crentes de Filipos), após ter descrito qual era o sentimento que havia em Jesus e que deveria estar em cada cristão, começa a minudenciar o que esperava ver naqueles crentes quando, uma vez mais, retornasse a Filipos, depois da sua libertação que já lhe fora revelada pelo Espírito Santo.
- Neste segmento de sua carta, em que descreve quais as qualidades que aguardava ver na vida de cada um dos membros da igreja em Filipos, o ilustre comentarista e o Setor de Educação Cristã da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) viram aqui as “virtudes dos salvos em Cristo”.
- Ante esta constatação, devemos, pois, perscrutar o que significa “virtude”. “…Virtude (latim: virtus; em grego: ἀρετή) é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação.Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem, e elas se aperfeiçoam com o hábito.…” (Virtude. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtude Acesso em 28 maio 2013).
- A definição de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), este grande filósofo grego, revela-nos algo importante, qual seja, a de que a virtude é uma “disposição adquirida de fazer o bem”, ou seja, não é algo que tenha nascido com a pessoa, mas que se agrega à personalidade dela consoante a convivência com as demais pessoas.
- Gregório de Nissa (330-395), um dos chamados Pais da Igreja, ou seja, aqueles grandes nomes da Igreja em seus primeiros séculos depois da era apostólica, “…a virtude é ‘uma disposição habitual e firme para fazer o bem’, sendo o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus…”.
- Quando vemos este entendimento cristão a respeito do que é a virtude, notamos que a virtude, para o ser humano, vai além de uma perspectiva meramente humana, é mais do que um simples conviver voltado para o bem neste mundo, mas representa uma força que nos impele a nos assemelharmos cada dia com o Senhor, de buscarmos a perfeição, o que somente pode advir a partir da obtenção da santidade.
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- Não é por outro motivo que verificamos nas Escrituras Sagradas que a vida virtuosa deve se iniciar com a salvação na pessoa de Jesus Cristo, pois, enquanto não temos a salvação, não podemos nos libertar da nossa natureza pecaminosa e decaída, que herdamos de Adão (Gn.5:3).
- Dominados por esta natureza pecaminosa, que a Bíblia denomina de “carne” (em grego, “sarx” - σάρξ), o homem, ainda que queira fazer o bem, não consegue fazê-lo (Rm.7:14-24), pois se encontra sob o domínio do pecado, escravizado por ele (Gn.4:7; Jo.8:34).
- Quando, porém, alcançamos a salvação na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, passamos a ser morada de Deus (Jo.14:17,23) e o Senhor infunde em nós, de pronto, três virtudes, três disposições para fazer o bem, as chamadas “virtudes teologais”, a saber: a fé (Ef.2:8), a esperança (II Ts.2:16) e o amor (Rm.5:5). São estas virtudes que caracterizam o cristão (I Co.13:13).
- Como afirma, de forma muito feliz, o Catecismo da Igreja Romana: “…as virtudes teologais se referem diretamente a Deus. Dispõem os cristãos a viver em relação com a Santíssima Trindade e têm a Deus Uno e Trino por origem, motivo e objeto. As virtudes teologais fundamentam, animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para torná-los capazes de agir como Seus filhos e merecer a vida eterna. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano.” (§§ 1812 e 183 CIC).
- Pela fé, dada por Deus através da Palavra (Rm.10:17), cremos em Jesus como nosso Senhor e Salvador, entregamos-Lhe nossa vida e temos entrada na graça (Rm.5:2). Pela esperança, que nos foi dada pelo ingresso de Cristo em nosso ser (Cl.1:27), temos uma âncora que nos permite navegar com segurança em meio às agitações desta vida até chegarmos à glória (Hb.6:18,19). Pelo amor, podemos cumprir tudo quanto o Senhor nos manda fazer (Jo.14:23), mantendo-nos obedientes até o dia da nossa glorificação, amor este que subsistirá por toda a eternidade (I Co.13:13).
- Mas, ao lado destas virtudes teologais, existem virtudes humanas, “…atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Propiciam, assim, facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa.…” (§ 1804 CIC).
- O exercício destas virtudes humanas, ante a natureza decaída do homem, exige a libertação do pecado, o que somente se obtém por intermédio de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Jo.8:36). No entanto, o fato de a libertação do pecado ser imperiosa para que a pessoa possa ter uma vida virtuosa que a leve a se assemelhar ao Senhor, não significa que as pessoas não possam se habituar a fazer o bem, a demonstrar estas virtudes humanas, pois elas resultam da própria condição do homem de ser imagem e semelhança de Deus.
- Paulo nos mostra, em sua carta aos romanos, que os homens são capazes de saber o que é o bem (Rm.2:1-16), esforçam-se em fazê-lo, embora, sem Cristo, sucumbam sempre no pecado (Rm.7:14-24), o que não significa que não reconheçam quais sejam as virtudes, os bons hábitos que devem ser perseguidos e praticados.
- O próprio Jesus admitiu que, mesmo sendo pessoas más, nós somos capazes de fazer coisas boas (Mt.7:11), a mostrar que é possível habituar-se a fazer o bem, mediante o exercício das virtudes meramente humanas, embora tal prática não tenha o condão de libertar o homem do pecado, algo que somente a salvação em Cristo pode proporcionar.
- No entanto, uma vez obtida a salvação em Cristo Jesus e recebidas as chamadas “virtudes teologais”, é inevitável que o homem, neste processo de salvação, se aproxime a cada dia de Deus, por meio da santificação, crescendo na graça e conhecimento de Cristo (II Pe.3:18), submetendo-se a um contínuo aperfeiçoamento (Ef.4:12).
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- A vida cristã tem como objetivo fazer com que “Cristo seja formado em nós” (Gl.4:19), levar-nos à “medida da estatura completa de Cristo” (Ef.4:13) e, para tanto, além dos dons ministeriais que o Senhor Jesus põe em Sua Igreja para que alcancemos tal crescimento, torna-se absolutamente indispensável que vivamos em contínua santificação (Ap.22:11).
- Por isso, a Palavra de Deus ensina-nos que todo verdadeiro e genuíno cristão pratica boas obras (Mt.5:16; Tg.2:14-18), boas obras que fazem com que cada cristão seja uma pessoa virtuosa, um verdadeiro “cristão”, ou seja, um “pequeno Cristo”, pois Jesus, enquanto neste mundo, jamais cessou de fazer o bem (At.10:38).
- Por isso, o próprio Paulo, na continuidade desta carta aos filipenses, diz àqueles crentes que eles devem ter sua mente voltada para tudo aquilo que tem alguma virtude (Fp.4:8), pois, como ensina Pedro, tendo o cristão escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo e sido feito participante da natureza divina (II Pe.1:4), deve acrescentar à fé, a virtude (II Pe.1:5), pois o Seu divino poder nos deu tudoo que diz respeito à vida e piedade e, deste modo, fomos chamados para a Sua glória e virtude (II Pe.1:3), ou seja, ao imitarmos o Senhor, teremos, necessariamente, de ter uma vida virtuosa sobre esta Terra.
OBS: Observemos, por importante, que a palavra “virtude” no sentido em que estamos a falar aqui, ou seja, como tradução da palavra grega “areté”, somente aparece três vezes em o Novo Testamento, precisamente em Fp.4:8 e II Pe.1:3,5 na Versão Almeida Revista e Corrigida. Nas outras passagens, onde encontramos a palavra “virtude”, temos a tradução da palavra grega “dynamis”, que significa “poder”, como, v.g., em Mc.5:30; Lc.1:17; 4:14; At.1:8; 10:38; Rm.15:13; I Co.4:19, entre outras passagens.

II – A OBEDIÊNCIA DOS CRENTES DE FILIPOS
- Paulo, após ter feito a descrição do sentimento que houve em Cristo Jesus, para que os crentes de Filipos seguissem este mesmo exemplo, faz um apelo a eles no sentido de que fossem obedientes, não só na presença do apóstolo, mas, também, em sua ausência e que “operassem a salvação com temor e tremor” (Fp.2:12).
- A primeira observação que devemos aqui fazer é que Paulo trata os crentes de Filipos como “meus amados”. O apóstolo revela, assim, possuir a mais importante das virtudes teologais, qual seja, o amor, amor que se traduz não só por amor a Deus mas, mais do que isto, na posse do amor de Deus que nos faz amar a todos os demais seres humanos.
- Paulo amava os filipenses e, por isso, queria que eles tivessem uma vida moral ilibada, uma vida virtuosa. O verdadeiro amor, portanto, não se apresenta, como o mundo quer nos fazer crer, numa atitude de simples e mero respeito pela opção de vida tomada pelo próximo, mas, sim, numa atitude que procura levar a verdade e a salvação para o próximo.
- Não podemos ser indiferentes aos outros, como querem os homens sem Deus nem salvação que nós sejamos em nossa vida dita religiosa. O amor de Deus que está em nossos corações leva-nos, sim, a evangelizar, a dizer aos outros que precisam crer em Cristo Jesus para alcançarem a salvação de suas vidas, para terem a vida eterna.
- A alegação, que vemos muito em nossos dias e que, pasmem todos, já conquistou a mente de muitos que cristãos se dizem ser, de que a vida religiosa deve ser exercida de modo particular, de que a divulgação da nossa fé aos outros, o chamado “proselitismo religioso” é algo desrespeitoso, não merece qualquer guarida na vida de um cristão genuíno, autêntico e verdadeiro.
- É evidente que a divulgação do Evangelho não significa uma imposição, mas, sim, uma proposição, ou seja, nós iremos pregar o Evangelho não para impor a doutrina aos homens, mas para lhes propor o caminho da salvação. Somos servos de Deus e, como tal, temos de, a exemplo do Criador, respeitar o livre-arbítrio das pessoas.
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- No entanto, não podemos, de forma alguma, reservar esta fé e esta notícia da salvação às quatro paredes de nossos templos ou a nossos lares, pois isto não é assunto que deva ficar restrito aos que já foram alcançados pela salvação. A igreja não é um “clube fechado”, mas uma agência de salvação. Se realmente amamos o próximo, se temos o amor de Deus, devemos, a exemplo de Paulo, querer que os homens não só sejam salvos, mas que cresçam espiritualmente, se santifiquem e alcancem uma vida virtuosa. Temos agido desta maneira?
- Paulo, como amava os filipenses, queria que eles obedecessem ao Senhor, não só na presença do apóstolo, mas, muito mais, na sua ausência, ausência que já se fazia prolongada por causa da sua prisão.
- Com relação aos crentes de Filipos, aliás, o apóstolo dá testemunho de que eles estavam a obedecer tanto na sua presença, quanto na sua ausência, algo, aliás, que não se verificara na igreja em Corinto (II Co.13:10).
- Assim, há igrejas em que, na ausência do ministro, do pai na fé, comportam-se de uma maneira diversa da quando ele se faz presente. Lamentavelmente, ha igrejas locais, departamentos e grupos que fazem jus ao provérbio inglês “when the cat ist away, the mice play”, ou seja, “quando o gato está fora, os ratos fazem a festa”. Será que temos nos comportado desta forma, amados irmãos?
- O apóstolo é bem claro ao afirmar que a obediência devida é a Deus e, como Deus sempre está presente, não podemos condicionar nossa vida à presença, ou ausência, das lideranças. Este não é um comportamento digno de quem quer entrar nos céus. Como temos agido, amados irmãos? Pensemos nisto!
- Mas, além da obediência, que o apóstolo já sabia haver entre os crentes de Filipos, havia um outro pedido, que era fundamental para que se tivesse uma vida virtuosa, uma vida que repetisse o exemplo de Cristo Jesus, que tivesse o mesmo sentimento que houvera em Nosso Senhor durante o Seu ministério terreno. Era fundamental que os crentes de Filipos “operassem sua salvação com temor e tremor”.
- O significado de “operar” aqui, que a Nova Versão Internacional traduz como “pôr em ação” e Tradução da CNBB por “realizar”, é o de “produzir”, “conseguir”, “atingir”. “…Paulo mostra que realmente pomos em funcionamento a nossa salvação, em termos não-legalistas. (…). O processo (do princípio ao fim, da conversão à glorificação), na realidade terá de ser efetuado mediante o exercício da vontade humana, que ‘acolhe e encoraja’ a vontade divina, para que esta opere.(…). Desenvolvemos nossa salvação porque cada avanço na espiritualidade é realizado por nós, na medida em que vamos cooperando com o poder divino. Nenhum avanço pode ser atingido sem essa cooperação.(.). A essência desta ideia é a de que ‘somos responsáveis’ por cada passado de nossa salvação, incluindo a conversão (quando nos achegamos a Cristo), a santificação (quando permitimos que o Seu Espírito nos torne santos) e as boas obras (quando pomos em prática a lei do amor)…” (CHAMPLIN, R.N. Novo Testamento interpretado versículo por versículo, v.5, pp.33-4).
- Vemos, pois, que “operar a salvação com temor e tremor” nada mais é que viver uma vida virtuosa, deixar aflorar em nossa vida as “virtudes teologais” que, unidas às “virtudes humanas”, possam fazer com que sejam pessoas que praticam boas obras, que sejam “homens e mulheres de bem”, cujo testemunho possa fazer com que as pessoas glorifiquem a nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).
- “Temor e tremor” é expressão que tem o significado, segundo os estudiosos do grego do Novo Testamento, da “ansiedade de alguém que, não confiando em suas próprias habilidades, faz o melhor de si para cumprir os seus deveres religiosos” (Strong 5156 apud Bible Works). Como explica Weadlaw, citado por Russell Norman Champlin: “ ‘…temor, autodesconfiança, consciência sensível, vigilância contra a tentação; uma inspiração que se opõe à altivez de espírito, o cuidado para que se não caia, constante apreensão ante o fato de que o coração é tão enganoso, o temor devido ao poder insidioso da corrupção no íntimo.’…”. E acresce o próprio Champlin: “ …Um respeito são é aqui recomendado, e até mesmo o temor, no sentido ordinário do termo, porquanto o nosso Senhor é o Rei dos reis.…’ (Novo Testamento interpretado versículo por versículo, v.5, p.34).
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- ‘Temor e tremor” é uma expressão que nos mostra que, em nossa vida cristã, devemos reconhecer o senhorio de Cristo não somente sobre as nossas vidas, mas sobre todo o Universo, sabendo que devemos-Lhe obedecer não por medo, mas por tendo bem ciência de que todo joelho se dobrará a Ele e que horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb.10:31).
- Paulo queria que os crentes de Filipos jamais se esquecessem de que estavam a servir ao Rei dos reis, ao Senhor dos senhores, que a vida cristã não é uma brincadeira, um mero exercício religioso, mas algo que nos garante a nossa eternidade com Aquele que está sobre todo o nome.
- Esta seriedade da nossa posição diante de Cristo tem sido negligenciada por alguns em nossos dias. Muitos estão a “brincar de ser crentes”, a levar uma vida espiritual frívola e superficial. A reduzir a vida com Cristo a uma mera ocasião social, nos domingos à noite, onde, aliás, infelizmente, em muitos casos, não há sequer um encontro com o Senhor Jesus, mas uma mera sessão teatral, um mero instante de entretenimento e de alívio emocional enganoso e ilusório.
- O proverbista diz que assim como o louco que lança de si faíscas, flechas e mortandades, é o homem que engana o seu próximo e diz que o fez por brincadeira (Pv.26:18,19). Como, então, qualificar alguém que procura enganar ao Senhor, que tem uma vida espiritual dúplice e claudicante? Muito mais do que louco!
- Paulo mostra aos filipenses a seriedade da vida cristã e a necessidade de sermos obedientes ao Senhor em todo o tempo, incondicionalmente, independentemente das circunstâncias. Esta noção tem faltado a muitos que, tendo má compreensão do que seja o amor e a graça de Deus, acham que podem “brincar com o pecado”, podem ter uma vida irresponsável diante do Senhor.
- Temos de ser obedientes a Deus, submissos a Ele, em todo o tempo, com todo o coração, é o que nos ensina o apóstolo Paulo nesta sua recomendação aos crentes de Filipos.
- Neste sentido, podemos até dizer que nos falta aqui uma certa noção que vem do islamismo. Aliás, a palavra “islão” já significa “submissão” e é nesta atitude que se encontra a essência do relacionamento com Deus segundo os muçulmanos. Verdade é que não é esta toda a realidade que Deus Se revelou aos homens na Bíblia Sagrada, mas este lado tem sido indevidamente negligenciado por muitos que cristãos se dizem ser na atualidade.
- Devemos realizar a nossa salvação com “temor e tremor”, ou seja, reconhecendo a soberania de Cristo e sabendo que precisamos nos dedicar totalmente a fazer a Sua vontade, mesmo que isto represente um verdadeiro “terremoto” em nossa maneira de viver.
- Nesta mudança completa em nossos hábitos, não podemos confiar em nós mesmos, mas, sim, em Deus, que “opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Fp.2:13).
- Transformados pela salvação em Cristo Jesus, sendo “novas criaturas” (II Co.5:17; Gl.6:15), temos de ter a convicção de que não somos mais quem vivemos, mas é Cristo que vive em nós (Gl.2:20) e, desta forma, não há porque temermos as mudanças que sobrevirão em nossas vidas, pois não só passaremos a querer o que Deus quer, mas cumpriremos a Sua vontade.
- Deus opera em nós tanto o querer como o efetuar, pois, em Deus, o desejo já é uma realidade. Encontra-se aqui, aliás, uma grande diferença entre Deus e o homem. Enquanto em Deus, o querer já é o efetuar, no ser humano há uma distância entre a vontade e a realidade, distância esta que nos faz entender quanto devemos depender de Deus.
- Quando nos esforçamos em obedecer ao Senhor, em nos aproximar d’Ele, em buscar a sua presença, em termos cada vez mais intimidade com o Senhor, Ele passa a efetuar em nós o Seu querer, de modo que a nossa salvação é desenvolvida, é realizada, caminhamos cada dia em direção ao Senhor.
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- A realidade da nossa vida cristã deve ser tal que devemos repetir as palavras do poeta sacro: “A cada passo que eu dou na vida é um degrau a mais que subo ao céu. Em Cristo, tenho a melhor guarida e da morte não temo labéu. A cada passo vou me aproximando daquele lar que Cristo prometeu e, passo a passo, sigo caminhando, a cada instante mais perto de Deus”. É esta a nossa vida?

III – A VIDA VIRTUOSA QUE PAULO DESEJAVA AOS CRENTES DE FILIPOS
- Após ter reconhecido a obediência dos crentes de Filipos e, de igual modo, recomendado aos seus amados irmãos em Cristo que desenvolvessem a sua salvação com temor e tremor, o apóstolo, partindo do exemplo de Cristo Jesus, diz, concretamente, o que esperava ver na vida dos crentes filipenses quando chegasse a vê-los novamente.
- A vida virtuosa desejada pelo apóstolo Paulo aos filipenses começava com uma vida ausente de murmurações e contendas (Fp.2:14): “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas”.
- Temos aqui dois componentes que impedem as pessoas de “a cada passo caminhar rumo ao céu”. A primeira delas é a murmuração, elemento que, inclusive, impediu o povo da geração do êxodo de ingressar na Terra Prometida (Nm.14:27-38).
- “Murmuração”, diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, significa “ato ou efeito de murmurar; murmúrio; rumor infundado; boato; falatório depreciativo; detração; maledicência”. Vem do latim “murmuratio, onis”, que significa “descontentamento”. Esta palavra, por sua vez, vem da raiz “mu”, que vem do grego “mu”, que é uma onomatopeia, a reprodução do grunhido de um cão, de um gemido de dor.
- No Antigo Testamento, a palavra hebraica é “tawlunah” (תלונה ) ou “talunah” (תלנה ), que tem exatamente o significado já mencionado no dicionário da língua portuguesa, sendo que, em o Novo Testamento, a palavra grega é “gongusmós” (γογγυσμός), que também tem o mesmo sentido já aludido.
OBS: Em I Pe.2:1, a palavra traduzida por “murmurações” na Versão Almeida Revista e Corrigida é “katalalia”, cujo significado mais preciso é o de “maledicência”, tanto que é esta a palavra utilizada na Nova Versão Internacional, na Bíblia de Jerusalém e na Versão Almeida Revista e Atualizada.
- Percebemos, por primeiro, pois, que a “murmuração” é um falar que nos aproxima da irracionalidade, pois se trata de um gemido de dor, de um grunhido de cão, ou seja, algo decorrente do instinto, algo que não é necessariamente pensado e que decorre de uma situação de desagrado, de infelicidade. É, como diz o Comentário VINE, de “dizer algo em tom baixo”, “queixar-se com indignação”.
- Notamos, portanto, que a “murmuração” é uma atitude que nasce de um desagrado, de uma situação emocional adversa, em que a pessoa age por instinto, sem pensar naquilo que está a fazer. É uma ação de quem se deixa levar instintivamente, ou seja, pela “carne”, pela natureza pecaminosa.
- Bem se vê, pois, que a “murmuração” não tem guarida em um ser que é guiado pelo Espírito Santo, que não mais anda segundo a carne, mas pelo Espírito (Rm.8:1). É atitude de quem é sensual, ou seja, que se guia pelos instintos, e que, portanto, não tem o Espírito (Jd.19).
- Quando vemos o povo de Israel murmurando na caminhada para a Terra Prometida, bem percebemos que isto se dava porque eles eram movidos pelas necessidades imediatas que estavam a passar (fome, sede, desejos), necessidades que os faziam desconsiderar a Deus e a todas as maravilhas que o Senhor estava a operar no meio do povo.
- Na murmuração, ainda que “à boca pequena” (numa clara demonstração de que há a noção da soberania divina), o ser humano mostra o Seu desagrado para com Deus, revela, assim, uma falta de temor e de tremor, precisamente o que o apóstolo recomendara para os filipenses.
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- O problema maior, em torno da murmuração, é que ela se espalha no meio do povo, é uma verdadeira praga, que a todos contamina e faz com que a situação se torne de rebelião contra o próprio Deus (Ex.16:7; Nm.14:27; 17:10).
- Quem murmura deixa de ser guiado pelo Espírito Santo e começa a andar segundo a carne e, por conseguinte, corre sério risco de morrer espiritualmente, “…porque a inclinação da carne é morte (…) a inclinação da carne é inimizade contra Deus (…) os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm.8:6-8).
- Quando Paulo diz aos filipenses que nada fizessem por “murmuração”, estava a pedir-lhes que não permitissem que se deixassem levar pela carne e, assim, deixassem de servir ao Senhor. Escrevendo aos coríntios, Paulo bem claro ao mandar que os salvos não murmurassem, para que não pereçamos, a exemplo da geração do êxodo, pelo destruidor (I Co.10:10).
- Quantos que não estão a fazer aquilo que Paulo recomendou expressamente que os filipenses não fizessem? Quantos que não param de murmurar e de reclamar, dando vazão à carne e comprometendo a sua salvação? Tomemos cuidado, amados irmãos!
- O apóstolo também recomenda que os filipenses nada fizessem por contenda, expressão que não haveremos aqui de minudenciar, pois já tratamos deste assunto na lição anterior, quando vimos que a contenda, igualmente uma obra da carne, é um subproduto da soberba e da perversão.
- Somente fazendo as coisas sem murmuração nem contenda, os salvos podem ser irrepreensíveis e sinceros (Fp.2:15), duas características fundamentais para que um salvo seja, efetivamente, um servo do Senhor, um filho de Deus.
- “Irrepreensível” é aquele que “não dá margem a repreensão ou censura; sem nenhuma falha; perfeito; escorreito”. No texto em apreço, a palavra grega empregada é “amemptos” (άμέμπτως), cujo significado é “sem culpa”, “digno de nenhuma censura”, “livre de falta ou de defeito”.
- Para que os salvos sejam pessoas que não sejam censuradas nem reprovadas seja pelos demais membros em particular da Igreja, seja pelos incrédulos, é indispensável que tudo seja feita sem murmuração nem contenda. Quando agimos por humildade, considerando os outros superiores a nós mesmos e aceitamos a vontade de Deus em nossas vidas, confiando no Senhor e não dando margem aos nossos instintos, temos condição de ser “irrepreensíveis”.
- O apóstolo deixa-nos aqui a preciosa lição de que a “irrepreensibilidade” não é algo que venha de nós. Pelo contrário, é uma consequência de nos guiarmos pelo Espírito Santo, de não fazermos a nossa própria vontade, mas, sempre, de cumprirmos a direção e orientação do Santo Espírito, de podermos cumprir a Sua vontade.
- Quando agimos pelos nossos instintos, quando resolvemos agir “segundo a nossa cabeça”, certamente damos margem a que sejamos censurados pela Igreja, certamente damos um passo mais distante do Senhor, ficando à mercê do destruidor que poderá fazer com que nós pereçamos e não entremos no lar celestial.
- Mas, além de irrepreensíveis, devemos, também, ser sinceros. “Sincero”, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é aquele “que se exprime sem artifício nem intenção de enganar ou de disfarçar o seu pensamento ou sentimento; que é dito ou feito de modo franco, isento de dissimulação; em quem se pode confiar; verdadeiro, leal; que demonstra afeto; cordial.”
- Em Fp.2:15, a palavra grega empregada é “akeraios” (άκέραιος), cujo significado é de “não misturado”, “puro”, “sem mistura do mal, livre de culpa, inocente, simples”.
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- Quando nada fazemos por murmuração ou contenda, ou seja, quando fazemos o bem de coração, temos o hábito de fazer bem porque temos as “virtudes teologais” infundidas em nós pelo Espírito Santo, quando os inclinamos a praticar boas obras, como resultado de um caminhar decidido em direção ao Senhor, somos “sinceros”, ou seja, “não temos culpa”, “não temos mistura”, não permitimos que o velho homem, o homem carnal “desça da cruz”, mantemo-nos “crucificados com Cristo” (Gl.2:20) e, deste modo, fazemos tão somente a vontade do Senhor.
- Não é um processo fácil, porquanto este “velho homem” não desapareceu ainda de nosso interior. Encontra-se crucificado com Cristo, mas ainda presente, combatendo contra o nosso espírito (Gl.5:17). Mas, se alimentarmos o nosso espírito, aproximando-nos cada vez mais do Senhor, buscando a nossa santificação por meio da meditação nas Escrituras, da oração, do temor a Deus, da digna participação na ceia do Senhor, que são os mais importantes “meios de santificação”, certamente poderemos ter esta sinceridade que é requerida aqui pelo apóstolo aos crentes de Filipos.
- Esta irrepreensibilidade e sinceridade do salvo faz com que ele tenha um comportamento completamente diferente, contrário ao do restante das outras pessoas que não tem a salvação em Cristo Jesus. Paulo é claro ao dizer que, ante esta irrepreensibilidade e sinceridade, o salvo surge como “filho de Deus inculpável no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp.2:15).
- Temos aqui, então, uma demonstração cabal de que o salvo é diferente do incrédulo. É luz, enquanto o mundo está em trevas. Jesus disse que nós somos a luz do mundo (Mt.5:14), luz está que advém do próprio Cristo, Ele, em sentido próprio, a luz do mundo (Jo.8:12).
- Esta luz, que brilhava por si só enquanto o Senhor Jesus estava no mundo (Jo.9:5), agora é vista mediante o reflexo advindo da Igreja, do conjunto dos salvos em Cristo Jesus, que, como espelho, refletem a glória do Filho de Deus (II Co.3:18), fazendo com que os homens glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt.5:16).
- É bem este o sentido que o apóstolo nos indica aqui, pois a palavra “astros” é, no original, a palavra grega “foster” (φωστήρ), que a Versão Almeida Revista e Atualizada traduziu por “luzeiros”, querendo, com isto, indicar que se trata de um corpo celeste que não tem luz própria, mas que irradia a luz de outrem. Aliás, F. Wilbur Gingrich e Frederik W, Danker, em seu Léxico do Novo Testamento Grego/Português, entende que o melhor significado para esta palavra grega é “esplendor, radiância”.
- Enquanto a geração do mundo é corrompida e perversa, ou seja, se deixou dominar pelo pecado, caminha de abismo em abismo (Sl.42:7), vivendo perversamente, cada vez mais aprofundada no pecado, os “filhos de Deus” exsurgem como “luzeiros”, como “esplendores”, refletindo a glória de Deus e mostrando uma vida “sem a culpa do pecado”, uma vida de total liberdade, já que não mais são escravos do pecados, libertos que foram pelo Senhor Jesus.
- Não se pode, diante deste quadro que o apóstolo Paulo queria ver em Filipos quando ali chegasse, concordar com aqueles que, nos dias hodiernos, defendem um “outro evangelho”, um evangelho que compactua com os costumes mundanos, com a mentalidade pós-moderna vigente, um evangelho que, como dizia o suadoso pastor Walter Marques de Melo, é um evangelho “light”, que não erradica o pecado, nem com ele rompe.
- Lamentavelmente, existem milhões e milhões de sedizentes crentes que não são filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa que resplandecem como astros no mundo.
- Por primeiro, não são filhos de Deus, pois não estão sendo guiados pelo Espírito Santo (Rm.8:14). Quem é guiado pelo Espírito Santo, é guiado em toda a verdade (Jo.16:13), verdade esta que é a Palavra de Deus (Jo.17:17).
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- Todavia, estes sedizentes crentes não pautam sua vida de acordo com a Bíblia Sagrada, mas estão a seguir doutores conforme as suas próprias concupiscências, pois não suportam mais a sã doutrina (II Tm.4:3), preferindo seguir fábulas, invenções humanas, interpretações distorcidas das Escrituras a obedecer o que contém a Bíblia, que, para eles, é um “livro antiquado que precisa evoluir”.
- Por segundo, não são inculpáveis, pois, como não se santificam pela Palavra de Deus (Jo.17:17), carregam consigo a culpa do pecado, pois voltaram a pecar, voltaram a seguir a carne, a sua natureza pecaminosa, já que não são guiados pelo Espírito Santo. Portanto, corromperam-se, retornaram à escravidão do pecado.
- Por terceiro, como entraram em comunhão com o mundo, com o pecado, com a geração corrompida e perversa, já não mais refletem a glória de Deus, perderam o brilho da salvação, estão entenebrecidos, andam agora nas trevas. Suas ações são em tudo idênticas aos que afirmam não crer em Cristo, são apenas “cristãos nominais”, mas seus frutos demonstram claramente que não mais estão na luz. São pessoas que amaram mais as trevas do que a luz e, por isso mesmo, abandonaram o caminho santo, para que suas obras não sejam reprovadas (Jo.3:19-21).
- Como é triste constatar que esta é a situação de muita gente que se diz cristã na atualidade, aqueles que, por se multiplicar a iniquidade, tiveram seu amor a Deus esfriado (Mt.2412) e, por isso, apostataram da fé, dando ouvido a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (I Tm.4:1). Que Deus nos dê a graça de não pertencer a estes “quase todos” que estão a caminhar por veredas sombrias e tortuosas!
- Paulo não queria chegar a Filipos e ver uma igreja apostatada, uma igreja que estivesse desviada dos caminhos do Senhor. Que também seja este o desejo sincero de cada irmão em Cristo Jesus nestes últimos dias da dispensação da graça. Lutemos para arrebatar os nossos irmãos da apostasia que tem grassado e levado a quase todos os que cristãos se dizem ser. E quando falamos “quase todos”, não estamos sendo alarmistas, pois é este o sentido da palavra grega traduzida por “muitos” em Mt.24:12. Que Deus nos guarde!
- Para sermos filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa e resplandecermos como astros no mundo, é necessário que “retenhamos a Palavra da vida” (Fp.2:16).
- Não há como nos mantermos em santificação e nos aproximando cada vez mais do Senhor Jesus e da “estatura completa de Cristo” se não “retivermos a Palavra da vida”, se não alimentarmos nosso homem interior com a Palavra de Deus (Mt.4:4).
- É preocupante verificarmos, em nossos dias, o pouco tempo que se dedica à meditação nas Escrituras, este alimento diário que deve alimentar e fortalecer o nosso espírito, que combate diuturnamente contra a carne em nosso interior.
- Recentemente, um líder de adolescentes de uma igreja onde fomos dar um ensinamento, disse-nos que inquiriu o conjunto de adolescentes, cerca de trinta pessoas, quem não lia uma palavra sequer da Bíblia Sagrada durante a semana e, para seu espanto, todos os adolescentes disseram que era exatamente o que ocorria em suas vidas! Como podemos, amados irmãos, ser filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa se não temos uma leitura devocional das Escrituras diariamente?
- Poderíamos ficar imunes a doenças e manter uma saúde física se não nos alimentássemos diariamente? Certamente que não! É exatamente isto que se faz necessário em nosso aspecto espiritual com relação à Bíblia Sagrada!
- Paulo é bem claro ao dizer aos filipenses que eles precisavam “reter a Palavra da vida” para que pudessem ter uma vida virtuosa, para que pudessem fazer o bem, para que pudessem levar as pessoas a glorificar o nosso Pai que está nos céus.
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- Era isto que Paulo desejava ver nos crentes filipenses quando ali chegasse. Era este o motivo que o fazia gloriar (Fp.2:16). O apóstolo diz que a razão de ser de seu trabalho era ver os crentes salvos, crendo em Cristo, mas vivendo uma vida de contínua aproximação para com o Senhor.
- Paulo não se impressionava com o número de pessoas que se convertiam e desciam às águas do batismo e se faziam membros da igreja. Não, não e não! Paulo somente entendia ter tido êxito em seu trabalho quando verificava que estes crentes que haviam crido, se batizado e se tornado membros da igreja local tinham uma vida de retenção da Palavra da vida e apareciam, no meio da geração corrompida e perversa, resplandecendo como astros no mundo.
- Nos dias em que vivemos, não são poucos os obreiros que entendem ter “cumprido a missão” tão somente quando levam a seus superiores na hierarquia eclesiástica relatórios financeiros exitosos, quando mostram a igreja cheia de pessoas nos cultos dominicais noturnos, quando apresentam números de pessoas que são levadas ao batismo nas águas.
- Tudo isto é muito bom e serve até de um indício de que se está realizando a contento a obra de Deus, mas, muito mais do que isto, é preciso verificar como estão vivendo estes sedizentes cristãos. Têm eles vivido como filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, resplandecendo como astros no mundo? Ou vivem eles como qualquer incrédulo, convivendo com uma vida pecaminosa, sendo dignos de censura e reprovação por todos, sendo verdadeiros hipócritas religiosos?
- O apóstolo diz que somente teria certeza de que não tinha trabalhado em vão se observasse uma vida virtuosa entre os crentes de Filipos (Fp.2:17). Será que nosso trabalho tem sido em vão, amados ministros?
- Em havendo a presença desta vida virtuosa entre os crentes de Filipos, o apóstolo não se importava em ter de morrer por causa da fé. Seria martirizado com alegria, pois saberia que havia, realmente, preparado uma igreja que se apresentasse a Cristo como uma virgem pura a seu marido (II Co.11:2).
- O pastor, aquele que apascenta o rebanho do Senhor, não deve ter outro objetivo, outra finalidade em seu trabalho senão levar aquele rebanho como uma virgem pura ao marido, a Cristo, por ocasião do arrebatamento da Igreja, quando nos encontraremos com o Senhor nos ares para vivermos para sempre com Ele (I Ts.4:16,17). Deve ser esta a sua meta, o móvel de toda a sua atividade.
- Ao falar sobre o seu destemor de ser morto por causa do Evangelho, Paulo usa a expressão “ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício” (Fp.2:17). Aqui, mais uma vez, vemos que o apóstolo tinha bem consciência de qual era a sua posição na obra de Deus.
- Paulo não se apresenta como sendo “o sacrifício”. O apóstolo bem sabia que o único sacrifício agradável a Deus foi o do próprio Cristo, o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo (Jo.1:29), coisa que Jesus fez “…uma vez, oferecendo-Se a Si mesmo” (Hb.7:27), por intermédio do “…Seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (Hb.9:12), Cristo que “…Se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus”, cujo sangue purifica as nossas consciências das obras mortas para servirmos ao Deus vivo (Hb.9:14).
- Paulo tinha absoluta consciência de que não podia salvar-se a si mesmo e que dependia do sacrifício único de Cristo no Calvário para ter acesso ao Pai. Mas, poderia, sim, ser a “libação sobre o sacrifício”. A “libação” nada mais era, dentro do cerimonial dos sacrifícios na lei, que o verter de uma bebida sobre o altar, bebida esta que outra não era senão o próprio sangue da vítima (Lv.1:5,11;3:2), “…numa espécie de gesto final de consagração do sacrifício. Paulo não negava o sangue de sua própria vida (não pretendia evitar o martírio), contanto que isso fizesse a fé dos crentes filipenses avançar. E nisso se pode ver, como é óbvio, a extraordinária dedicação do apóstolo dos gentios, tal como, em Rm,12:1, cada um de nós é convocado para ser um ‘sacrifício vivo’.…” (CHAMPLIN, R.N. op.cit., p.37).
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- Este sentido dado a Paulo ao eventual efeito de sua morte sobre a fé dos crentes tem sido verificado ao longo da história da Igreja. Tertuliano (±160-220), outro dos chamados Pais da Igreja, foi explícito ao afirmar que “o sangue dos mártires é a semente de novos cristãos” e o que disse não ficou apenas circunscrito às perseguições romanas vivenciadas por aquele pai da Igreja mas tem acompanhado a Igreja desde o seu nascedouro.
-A alegria não deveria ser apenas de Paulo, mas o apóstolo queria que os próprios crentes de Filipos se alegrassem ao ver uma vida virtuosa entre os irmãos, ao contemplarem o “serviço da fé”, ou seja, uma fé operosa, que produzisse frutos de justiça, que se traduzisse em uma vida diferente e completamente distinta da que era vivida pelos que não tinham a salvação.
- Será que podemos ter esta alegria que Paulo e os filipenses certamente desfrutaram quando o apóstolo esteve entre eles? Será que podemos observar, entre nós, em nossa vida, em nossa igreja local, astros resplandecentes no mundo, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa? Ou será que a podridão do mundo já tem nos alcançado?
- Temos aqui a quinta alegria mencionada pelo apóstolo nesta carta aos filipenses, a “carta a alegria”, que é a “alegria de sofrer por Cristo”. “…Nessa carta constantemente Paulo está face a face com a morte; considera o seu martírio como probabilidade. Neste versículo Paulo se transporta em seu pensamento para o templo em Jerusalém na hora do sacrifício. A vítima está imolada e posto no altar: o fogo está acesso. Chegou o momento cruciante, o auge da cerimônia toda: o sacerdote derrama sobre a vítima a libação. É o que aperfeiçoa o sacrifício. Paulo se considera essa libação , o que completa o serviço e sacrifício da fé dos filipenses. O seu martírio seria justamente isso, a libação sobre o sacrifício. Por isso, os filipenses deveriam se alegrar, e alegrar-se juntamente com ele. Alegria no sofrimento, mesmo que este seja o sacrifício supremo.…” (SENA NETO, José Barbosa de. Carta aos filipenses: a carta da alegria! Disponível em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 29 maio 2013).
- Esta alegria, que, do ponto-de-vista puramente humano pareceria incompreensível, é resultado da comunhão com Deus, da comunhão no Espírito. A alegria aqui existente é espiritual, uma das qualidades do fruto do Espírito (Gl.5:22). Era a mesma alegria apresentada pelos apóstolos depois que foram açoitados por ordem do Sinédrio (At.5:41), é a convicção de que se está no mesmo caminho trilhado por Cristo, de quem verifica que o Senhor o fez digno de padecer por causa do Evangelho.
- Somos capazes de sentir esta alegria? Será que temos a visão espiritual capaz de nos fazer entender que o sofrimento por causa do Evangelho, por causa do nome de Jesus é uma bem-aventurança (Mt.5:11,12)? Ou nossa vida “espiritual” não vai além dos sentimentos, das emoções puramente humanas, que sucumbe ante a sofrimentos, perseguições, dificuldades ou, mesmo, ameaças de morte? Pensemos nisto!
- O salvo em Cristo, como nos mostra o apóstolo, é uma pessoa que tem uma vida virtuosa, uma vida completamente diferente dos demais que habitam este planeta. Será que, aos olhos do apóstolo, seríamos considerados cristãos? Pensemos nisto!
Colaboração para o Portal Escola Dominical - Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

domingo, 28 de julho de 2013

Jesus, o Modelo Ideal de Humildade - Francisco A. Barbosa

TEXTO ÁUREO
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”(Fp 2.5). - este versículo faz a conexão entre as exortações (vs 1-4) e o hino (vs 6-11). Abordando o orgulho que está na raiz da discórdia dos filipenses (1.27-2.4), Paulo aponta para Cristo como o exemplo supremo de humildade. Mas Cristo não é só um exemplo (Rm 15.1-3; 2Co 10.1). Ele é, antes de tudo, Senhor e Salvador (v 11;3.20)[nota textual Fp 2.5, Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1414].
VERDADE PRÁTICA
Jesus Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 2.5-11

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conhecer o estado eterno da pré-encarnação de Cristo;
  •  Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo, e
  • Compreender a exaltação final de Cristo.
PALAVRA-CHAVE
Humildade: Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza. (latim humilitas, -atis, pequenez, modéstia); s. f. 1. Qualidade de humilde; 2. Capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações. = modéstia ? altivez, arrogância, orgulho; 3. Sentimento de inferioridade. = rebaixamento; 4. Demonstração de respeito, submissão. = deferência, reverência ? desrespeito; 5. Ausência de luxo ou sofisticação. = simplicidade, sobriedade ? ostentação; 6. Pobreza, penúria.
UNIÃO HIPOSTÁTICA“[Do gr. hypostasis]  Doutrina que, exposta no Concílio de Calcedônia em 451, realça a perfeita e harmoniosa união entre as naturezas humana e divina de Cristo. Acentua este ensinamento ser Jesus, de fato, verdadeiro homem e verdadeiro Deus”(Dicionário Teológico, p.352, CPAD).
Natureza HumanaNatureza Divina
“Embora o título ‘Filho do Homem’ apresente duas definições principais, são três as aplicações contextuais, no Novo Testamento. A primeira é o Filho do Homem no seu ministério terrestre. A segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como por Mc 13.24). Assim, atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente dentro do Judaísmo. A terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua glória futura (ver Mc 13.24, que aproveita diretamente toda a corrente profética que brotou do livro de Daniel). […] Logo, Jesus é o Filho do Homem - passado, presente e futuro. […] O fato de o Filho do Homem ser um homem literal é incomparável” (Teologia Sistemática:Uma Perspectiva Pentecostal, pp.312-13, CPAD).“Os escritos joaninos dão bastante ênfase ao título ‘Filho de Deus’. João 20.31 afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é ‘para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome’. Além do uso do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes ‘o Filho’, sem acréscimo de outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em que Jesus se dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como ‘Pai’ […].As afirmações: ‘Eu sou’ são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações de Jesus na primeira pessoa, formam uma parte relevante da auto revelação dEle [’Eu Sou’ é a declaração da auto revelação divina (cf. Êx 3.14)]”(Teologia do Novo Testamento, pp.203, 205, CPAD).
COMENTÁRIO
introdução
Nesta lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana, obediência e humilhação, bem como a sua divindade - a kenosis (esvaziamento) de Jesus Cristo (Fp 2.5-11). Os primeiros cristãos da era apostólica viviam esse conceito de auto-esvaziamento (At 20.24; Gl 2.20). A principal verdade por trás deste conceito é a ideia de abandonar um estilo de vida egocêntrico para adotar um estilo de vida altruísta (2Co 5.15) o que na vida cristã genuína, é viver para Jesus Cristo e se doar em serviço aos irmãos, sendo dos dois o conceito de maior força o de viver para Cristo (que implica diretamente viver em serviço abnegado aos outros também). Logo, é um “abandonar os próprios interesses” para “buscar os interesses de Jesus Cristo e Seu reino eterno”. Os primeiros cristãos absorveram tanto esse conceito, que chegaram a vender bens materiais e distribuir o arrecadado para os que tinham necessidade. Foi também por causa deste conceito enraizado no coração e na mente que muitos perderam suas vidas na pregação do evangelho, pois mesmo diante das ameaças de morte, não poderiam deixar de falar Daquele para quem eles viviam. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)
1. Ele deu o maior exemplo de humildade. Na Epístola aos Filipenses, lemos: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (v.5). Paulo usa o exemplo de Cristo para impor um apelo ao altruísmo. Como Cristo deixou voluntariamente de lado sua glória celeste para vir ao mundo e morrer, devemos estar dispostos a olhar além de nossos interesses em nome dos outros. Embora o seu desejo seja fortalecer sua exortação em vez de estabelecer uma doutrina, Paulo apresenta em Fp 2.5 uma das maiores declarações do Novo Testamento em relação à pessoa e obra de Jesus Cristo.
2. Ele era igual a Deus. “Que, sendo em forma de Deus” (v.6). A palavra formarefere-se à realidade subjacente e não apenas à aparência; a referencia aqui não é à forma física de Cristo, mas à sua essência divina, uma qualidade que é imutável. Igual a Deus refere-se ao modelo da existência de Cristo. Cristo compartilhava as glórias e prerrogativas da divindade, mas não encarava as circunstancias de sua existência como algo a ser retido de forma ciumenta. Pelo contrário, ele desistiu voluntariamente de sua glória quando veio ao mundo, apesar de manter sua divindade. A existência de Jesus “em forma de Deus” significa que ele é divino: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5); “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis” (2Co 8.9). Para trechos na Bíblia que tratam de Cristo assumindo a forma de servo, ver Mc 13.32; Lc 2.40-52; Rm 8.3; 2 Co 8.9; Hb 2.7,14. Embora permanecesse em tudo divino, Cristo tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado (vv. 7,8; Hb 4.15).
3. Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6). Isto significa que o Senhor não se apegou aos seus “direitos divinos”. Isto não significa que Cristo tirou de si mesmo sua identidade como Deus. O significado da frase é que ele a si mesmo se humilhou, deixando seu status celestial, não seu ser divino. A natureza de seu esvaziar-se a si mesmo é definida nas três frases que se seguem: “assumindo… tornando-se… reconhecido“.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Cristo é por natureza Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”.
REFLEXÃO
Jesus não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou as prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade.” Elienai Cabral.
II. - O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)
1. “Aniquilou-se a si mesmo” (2.7). A tradução de João Ferreira de Almeida Corrigida e Revisada traduz kenoo por “esvaziou”, o que pode levar a doutrinas errôneas, por isso eu prefiro a tradução da King James Bible, já disponível em português: “fez a si mesmo de nenhuma reputação“. Esta tradução casa com a explicação do próprio texto: Cristo não se importou com sua reputação, mas “esvaziou-se a si próprio” apenas no sentido de se fazer de nenhuma fama ao tomar a forma de servo (leia Fp 2.7). A Bíblia de Genebra traz a seguinte nota textual comentando Fp 2.7: ‘Cristo é verdadeiramente humano. “Semelhança” significa mais que similaridade. Para que pudesse morrer tinha que ser completamente humano. Ao mesmo tempo, Paulo faz uma distinção entre Cristo e outros seres humanos. Ao contrário desses, não tem pecado (2Co 5.21). E, com respeito à sua natureza divina, permanece transcendente sobre a realidade criada; não pode deixar de ser celestial mesmo em sua humilhação‘ [nota textual Fp 2.7, Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1414]. Jesus sempre foi Deus pela sua própria natureza e igual ao Pai antes, durante e depois da sua permanência na terra (ver Jo 1.1; 8.58; 17.24; Cl 1.15,17; ver Mc 1.11; Jo 20.28). Cristo, no entanto, não se apegou aos seus direitos divinos, mas abriu mão dos seus privilégios e glória no céu, a fim de que nós, na terra, fôssemos salvos. O texto grego do qual foi traduzida a frase de Fp 2.7 diz literalmente que ele deixou de lado sua glória celestial (Jo 17.4), posição (Jo 5.30; Hb 5.8), riquezas (2 Co 8.9), direitos (Lc 22.27; Mt 20.28) e o uso de prerrogativas divinas (Jo 5.19; 8.28; 14.10). Em seu comentário sobre esta passagem, Calvino raciocina assim: “Foi o próprio Filho de Deus que a si mesmo se esvaziou, embora só com referência a sua natureza humana.” Esse grande Reformador se utiliza da seguinte ilustração: “O homem é mortal.” Aqui a palavra “homem” se refere a homem mesmo, homem em sua inteireza, embora a mortalidade do homem diga respeito só ao corpo e nunca à alma. Não podemos ir além disso. Encontramo-nos ante um adorável mistério, um mistério de poder, de sabedoria e de amor!
2. Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8). A linguagem aqui é paralela à frase do versículo 7. Cada ato ocorre pelo livre exercício da vontade pessoal de Cristo. Esse “fez a si mesmo de nenhuma reputação” importava não somente em restrição voluntária dos seus atributos e privilégios divinos, mas também na aceitação do sofrimento, da incompreensão, dos maus tratos, do ódio e, finalmente, da morte de maldição na cruz (vv. 7,8). “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz “. Cristo, o Nosso Exemplo. Na vinda do Filho de Deus, havia uma dupla descida: para assumir a natureza humana e para morrer a morte humana. Viveu e morreu humanamente. Não era uma morte comum, era a forma mais vergonhosa e dolorosa da morte - a morte na cruz. Quando o seu corpo foi deitado no túmulo, a descida do Filho do Homem ficou completa [Comentário Bíblico - Epístolas Paulinas - Myer Pearlman - CPAD - www.cpad.com.br - O Exemplo Inspirador de Cristo (Fp 2.5-11)].
3. Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8). O significado da submissão à vontade do Pai (Hb 10.5-9) é maior em se tratando daquele que é igual ao Pai (v. 6) do que de qualquer outra pessoa. As palavras de Paulo encerram toda a vida de obediência de Cristo, ao mesmo tempo em que acentuam sua morte como expressão suprema de obediência. A ênfase recai mais sobre a prontidão de Cristo para sofrer a mais vergonhosa das mortes do que sobre o significado expiatório do evento (confira Rm 3.21-26). A maneira como Jesus se humilhou, obedecendo como perfeito servo até o momento mais horrível da vida humana; a morte exemplifica a total dependência e reverencia que um ser absolutamente livre pode ter em relação a Deus. Jesus foi além, não apenas se entregando à morte, mas passando pelos sofrimentos físicos, emocionais e espirituais de ver sua criação submetê-lo ao mais cruel e humilhante dos aniquilamentos: a morte de cruz, como um criminoso amaldiçoado (2Co 8.9; Hb 5.7,8; Gl 3.13; Hb 12.2).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente como sal e  luz do mundo, representante do reino divino,  não pode permitir que atitudes mundanas destruam a família.
REFLEXÃO
“O valor do cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de que Jesus é o ponto de convergência de toda a Igreja.” Elienai Cabral.
III. A EXALTAÇAO DE CRISTO (2.9-11)
1. “Deus o exaltou soberanamente” (2.9). . “Por isso, também Deus altamente lhe exaltou” Is 52.13; Jo 17.1; At 2.33; Hb 2.9 [huperupsoo; Strong 5251: De huper, “sobre”, e hupsoo, “levantar”. Portanto, a palavra sugere uma exaltação à posição mais alta, uma elevação acima de todos os outros. O contexto contrasta a humilhação com as honras resultantes. A obediência de Jesus à morte é seguida de uma posição superexaltada de honra e glória. Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O ato do Pai é uma resposta direta à obediência de Cristo. A exaltação de Cristo é consequência de seu trabalho de redenção. Agora ele tem um estado de glória maior do que antes de sua encarnação. Cristo é restaurado ao glorioso status que tinha no começo, o qual, voluntariamente, deixara por um tempo para tornar-se um ser humano (Jo 16.28; Hb 2.9,14). Kurios, para ser exato, é adjetivo, com o significado de “ter poder [kuros] ou autoridade“, sendo usado como substantivo variadamente no Novo Testamento: “Senhor, mestre, dono, amo, proprietário“. O título Kurios como é dado ao Salvador, apoia-se em seu pleno significado na ressurreição (At 2.36; Rm 10.9; 14.9), e é percebido somente no Espírito Santo (1Co 12.3) [extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine, p.25]. A exaltação de Cristo é absoluta; sua autoridade é universal.
2. Dobre-se todo joelho. Cristo será universalmente reconhecido como Senhor, por todos: “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua“(Is 45.23); “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.9-10); “E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap 5.13); “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém” (Ap 7.9-12); “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas“( Ap 14.6-7). Este reconhecimento da soberania de Cristo acontecerá “ao nome de Jesus se dobre todo o joelho … e toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus o Pai“, por todos os que “os que estão nos céus” [os anjos e os salvos, no 3º Céu, e os demônios, no 2º], “e na terra” [homens viventes, tanto salvos como perdidos], “e debaixo da terra” [os perdidos, no inferno].
3. “Toda língua confesse” (v.11). A ressurreição e exaltação de Deus é a resposta do Pai à sua obediência filial; é o verdadeiro “amém” de Deus ao “está consumado” do Filho. O Nome supremo é também o título: Kurios, termo usado na septuaginta para traduzir o nome hebraico de Deus, YHWH. Deus concedeu ao Filho, Jesus Cristo, o lugar supremo de autoridade e majestade à mão direita do Pai (Mt 28.18; Jo 17.2; At 2.33; Is 45.23; Ef 1.21; Hb 1.4,5).  Pela vontade soberana de Deus todas as pessoas do mundo, um dia, dobrarão seus Joelhos diante de Cristo, e o reconhecerão como Kurios, quer voluntariamente (como crentes salvos), quer não (Rm 14.9). “Os sábios observam que a palavra “confessar” significa “reconhecer aberta e alegremente, celebrar e louvar” (Thayer/Wycliffe). Este texto declarado maravilhosa e loquazmente é um grande ponto de reconhecimento para todos os que aprenderiam o poder de confissão de fé. Exaltar e honrar Jesus Cristo é nossa fonte de poder na aplicação da fé. O Pai honra primeiro a ele, depois também aqueles que confessam seu Filho (Jo 12.26). Todos os humanos, anjos e espíritos demoníacos por fim se ajoelharão diante de Jesus, homenageando-o completa e finalmente. Essa confissão de todas as línguas um dia será ouvida por todos os ouvidos quando ele receber o governo definitivo e pleno. Mas até esse dia, nossa confissão de Jesus Cristo como Senhor convida e recebe sua presença e poder sobre o mal toda vez que resistimos a ele. E quando declaramos sua autoridade - em fé - seu governo entra no cenário e circunstancias de hoje”. (1Co 11.23-26/Hb 4.11-13)[Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino - Confissão de Fé; p. 1236].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Deus, o Pai, exaltou soberanamente o Filho fazendo-o Senhor e Rei. Haverá, pois, um dia que “todo joelho se dobrará” e “toda língua confessará” o senhorio de Cristo.
REFLEXÃO
“A auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém, jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a justiça para salvar a humanidade.” Elienai Cabral.
CONCLUSÃO
O tema tratado nessa lição é altamente teológico e requer do professor um preparo mais aprofundado. A Kenósis de Cristo [Do gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma; termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo] é tema controverso e exige cuidado no momento de buscarmos as fontes de estudo, pois há teorias heréticas a esse respeito. O comentarista foi claro ao enfatizar que, o esvaziamento de Cristo foi, tão somente, de sua glória, em momento algum Jesus deixou de ser Deus. Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). A humildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem. Abordando o orgulho que está na raiz da discórdia dos filipenses (1.27-2.4), Paulo aponta para Cristo como o exemplo supremo de humildade. Mas Cristo não é só um exemplo (Rm 15.1-3; 2Co 10.1). Ele é, antes de tudo, Senhor e Salvador (v 11;3.20).NaquEle que me garante: “Pela graça sois salvos, por me io da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Campina Grande-PBJulho de 2013.
EXERCÍCIOS
1. Quem é o nosso modelo perfeito de humildade?R. Jesus Cristo.2. Segundo a lição, o que sugere a palavra forma?R. O objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da divindade.3. Qual o significado do verbo grego kenoô?R. Esvaziar, ficar vazio.4. Qual o termo importante que aparece como designação principal do autor sagrado para descrever a glorificação do Filho pelo Pai em o Novo Testamento?R .Kyrios, Senhor.5. O que você tem feito para proclamar e exaltar o nome de Jesus em sua igreja e fora dela?R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009;
-. STAMPS, D. C. (Ed.) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995;
-. ZUCK, Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008;
-. HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007;
-. BLOMBERG, Craig L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010;
-. Comentário Bíblico - Epístolas Paulinas - Myer Pearlman - CPAD - www.cpad.com.br - O Exemplo Inspirador de Cristo (Fp 2.5-11);
-. Bíblia de Estudo Pentecostal - BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino - Confissão de Fé; p. 1236;
-. nota textual Fp 2.7, Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1414;
-. Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine, p.25.
SAIBA MAIS
-. Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 55 p.38.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Visita da superintendência no nosso setor





dirg. beira mar 2, Rawlinsom, adj Eliel Barbosa,vice-super. Pb abraão Coutinho,dirig. ebd pau amarelo 1 Dc. iraquitan, sec da superintendência