terça-feira, 31 de julho de 2012

A DESPENSA VAZIA. Subsídio para Lição Bíblica (3º Trimestre/2012)  (comentado pelo Pr. Altair Germano)



Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.” (Sl 37.25)
PALAVRAS-CHAVE
‘azabh – Abandonado, desamparado.
tsadiq – Justo, reto, aqueles que se enquadra no padrão ético e moral de Deus (Gn 6.9; 2 Sm 23.3; Pv 29.2; Ez 23.45; Ml 3.18).
zera‘ – Semente, posteridade, descendentes.
baqas – Pedir, implorar, suplicar, desejar.
INTRODUÇÃO
A escassez de alimento é uma realidade que pode ser vivenciada pelo crente, sem que isso signifique que ele esteja em pecado ou que seja considera injusto por Deus.
O Salmo 37.25 precisa ser bem compreendido, pois tem sido interpretado e ensinado de maneira equivocada por muitos. Nas traduções da Bíblia em português o termo hebraico bagas é traduzido geralmente por “mendigar”, que para nós tem um sentido muito pejorativo, pois lembra a atividade de um mendigo, aquele indivíduo maltrapilho que anda de casa em casa, ou que se senta nas calçadas para pedir esmolas.
É preciso em primeiro lugar deixar claro que a declaração feita no Salmo 37.25 é de Davi, e não de Deus. É Davi quem afirma não ter visto um justo (aquele que anda conforme os padrões éticos e morais de Deus) desamparado, nem a sua descendência mendigando pão (pedindo, implorando, suplicando).
Em segundo lugar, pedir, implorar ou suplicar pelo atendimento e socorro de necessidades básicas não significa necessariamente adotar a postura do mendigo maltrapilho, embora no Novo Testamento temos o caso de um mendigo chamado Lázaro que ao morrer foi para o lugar dos justos, o seio de Abraão:
Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele. E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado. E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. (Lc 16.19-23, ARC)
Deus garante o suprimento dos justos, dos que buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.25-34) , mas as formas de suprir tais necessidades é Ele quem em soberania e graça determina.
A PROVISÃO DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
No Antigo Testamento podemos citar alguns exemplos da provisão de Deus das necessidades básicas;
- Provendo para o povo de Israel no deserto (Êx 15.23-27; 16.1-36; Dt 29.5-6)
- Estabelecendo leis de ajuda e socorro aos pobres (Êx 23.10-11; Lv 19.9-10; 23.22; Dt 15.7-8)
- Provendo para Elias junto ao ribeiro de Querite (I Rs 17.1-7) e em Sarepta (17.8-16)
- Provendo para uma viúva através do ministério de Eliseu (2 Rs 4.1-7)
Como se percebe, as maneiras de Deus suprir as necessidades de seu povo, filhos e criaturas são diversas.
A PROVISÃO DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento, onde a possibilidade de escassez de suprimento básico é também mencionada, encontramos outros exemplos da provisão de Deus, principalmente através da mobilização em favor dos necessitados, ou seja, da prática ou serviço social. Sobre isso, entendo ser interessante uma abordagem mais ampla, que segue abaixo, e que já foi publicada em outros subsídios de lições bíblicas anteriores, sobre o referido tema.
A COMUNIDADE DOS BENS
Existem evidências históricas de que a “comunidade dos bens”, entendida como a participação comum de um grupo em todos os bens dos membros deste grupo, foi idealizada por Pitágoras (Kenner, 2004, p. 345) como um modelo utópico e ideal de convivência. Williams (1996, p. 78) e Champlin (2001, p. 824) fazem referência citação de Filo louvando os essênios por esta prática. Josefo (2005, p. 827) relata sobre os essênios: “Possuem todos os bens em comum, sem que os ricos tenham maior parte que os pobres”. E ainda, “Assim, eles se servem uns dos outros e escolhem homens de bem da ordem dos sacerdotes, que recebem tudo o que eles recolhem de seu trabalho e têm o cuidado de fornecer alimento a todos” (Ibid.).
O Novo Testamento registra em várias passagens esta prática (Jo 12.6; Lc 8.3; At 4.36, 57 e 5.1), estando o principal episódio registrado em Atos 2.42-47. Para Champlin (Ibid.) “A a partilha informal, naturalmente alicerçada sobre o amor de um crente por outro, é o padrão das virtudes cristãs, mas isso não precisa transformar-se em uma partilha formal e obrigatória de bens”.
IGREJA E COMUNISMO
Alguns defendem a ideia de que Atos 2.42-47 é uma proposta bíblica para o comunismo: “Porém, não há qualquer dogma, no Novo Testamento, no sentido de que a experiência deveria ser universal, compulsória e permanente”. (Ibid., p. 826). Observemos a posição de outros estudiosos das Escrituras:
O fato de mais tarde Barnabé ser destacado por vender uma propriedade indica que esta prática não é algo que todos os crentes fazem (At 4.36,37). Os novos crentes estão dispostos a compartilhar suas possessões quando surgem necessidades (v. 45). O termo comunismo não descreve esta prática. Antes, eles estão expressando amor espontâneo, e é completamente voluntário”. (ARRINGTON, 2003, p. 640)
O amor cristão manifestou-se num programa social de assistência material aos pobres. Essa atitude cristã de partilhar com os outros parece que se limitou aos primeiros anos da igreja de Jerusalém e não se estendeu às novas igrejas conforme o Evangelho foi sendo levado através da Judéia.” (PFEIFFER; HARRISON, 1987, p. 245)
Um dos resultados foi a prontidão dos crentes em partilhar seus bens uns com os outros. Isto se tornou prática comum entre os crentes. O verbo está no imperfeito e podia ser traduzido assim: ‘continuavam a usar todas as coisas em comum’. Para esses cristãos a espiritualidade era inseparável da responsabilidade social (Dt 15.4s; At 6.1-6; 11.28; 20.33-55; 24.17 ss). Parece que o comunitarismo teria sido uma solução provisória neste caso, e necessário naquela circunstância”. (WILLIAMS, 1996, p. 77)
É verdade que Jesus ordenou a um jovem governante rico que vendesse os seus bens e desse o dinheiro aos pobres (Lc 18.18-30), mas a razão para a ordem era testar a fé, e não forçar um nivelamento social e econômico. [...] Jesus disse: ‘Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre’ (Mt 26.11). (PFEIFFER; VOS; REA, 2006, p. 440)
Que conclusões podem ser tiradas, então, com respeito à abordagem bíblica ao comunismo? Em primeiro lugar, A Bíblia certamente não apóia o Comunismo Marxista com sua filosofia anti-Deus e seu conceito de guerra de classes. Várias passagens (por exemplo Ef 6.5-9; Cl 3.22; 4.1) admoestam os trabalhadores a ter boas relações com os seus patrões e vice-e-versa. Segundo, a posse pública da propriedade entre os crentes parece ter sido restrita a Jerusalém. (Ibdem)
Entendo que tanto o Capitalismo Selvagem, quanto o Comunismo Utópico, são sistemas sócio-político-econômicos desprovidos dos princípios bíblicos de amor, comunhão, voluntariedade, generosidade e justiça.
Como bem colocam Pfeiffer, Vos e Rea (Ibid, p. 441) “Se os crentes hoje desejarem viver em um acordo onde os cristãos tenham a posse pública dos bens, eles devem se sentir livres para assim proceder; mas a Escritura não os obriga a viver desta maneira, e eles não devem julgar os outros crentes que preferem usufruir a posse privada da propriedade. Todos devem lembrar de que são meramente mordomos de tudo o que Deus lhes tem dado, e que são exortados a exercitar a mordomia fiel das posses que lhe foram confiadas.”
QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS DA PRÁTICA SOCIAL NA IGREJA
"Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta." (Tg 2.14-17)
Sempre que o tema "Ajuda aos Necessitados" (Ponto III, subponto 3 da presente lição) é abordado, observamos algumas reações e atentamos para alguns fatos no meio evangélico assembleiano. Observemos alguns deles:
1. Um Grande número de alunos, professores, dirigentes e superintendentes de ED questionam as poucas ações concretas nesta área (chamada de "social");
2. Líderes de igrejas, aproveitando o tema da lição bíblica, resolvem fazer campanhas de doações e socorro aos necessitados, mas logo após o estudo da lição abandonam a prática;
3. Percebe-se que muitas igrejas nunca vão além da simples distribuição aleatória e desorganizada de cestas básicas, sem nenhum levantamento das reais necessidades dos beneficiados;
4. Uma ênfase num certo socialismo ou comunismo cristão é dada, fruto de uma interpretação equivocada do tema "Comunidade dos Bens". Interessante é que os que defendem teoricamente esta ideia não a colocam em prática, partilhando todos os seus bens com os necessitados;
5. Irmãos, individualmente ou em "grupos", diante do descaso da "instituição" ou da "comunidade cristã" com a ajuda aos necessitados, acabam se achando no direito de administrarem os seus dízimos e ofertas, não levando em consideração as recomendações (determinações) da liderança;
6. Igrejas se mobilizam para prestar socorro às vítimas de grandes catástrofes naturais em outras regiões, mas no seu cotidiano esquecem de socorrer os seus necessitados (Gl 6.10), e os que vivem em situação de miséria na localidade ou comunidade onde está estabelecida;
7. Para dizer que socorrem os necessitados, algumas igrejas afirmam manter hospitais, escolas, creches, orfanatos, abrigos de idosos funcionando, casas de recuperação etc. Acontece que em alguns casos, as condições de atendimento e assistência são muito precárias. As pessoas lá atendidas sofrem de um grande descaso e desumanização;
8. É afirmado ainda, que a igreja faz o trabalho social muito bem, mas sofre por não divulgá-lo. Entendo que pelo menos os membros deveriam tomar conhecimento das ações em favor dos necessitados;
9. A calamidade dos necessitados se acentua diante da ostentação e da vida regalada de algumas lideranças, através da aquisição e exibição dos símbolos capitalistas de "poder" e "status ministerial". Na versão e lógica "espirituosa" deste capitalismo selvagem (Teologia da Prosperidade), quanto mais o pastor ou líder fica rico (ou pelo menos parecer), mas demonstra o quanto o seu ministério é abençoado por Deus. Obviamente esta lógica acaba trazendo problemas para alguns líderes de igrejas na atualidade. Por exemplo, podemos citar a necessidade de um pastor precisar de "seguranças armados". Tal necessidade é resultado direto da ostentação já citada. Citamos ainda o receio que alguns possuem de terem seus filhos ou parentes sequestrados. Não consigo imaginar Jesus, Pedro, Paulo, João, Tomás de Aquino, Agostinho, Lutero, Calvino e outros ícones da fé precisando de seguranças particulares. Alguma (ou muita) coisa está errada. Viver dignamente do evangelho foi trocado por viver esplendorosamente, luxuosamente ou regaladamente do evangelho;
10. É interessante também afirmar, que diante do exposto no ponto acima, dentro de um mesmo ministério, há líderes que abusam das regalias enquanto outros passam extrema necessidade (contradição social). A ideia, repito, não é a de vivermos um socialismo ou comunismo ministerial cristão, falo sim (pois há uma série de fatores e variantes aqui envolvidos) da necessidade de diminuir a distância "econômica", promovendo um viver digno para todos.
Se a sua igreja mantém instituições sociais, faça visitas periódicas ao local, e verifique se as condições oferecidas são humanizadoras. Suas doações, ofertas e dízimos devem ser administrados com responsabilidade.
CONCLUSÃO
Não vai adiantar muita coisa (ou nada) estudarmos mais uma vez esse tema, sem refletir sobre a nossa atual condição (cada um deve assumir a sua responsabilidade), sem discussão, sem propostas de mudanças, sem planos e ações concretas.
Saber sobre, e perceber como as coisas estão não é o suficiente. Necessário é mobilizarmo-nos, agirmos, tomarmos uma iniciativa, para que o nosso discurso religioso, piedoso e pentecostal se concretize com a prática do Evangelho Integral.
É necessário que o crente busque trabalhar dignamente, que tenha cuidado com as dívidas, que procure viver dentro de sua realidade econômica, que tenha sempre uma reserva financeira, para que não venha a depender da ajuda social da igreja, ficando tal necessidade restrita para casos extremos, fatalidades, imprevistos ou calamidades sobre as quais nosso controle foge.
BIBLIOGRAFIA
ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5. ed. São Paulo: Hagnos, 2001. v. 1
JOSEFO, Flávio. História dos hebreus: de Abraão à queda de Jerusalém obra completa. 9. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
PFEIFFER; Charles F.; HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody: os evangelhos e atos. São Paulo: IBR, 1997. v. 4
______; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
KEENER, Craig S. Comentário Bíblico Atos: Novo Testamento. Belo Horizonte: Atos, 2004.
VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR, William. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
WILLIAMS, David J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996.


LIÇÃO 06 – A DESPENSA VAZIA         (rede brasil  de comunicação)
INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição que Deus cuida dos seus filhos quando estão em necessidades e aflições (Sl
40.17; 70.5; 14.6; Is 41.14; 25.4). Tanto no AT quanto no NT, a compaixão pelos necessitados e o cuidado
por eles são evidência da fé genuína em Deus (Êx 22.22-24; Dt 10.18; 14.29; Jó 29.12; Tg 1.27). O Senhor
cuida de cada um de seus servos (Mt. 6:24-34). Aqui entra a questão: Se existem privações, de que forma
Deus trata com elas? Baseados nas Escrituras, podemos crer que Ele nos ajuda em nossas dificuldades, pois
a Bíblia apresenta os precedentes necessários a essa certeza. Ele tem o poder de providenciar os recursos
necessários à nossa subsistência (Êx 16.15; 2Rs 4.42-44; 1Rs 17.8-16).
I – CONCEITUANDO A PALAVRA NECESSIDADE
Segundo o Dicionário VINE (2002, p. 815) "necessidade" no grego é a palavra "ananke" que referese
a: "dificuldade, angústia, sofrimento, dor" (1Co 7.37; 9.16; 2Co 9.7; 6.4; 12.10). A palavra grega
"chreia" denota "ter necessidade de algo, precisar de alguma coisa" (Mt 3.14; 6.8; 9.12; 14.16; Mc 14.63;
Lc 5.31; 22.71; Ef 4.28; 1Ts 4.9). Já a palavra para "necessitado" no hebraico é: "ebyon" é alguém que é
pobre em sentido material (Êx 23.11; Jó 30.25; 31.19; Sl 132.15).
II – DEUS NOS CONSOLA NA NECESSIDADE
O fundamento do ensino da suficiência divina é que o Pai Celeste nos supre de todas as necessidades
(Fp 4.19). Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos
(Sl 145.9; Mt 6.26), provendo-lhes o necessário para que tenham uma vida digna (Gn 24.48,56). Por
conseguinte, o cristão precisa conscientizar-se que Deus jamais abandonará os seus filhos (1 Cr 29.12).
2.1 O Senhor Deus é o nosso defensor. Ele mesmo revela ser o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl
40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl
10.14; 68.10; 132.15).
2.2 Ao revelar a sua Lei aos israelitas, Deus mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a
pobreza do meio do povo (Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que
entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu
Deus, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). Por isso Deus, na sua Lei, proíbe a cobrança de
juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36; Dt 24.14,15; Lv 19.10; Dt 24.19-21;Lv 19.9; Lv
25.8-55).
2.3 Deus nos consola em todas as nossas dificuldades (II Co1.4a). O fato de sermos cristãos não nos
isenta de passarmos por necessidades e tribulações. “...no mundo tereis aflições...” (Jo 16.33). Por isso,
Paulo disse: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Co 4.8,9).
III – TAMBÉM DEVEMOS CONSOLAR AOS NECESSITADOS
No NT, Deus também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e
necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.
3.1 Somos consolados para também consolarmos a outros. Acerca disso, Paulo diz: “...para que
também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação...” (II Co 1.4b). As dificuldades que
Paulo enfrentou não foram uma forma de castigo por algo que ele havia feito, e sim, um treinamento para
capacitá-lo a ajudar a outros (Pv 19,17; 21:13).
3.2 Devemos consolar com a mesma consolação que somos consolados. O apóstolo diz que devemos
consolar “... com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (II Co 1.4c). A
palavra “consolar” aqui é “paraklesis” e significa “colocar-se ao lado de uma pessoa, encorajando-a e
ajudando-a em tempos de aflições”. “Por isso fomos consolados pela vossa consolação...” (II Co 7.13; Tg
2.14-17; 1Jo 3.17).
IV – A BÍBLIA ENSINA QUE DEVEMOS AJUDAR AOS NECESSITADOS
Diversos são os fatores que podem levar uma família a passar necessidades: desemprego, doenças,
ausência de um provedor ou descaso por parte dos responsáveis para com seus dependentes. Lembremonos
de que essas coisas podem acontecer tanto para os que temem ao Senhor quanto para os que não o
temem. No NT podemos observar alguns exemplos de generosidade praticada para amenizar o sofrimento de
algumas pessoas. Vejamos alguns exemplos:
4.1 Jesus ensinou ajudar aos necessitados. Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e
desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém
mais se importava a não ser Jesus (Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-
15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam
os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).
4.2 Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (Mt 6.1-4). Ele próprio
praticava o que ensinava (Jo 12.5,6; 13.29; Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). Uma das exigências
de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam
fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
4.3 O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos
necessitados (At 11.28-30; Rm 15.26; 1Co 16.1-4; 2Co 8;9; Rm 12.8; 1Tm 6.17-19). Vejamos o que diz
Paulo em Filipenses 4:12 “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em
todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade”.
4.4 A prática da Igreja primitiva era de ajudar. Naquela Igreja os cristãos vendiam suas propriedades e
havia uma distribuição de bens entre os necessitados, “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” ( At 2:42).
4.5 Os macedônios. Paulo testemunha que os macedônios fizeram tudo quanto puderam, segundo o que se
esperavam deles; atenderam aos apelos na medida de suas posses. “Cada um contribua segundo propôs
no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” (II
Co 9:7). Portanto em tudo isso eles se mostravam voluntários, pedindo que participassem das necessidades
dos santos. (II Co 8:14-15; Ef 4:28; Tt 3:14).
4.6 A prática na Igreja de Corinto. apóstolo Paulo encorajou aquela Igreja a prática de generosidade entre
os necessitados. Apesar de algumas virtudes da Igreja em Corintio, era necessário a prática da generosidade
entre os cristãos daquela época “Portanto, assim como em tudo abundais em fé, e em palavra, e em
ciência, e em toda a diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nesta graça”.
(II Co 8:7).
V – EXEMPLOS BÍBLICOS DE COMO DEUS SUPRE AS NECESSIDADES
• Deus proveu a Israel no deserto, tanto a carne, como o pão e a água (Êx 16.15; Sl. 78:23-29);
• Deus proveu por um certo tempo tanto o pão como a carne ao profeta Elias (1 Re 17:2-6);
• Deus proveu a multiplicação da farinha e do azeite da viuva de Sarepta (1 Re 17:8-16);
• Deus operou um milagre a favor da viúva de um discípulo dos profetas (2 Re 4:1-7);
• Deus proveu comida para a multidão (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15);
• Deus proveu as necessidades do apóstolo Paulo (Fl. 2:29-30 ; 4:15-18; 2 Cor. 9, 12; 11:9);
• Deus proveu as necessidades da igreja do primeiro século (At 4.32, 36-37; 2Co 8.14-15; Ef 4.28).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição, que devemos confiar em Deus independentemente de qualquer situação em
nossa vida, pois, a sua Palavra nos garante que ELE cuida de cada um de nós (Mt. 6:25-34).
REFERÊNCIAS
BOYER, Orlando. Pequena enciclopédia bíblica. CPAD.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
MACARTHUR JR, John. O poder do sofrimento. CPAD.
RIBEIRO, Hélio. Bênçãos e frutos do sofrimento.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

video subsidio liçao 5

introdução da lição 5

LIÇÃO 05 – AS AFLIÇÕES DA VIUVEZ (Rede Brasil de Comunicação)

INTRODUÇÃO
Dentre os temas sociais abordados na Bíblia, certamente os mais comentados estão relacionados com a orfandade e a viuvez, pois nos tempos bíblicos quando uma mulher se tornava viúva, além de sofrer a perda da companhia física e afetiva do seu cônjuge, ela também declinava vertiginosamente do ponto de vista social, passando à pobreza extrema. Por isso, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, Deus estabeleceu normas para o amparo dessas pessoas.

I – A VIUVEZ NO ANTIGO TESTAMENTO
Já havia uma atenção específica dedicada à viuvez no Antigo Testamento. Deus advertiu de forma contundente o povo de Israel para que não desprezassem tais pessoas. O texto de Ex 22.22-24 declara o profundo zelo do Senhor para com os órfãos e viúvas que, se fossem afligidos e clamassem, certamente seriam ouvidos e a ira de Deus se acenderia contra os opressores.
No texto de Dt 14.28,29 vemos o Senhor estabelecendo uma forma específica de arrecadação para os menos favorecidos, dentre eles, as viúvas. Interessante que se Israel não negligenciasse esse mandamento, o
Senhor abençoaria o seu povo em todas as obras de suas mãos (Dt 14.29).
No caso de uma mulher, a viuvez seria extremamente penosa, principalmente se ela não tivesse filhos.
Nesses casos, ela retornaria à casa de seus pais e ficaria sujeita a lei do levirato, segundo a qual um parente
próximo do falecido a desposaria para lhe dar um filho (Dt 25.5-9).
Há vários exemplos de viuvez no Antigo Testamento e podemos observar as características de cada um:
1.1 A viuvez de Abraão. O grande patriarca perdeu a sua querida esposa Sara quando esta completou 127 anos de idade. Ela foi profundamente lamentada pelo nosso pai na fé (Gn 23.1,2), que adquiriu um valioso território para ali sepultá-la (Gn 23.16-18).

1.2 A viuvez de Ló. Essa foi uma trágica forma de perder o cônjuge. Certamente a mulher de Ló estava 
conformada com o estilo de vida mundano e pecaminoso de Sodoma, e se sentiu triste por ter que deixar aquela cidade, por isso olhou para trás e morreu tragicamente (Gn 19.26). Jesus fez menção dela como figura daqueles que não estarão preparados por ocasião da sua vinda (Lc 17.32-37). Lembremos que a viuvez precoce do patriarca deu ocasião ao terrível pecado de incesto, que deu ocasião aos terríveis inimigos do povo de Israel (Gn 19.31-37).

1.3 A viuvez de Rute e Noemi. Esse é um dos relatos mais tristes da Bíblia em termos de perdas familiares.
Noemi e suas duas noras ficaram viúvas em um pequeno espaço de tempo nos campos de Moabe. Rute e Noemi regressaram vazias à terra de Judá. O Senhor, porém, demonstrou com o passar do tempo não estar alheio às aflições dessas duas mulheres e provou ser o seu amparo. Rute, mesmo sendo gentia, contraiu novas núpcias com o judeu Boaz e o fruto dessa nova relação passou a ser contado na linhagem messiânica, sem contar que sua sogra Noemi também foi beneficiada por tal relação (Rt 1-4);

1.4 A viuvez de Abigail. No caso dessa mulher, a viuvez acabou lhe trazendo um certo alívio, pois o seu marido Nabal era um homem ímpio, vil, avarento, egoísta e beberrão. Diante de tantos pecados, o próprio Senhor o feriu e ele acabou sem vida (I Sm 25.18-38). Vale salientar, porém, que em momento algum Abigail pediu a morte do seu marido, feri-lo de morte foi uma decisão divina. Convém clamar pela libertação e salvação do cônjuge, e não pela sua morte;

1.5 A viúva de Sarepta. Observamos que esta viúva era uma mulher piedosa, temente a Deus e humilde. Ela foi submissa ao homem de Deus mesmo atravessando a pior das crises. O resultado disso foi que o Senhor não a desamparou e encheu sua casa de provisões (I Rs 17.9-16). A fé de tal viúva era tão grande que Deus ressuscitou o seu filho, um dos únicos casos de ressurreição em todo o Antigo Testamento (I Rs 17.17-24).

II – A VIUVEZ NO NOVO TESTAMENTO
Já nas páginas do Novo Testamento, Jesus condenou de forma contundente os escribas e fariseus, que desrespeitavam as viúvas e as exploravam financeiramente (Mt 23.14; Lc 20.47). Isso demonstra o zelo e o
cuidado que ele tinha por esta classe tão sofrida. A Bíblia nos mostra que devemos honrar as verdadeiras viúvas (I Tm 5.3).

É importante também lembrar que o diaconato foi estabelecido, dentre outras coisas, por causa do desprezo que vinha sendo dispensado para com as viúvas dos gregos (At 6.1). O cuidado com essas mulheres aparece na definição do que vem a ser a verdadeira religião (Tg 1.27). Alguns exemplos de viuvez são mencionados no Novo Testamento:

2.1 A profetisa Ana (Lc 2.26-38). Tratava-se de uma mulher piedosa que nunca se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações de noite e de dia.

2.2 A viúva de Naim (Lc 7.11-17). Após perder o seu marido, esta pobre mulher também perdeu o seu único filho.
A sua bem-aventurança foi ter se encontrado com Jesus, que não deixa desamparadas as viúvas. A Bíblia diz que ele olhou para ela e se moveu de íntima compaixão. Ele, então, consolou-a com as palavras: “Não chores” (Lc 7.13), mas principalmente com a operação de um grande milagre, pois disse ao defunto: “Jovem, eu te digo: Levanta-te”. (Lc 7.14);

2.3 A viúva pobre (Lc 21.1-4). Temos aqui um verdadeiro exemplo de fé, devoção e desprendimento das coisas materiais. Ela estava oferecendo o melhor ao Deus que podia ampará-la em meio às aflições da viuvez;

III – CRITÉRIOS PARA SE AJUDAR AS VIÚVAS
Dentre alguns textos no Novo Testamento que tratam da questão da viuvez, a primeira carta de Paulo à Timóteo estabelece alguns pré-requisitos para que se possa amparar as viúvas: “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (I Tm 5.3). É bom lembrar que naquela época não havia pensão alimentícia e nem outras políticas de amparo social como hoje se vê. Logo, a assistência que a igreja presta nos dias atuais é muito mais espiritual do que financeira, à exceção de alguns casos. Vejamos quem são as verdadeiras viúvas:

3.1 Aquelas que não têm quem as ampare. A Bíblia recomenda que se dê o apoio necessário àquelas que perdem o marido e não têm nenhum parente para ajudá-las. O texto é muito claro: “Mas, se alguma viúva tiver filhos ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável a Deus” (I Tm 5.4);

3.2 Aquelas que não são relaxadas, preguiçosas e tagarelas. O apóstolo Paulo é enfático na sua recomendação à Timóteo quando fala de alguns tipos de viúvas: “E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém” (I Tm 5.13). Tais mulheres demonstravam um total desinteresse pela obra do Senhor e uma vida de santidade. A igreja não poderia usar os o dinheiro dos santos irmãos para ajudar mulheres totalmente comprometidas com o mundo;

3.3 As que tivessem mais de sessenta anos de idade. Em I Tm 5.9 está escrito: “Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido”. A igreja não poderia sustentar
mulheres que estavam mais preocupadas em conquistar um novo marido do que em se dedicar ao serviço de Deus. O apóstolo Paulo as chama no versículo 11 de “levianas”, e o termo grego usado no original significa “orgulhosas e cheias de luxúria”. Vale salientar que a Bíblia não condena que a pessoa viúva venha a contrair novas núpcias e recomeçar na vida ( I Co 7.8,9). O texto de I Tm 5.14 é claro: “Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência”.

3.4 Aquelas que têm bom testemunho. O texto de I Tm 5.10 nos mostra pelo menos cinco qualificativos que
compõem o bom testemunho de uma verdadeira viúva, que é digna de ser amparada pela igreja.

CONCLUSÃO
O cristão que está enfrentando a viuvez deve fazê-lo consciente de que o Senhor não o desamparou. 
Portanto, não deve entregar-se à inércia ou à melancolia, e sim, dedicar-se ao serviço divino onde encontrará consolo e graça, e poderá ser, mesmo em meio às aflições, um poderoso instrumento de Deus para abençoar a vida de muitos.

REFERÊNCIAS
• MACARTHUR. Bíblia de Estudo. SBB.
• MEARS, Henrietta. Estudo panorâmico da Bíblia. VIDA.
• DOUGLAS, J.D. O novo dicionário da Bíblia. VIDA NOVA

quarta-feira, 25 de julho de 2012

IRMÃO MAURO, DIRIGENTE DA EBD EM CONCEIÇÃO I, NOS CONVIDA PRA SUA ESCOLA DOMINICAL ANIMADA:

Café da manhã delicioso em Conceição I e visita do Adjunto da área. Confira as fotos: