quinta-feira, 12 de julho de 2012


Aula 03 - A MORTE PARA O VERDADEIRO CRISTÃO

3º Trimestre/2012
Texto Básico: 1Co 15:51-57

“Porque para mim o viver e Cristo, e o morrer é ganho”(Fp 1:21)

INTRODUÇÃO
A Morte é a situação mais difícil que o ser humano pode enfrentar. Ela é o terrível legado que herdamos dos nossos primeiros pais, que desobedeceram ao Criador no Éden (Gn 2:15-17; 3:19; Rm 5:12). É o pagamento indesejado que recebemos por ter pecado (Rm 6:23). É o fim para o qual caminhamos a passos largos (Ec 12:1-7). Mais do que isso, é o inimigo implacável que vem em nosso encalço para, no inevitável dia do encontro, nos deixar prostrados (Lc 12:20). É o último inimigo a ser aniquilado(1Co 15:26). Contudo, para o verdadeiro cristão, a Morte é “lucro”.
Para o apóstolo Paulo a morte não era uma tragédia. Ele chegou a dizer: ”Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”(Fp 1:21). Para ele, morrer é partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor(Fp 1:23). Ele desejava, preferencialmente, estar com o Senhor: “Desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor”(2Co 5:8). Somente aqueles que têm o Espírito Santo como penhor(2Co 5:5) podem ter essa confiança doalém-túmulo. O penhor do Espírito é uma garantia de que caminhamos não para um fim tenebroso, mas para um alvorecer glorioso. Caminhamos não para a morte, mas para a vida eterna, para habitação de uma mansão permanente. Aqueles que vivem sem essa garantia se desesperam na hora da morte. Na verdade, eles caminham para um lugar de trevas, e não para a cidade iluminada; caminham para um lugar de choro e ranger de dentes, e não para a festa das bodas do Cordeiro; caminham para o banimento eterno da presença de Deus, e não para o bendito lugar onde Deus armará seu “tabernáculo” para sempre conosco.
O grande avivalista americano do século 19, Dwight L. Moody, na hora da morte, disse às pessoas que o cercavam: - Afasta-se a Terra, aproxima-se o Céu, estou entrando na glória. O médico e pastor galês, Martyn Lloyd-Jones, prolífico escritor, estadista do púlpito evangélico, depois de uma grande luta contra o câncer, disse para os seus familiares e paroquianos: - Por favor, não orem mais por minha cura, não me detenha da glória.
Portanto, o verdadeiro cristão deve aprender a se comportar adequadamente diante da morte.
I. O QUE É A MORTE
A Morte é, sem dúvida, um dos fatos que mais intrigam o ser humano. Registros de todas as comunidades humanas, em todas as épocas, mostram que o tema da morte é uma questão com a qual o ser humano sempre se depara, sem saber como dela cuidar. Esta perplexidade do ser humano diante deste tema é, aliás, mais uma demonstração de que a morte surge como um elemento intruso, inadequado e indevido na existência humana.
A Bíblia mostra claramente que o homem não foi feito para morrer. O homem foi criado para ser imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26,27), um verdadeiro reflexo da divindade na criação e, por isso, a eternidade, que é um dos atributos divinos mais proeminentes (Gn 21:33; Dt 33:27), tinha de ser vista no ser humano, ainda que como uma eviternidade, ou seja, uma existência que tivesse princípio mas não tivesse fim.
No entanto, a morte era uma possibilidade para o homem, pois o próprio Deus assim o quis, dizendo ao homem que a morte seria consequência da sua desobediência (Gn 2:17). O primeiro casal pecou e, como conseqüência do pecado, houve a inserção da morte na existência humana. Por isso, é dito que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23).
Portanto, morte significa separação e, a partir do pecado, houve, de imediato, uma separação entre Deus e o homem. Esta separação deu-se logo naquele dia, quando o Senhor Se apresentou no jardim. A Bíblia diz-nos que o primeiro casal procurou fugir da presença de Deus (Gn 3:8), a demonstrar, pois, que não havia mais a comunhão entre Deus e o homem, que o pecado havia produzido a separação entre o Criador e a sua mais sublime criatura sobre a face da Terra (Is 59:2).
A MORTE deve ser vista sob três aspectos:
1. MORTE ESPIRITUAL. A morte espiritual é a separação entre Deus e o homem, é a ausência de comunhão entre Deus e o homem. É chamada de “morte espiritual” porque é o espírito humano que promove este elo de ligação entre Deus e o homem, daí porque se dizer que, quando o homem aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador, há a vivificação do espírito (1Co 15:22), bem como que o homem, antes da salvação, está morto em seus delitos e pecados (Ef  2:1).
Como consequência da morte espiritual, vemos que houve, também, uma morte moral do ser humano. Tendo sido descoberto por Deus na sua inútil tentativa de dEle se esconder, o homem é posto diante da presença do Senhor e vemos, então, não mais o ser que era a imagem e semelhança de Deus, cônscio de seus deveres e responsabilidades, cientes de seus direitos, mas alguém que não assume qualquer responsabilidade, que procura culpar o próximo, mesmo sendo a pessoa que tanto amava. Adão, diante do seu erro, tenta culpar sua mulher e esta, por sua vez, acusa a serpente.
2. MORTE FÍSICA. A Morte física foi a segunda espécie de morte que surgiu para o homem, morte esta que não escolhe idade nem tem uma causa certa ou predeterminada. Ainda que seja por causas várias, o fato é que ninguém escapa da morte física. Todos quantos nasceram sobre a Terra, morreram fisicamente, sejam ricos ou pobres, doutos ou indoutos, homens ou mulheres, fiéis ou infiéis. A morte física é inevitável, é o resultado de uma sentença dada por Deus a toda a humanidade, através do primeiro casal(Ec 9:5), algo que somente Cristo mudaria.
Deus determinou que, por causa do pecado, passasse o ser humano a ter uma degeneração de seu corpo físico, até que ele se separasse do homem interior (alma e espírito), que é a morte física. O corpo, feito do pó da terra, teria de voltar a esta terra, voltar a ser pó, o que ocorreria no momento determinado por Deus, quando, então, ocorreria a separação entre o homem exterior e o homem interior.  Eis a sentença de Deus: “…maldita é a terra por causa de ti; [...] No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás…” (Gn 3:17-19).
É válido enfatizar que a morte física não estava projetada para o homem, não fazia parte do propósito divino, mas que é resultado do pecado, consequência do pecado. Assim, quando Deus apresentou o Seu plano da salvação, esta teria, necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte física. A salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira, tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.
3. MORTE ETERNA. Mas, além da morte espiritual e da morte física, a Bíblia fala-nos da Morte eterna ou “segunda morte” (Ap 20:14), que é a separação eterna de Deus, resultado da condenação no julgamento final, quando, então, aqueles que resolveram viver longe da presença de Deus, que recusaram o Seu senhorio em suas vidas, serão lançados no lago de fogo e de enxofre para todo o sempre, onde sofrerão eternamente juntamente com Satanás, a Besta, o Falso Profeta e todos os anjos caídos. Está escrito: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:15). A eterna separação de Deus é o destino eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14). Esta separação é definitiva e não representa aniquilamento ou fim da existência, mas uma separação eterna e irreversível de Deus. O pior da condenação é nunca mais ver a Deus!
II. A VIDA APÓS A MORTE
As pessoas que não acreditam na existência de Deus, obviamente, negam a ideia de vida após a morte. Outros, mesmo entre aqueles que se proclamam seguidores de Jesus, ensinam que os injustos deixarão de existir, quando morrerem. Em contraste, Jesus claramente ensinou que a existência não cessa com a morte (Mateus 22:31-32; Lucas 16:19-31). O problema fundamental nesta doutrina humana que diz que a existência cessa com a morte, é o erro de não entender que a morte é uma separação, e não o fim da existência da pessoa (veja Tiago 2:26). Algumas igrejas, seguindo doutrinas de homens, negam a existência do Inferno, mas a Bíblia mostra que todos serão julgados e separados: os justos para a vida eterna; e os ímpios para o castigo eterno, separados de Deus para sempre (João 5:28-29; Mateus 25:41,46).
1.O que diz o Antigo Testamento. A idéia da imortalidade estava presente tanto na cultura grega quanto na cultura judaica. A morte é algo que vai contra o projeto original de Deus. E o homem, no recôndito de seu ser, não aceita a idéia da morte, de forma que não foi difícil a ele chegar à concepção de que a morte física não poderia ser o fim de tudo.
No Antigo Testamento, a ideia de imortalidade estava presente entre os judeus. As Escrituras hebraicas contêm afirmações a respeito da imortalidade, da existência após a morte física, desde o seu primeiro escrito, que muitos entendem ter sido o livro de Jó, que teria sido escrito pelo próprio patriarca ou por Moisés, quando ainda estava entre os midianitas. Em Jó 19:25-27, o patriarca exclama que sabia que seu Redentor vivia e que por fim se levantaria sobre a Terra e que, depois de consumida a sua pele, ainda em sua carne veria a Deus.
Por mais que se especule a respeito deste texto, por mais que se levantem questionamentos a respeito da passagem, não há como deixar de ver aqui uma noção de uma imortalidade, de uma existência depois da morte física (“depois de consumida minha pele”, diz o patriarca). Esta ideia das Escrituras hebraicas, que perpassará toda a revelação divina através do Antigo Testamento, sempre traz a ideia de uma nova existência após a morte física, mas com o mesmo corpo que foi consumido. “Ainda na minha carne, os meus próprios olhos, e não outros”, dizia o patriarca. Esta mesma crença, aliás, está presente em Marta, quando Jesus lhe indaga, em Betânia, se cria que seu irmão Lázaro haveria de ressuscitar (João 11:23,24).
2. O que diz o Novo Testamento. O Novo Testamento é bastante claro no que diz respeito à imortalidade da alma. Cito alguns textos que ativam a nossa percepção de que a alma sobrevive à morte (Lc 16:19-31; João 14:1-3; 2Co 5:8; Fp 1:23; 1Ts 4:16,17; Ap 6:9-11).
Quando o apóstolo Paulo pensava em sua morte, ele afirmou: “...desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2Co 5:8). Ele também diz que seu desejo é “partir, e estar com Cristo...” (Fp 1.23). Jesus também disse ao ladrão que estava morrendo ao lado dele na cruz: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23:43).
Observação: O Paraíso ou “Seio de Abraão” (Lc 16:19;23:43) era um lugar intermediário de felicidade, em um dos lados do Hades (região dos mortos), onde antes as almas dos salvos aguardavam conscientes a ressurreição (Lc 16:26). Essa região do Hades existiu até o dia da ressurreição de Cristo, quando eles então ressuscitaram (Mt 27:52,53). O Hades tinha dois lados separados entre si por um abismo intransponível. O “Seio de Abraão” era separado do lugar de tormentos. Depois de Cristo, os crentes, quando morrem, vão direto para o Céu “estar com Cristo” (Fp 1:23; 2Co 5:8). Por outro lado, o lugar de tormentos do Hades ainda existe, e é aonde os não-salvos vão depois que morrem, para aguardar o Grande Trono Branco (Juízo Final), que acontecerá depois do Milênio, quando, então, irão de lá para o Inferno (lago de fogo e enxofre), juntamente com Satanás e seus anjos (Ap 20:5,11-15). Quando Jesus morreu, não foi ao Inferno, Ele foi ao Hades(Ef 4:9)), esteve no lado chamado “Seio de Abraão” e trouxe os salvos à ressurreição, e os levou ao Céu (Ef 4:9,10).
Alguns segmentos cristãos, como, por exemplo, os adventistas do sétimo dia, acreditam que ao morrer o ser humano a sua alma fica num estado inconsciente, ou seja, ela apenas dorme, esperando a ressurreição do corpo. Dizem isso com base no texto bíblico de 1Tessalonicesses 4:13-15, quando Paulo se dirige aos cristãos Tessalonicenses, esclarecendo-lhes  acerca daqueles que morreram fisicamente – “não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem...”(1Ts 4:13).
A expressão “dormiam” empregada por Paulo neste texto tem significado figurado, ou seja, não deve ser considerado do ponto-de-vista literal. Paulo utiliza-se da expressão “dormiam” precisamente para mostrar aos crentes de Tessalônica que a morte física para o crente era um estado de separação da comunidade - mas uma separação temporária, passageira -, assim como é a separação daquele que dorme dos seus familiares. Quando dormimos, separamo-nos daqueles com quem convivemos por um período de tempo, sem, no entanto, deixar de viver, sem que nem sequer deixemos de ter atividades psíquicas e mentais.
Quando Paulo usa a expressão “dormiam”, em hipótese alguma estava dizendo que, quando uma pessoa morre, ela passa a ficar inconsciente, a ter um sono espiritual que somente terminará quando da volta de Cristo ou do julgamento final. Se Paulo estivesse dizendo isto, estaria contradizendo o próprio Jesus, que, ao relatar a história do rico e de Lázaro, mostra claramente que, após a morte, a pessoa mantém plenamente a sua consciência, sendo levada a um lugar(oHades) onde aguardará ou a primeira ressurreição, ou a ressurreição do último dia (Ap 20:5,12 e 13).
Outrossim, se Paulo estivesse dizendo que o ser humano, ao morrer, entra num estado de inconsciência, estaria contradizendo o próprio ministério de Jesus Cristo, que, ao se transfigurar, conversou e teve a companhia de Elias e de Moisés, tendo este último morrido fisicamente (Dt 34:5).
Outrossim, se Paulo estivesse dizendo que o ser humano, ao morrer, entra num estado de inconsciência, estaria contradizendo o próprio Jesus Cristo que, quando indagado sobre a ressurreição, pelos saduceus, disse que Deus Se identificou a Moisés como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó porque era um Deus de vivos e não de mortos (Mc 12:27), acrescentando ainda que eles, saduceus, erravam muito por entenderem que a morte física era o fim de tudo.
Vemos, portanto, que não há como se defender que a morte física é uma circunstância de inconsciência por parte do homem, até porque a morte física é tão somente a separação do corpo do homem interior, pois o que Deus sentenciou foi o retorno do pó à terra e o homem interior não veio do pó da terra, mas do fôlego de vida inserido no homem pelo próprio Deus (Gn 2:7).
Também,  o texto de Lucas 16:19-31(“parábola” do rico e do Lázaro), refuta a doutrina do “sono da alma”, a doutrina de que a alma não é consciente entre a morte e a ressurreição.
O certo é que quando Cristo ou Paulo dizia que um morto “dormia” estava usando uma metáfora, referindo-se ao sono do corpo, que irá ressuscitar e, portanto, quando morto, fica como se estivesse “dormindo”.
III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
A morte é, sem dúvida, um absurdo, porque não se encontra no plano original de Deus, mas ela não é o fim da existência,  muito pelo contrário, é apenas o início da eternidade.
1. Esperança, apesar do luto. Embora o salvo tenha grande esperança e alegria ao morrer, os demais que ficam não deixam de lamentar a partida dele. Sendo um ente querido, a dor é ainda maior, mesmo que essa pessoa não seja crente (o que, aliás, aumenta ainda mais a dor para o cristão, por saber que esta separação é definitiva). Quando Jacó faleceu, por exemplo, José lamentou profundamente a perda de seu pai. O que se deu com José ante a morte de seu pai é semelhante ao que acontece a todos os crentes, quando falece um seu ente querido(ver Gn 50:1). Mas, apesar do luto, há uma esperança.
O apóstolo Paulo ao ensinar os cristãos de Tessalônica acerca da morte física não admitia que os crentes tessalonicenses a encarassem da mesma maneira que os demais que não tinham esperança, que não tinham a compreensão do significado da morte física para o salvo. Disse ele: “Não quero que sejais ignorantes acerca dos que já dormem para que não vos entristeçais como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13). O apóstolo sabia que a tristeza era natural aos que ficavam vivos diante de uma morte. Não havia como deixar de sentir tristeza diante da separação de um irmão em Cristo, mormente numa igreja onde havia tanto amor fraternal como a de Tessalônica.
Jamais se pode exigir de um crente que não sinta tristeza numa ocasião fúnebre, pois, além da tristeza própria de cada um, sentimos, em situações como esta, a tristeza de todos os que nos cercam, num ambiente que aumenta, ainda mais, a tristeza, tanto que Jesus, mesmo sabendo que ressuscitaria Lázaro, chorou diante do clima fúnebre quatro dias depois do sepultamento de Lázaro. Se Jesus chorou, quem somos nós para não nos entristecermos diante disto?
Sentimos tristeza quando alguém querido se separa fisicamente de nós porque somos humanos e isto é perfeitamente natural, não residindo aí a diferença entre o crente e o ímpio. O apóstolo enfatiza que a tristeza do crente, embora natural e perfeitamente compreensível, não pode ter o mesmo sentido da tristeza do ímpio e é este sentido, este significado que faz a diferença entre uma e outra. “Não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança”. O crente fica triste quando alguém morre, mas não pode agir como os ímpios, que não têm esperança.
A distinção entre a tristeza do crente e a tristeza do ímpio em ocasiões fúnebres está naesperança que tem o crente de que, além da morte física, existe uma eternidade de delícias com o Senhor, existe uma plenitude da vida eterna que já começamos a gozar aqui. O crente sabe que, com a morte física, há tão somente uma passagem para uma comunhão mais perfeita com o Senhor, é uma etapa a mais na caminhada rumo à glorificação, quando, então, no dia do arrebatamento da Igreja, tanto mortos quanto vivos, que agora são filhos de Deus, terão manifestado o que haverão de ser, pois, quando Cristo Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é O veremos (1João 3:2). Sabendo disso, temos conforto e consolo face à promessa de nos reunirmos, num corpo glorioso e transformado, com o Senhor naquele dia em que seremos glorificados.
Portanto, quando estivermos diante de uma ocasião fúnebre de um servo do Senhor, não devemos nos desesperar, como é costumeiro ocorrer quando se trata da morte de ímpios ou da reação deles diante da morte de entes queridos, como estava acontecendo em Tessalônica, mas, pelo contrário, ainda que entristecidos, porque humanos somos, temos de nos consolar e nos confortar com a esperança que temos de que Jesus virá buscar a Sua igreja e que, vivos e mortos, serão reunidos nos ares e se encontrarão com o Senhor, para vivermos uma plenitude de comunhão com Ele.
A morte física do crente, portanto, não é apenas um motivo de tristeza, mas uma fonte de esperança e de estímulo e incentivo em seguirmos ao Senhor até o fim com fidelidade e santidade.
2. A morte de Cristo e a certeza da vida eterna. A grande diferença entre a fé cristã e as demais crenças que o homem tem é o fato de que Deus provou a verdade do evangelho e do perdão dos pecados em Cristo Jesus por intermédio da morte e ressurreição de Jesus. O apóstolo Paulo disse que a fé cristã seria vã, seria vazia, não teria qualquer sentido se Cristo não tivesse ressuscitado(cf 1Co 15:14). O túmulo vazio é a principal e a irrefutável prova de que Cristo é a verdade, que Seu sacrifício foi aceito por Deus e tem poder para reconciliar a humanidade com o seu Criador.
Jesus ressuscitou, ou seja, morreu mas reviveu, e reviveu num corpo glorioso, um corpo que não estava submetido às leis da natureza, tanto que ingressou em local onde as portas e janelas estavam fechadas no cenáculo em Jerusalém; desapareceu após abençoar o alimento em Emaús e subiu aos céus, desafiando a gravidade no monte das Oliveiras. A ressurreição de Cristo é a comprovação de que Deus irá, também, ressuscitar os crentes que tiverem morrido até o dia do arrebatamento da Igreja, pois Jesus prometeu que todos os Seus com Ele viveriam para sempre nas moradas celestiais que Ele haveria de preparar(cf João 14:1-3).
3. A morte: o desfrutar da vida eterna. A vida não consiste apenas do breve percurso entre o berço e a sepultura. Há uma dimensão transcendental na vida. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e temos uma alma imortal. Nossa vida não se milita apenas a este mundo. O sepulcro frio não é o nosso destino final. Nossa existência não se finda com a morte. O maior bandeirante do cristianismo, o apóstolo Paulo, disse que se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens(1Co 15:19). A crença de que somos apenas matéria, e de que tudo em nossa vida não passa de reações químicas, leva-nos ao desespero. A falsa compreensão de que não existe vida depois da morte, e de que a morte tem o poder de pôr fim à existência carimbada pelo sofrimento, tem levado muitos indivíduos  a saltar no abismo do suicídio em busca de um alívio ilusório.
Na verdade, a morte não põe um ponto final na existência(Lc 16:22,23). Do outro lado da sepultura, há uma eternidade de gozo ou sofrimento, de bem-aventurança ou tormento. Depois da morte, há dois destinos eternos: Céu ou Inferno. Podemos descrer ou negar isso, mas não invalidar essa verdade.
CONCLUSÃO
“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos”(Salmo 116:15). A Morte do justo é de grande valor para Deus. É a ocasião em que é libertado de todo o mal, e levado vitoriosamente desta vida ao Céu. Para os salvos, a Morte não é o fim da vida, mas um novo começo. Neste caso, ela não é um terror (1Co 15:55-57), mas um meio de transição para uma vida plena de felicidade eterna. Para o salvo, morrer é ser liberto das aflições deste mundo (2Co 4:17) e do corpo terreno, para ser revestido da vida e glória celestiais (2Co 5:1-5).
Em fim, para o crente a Morte é a entrada da Paz (Is 57:1,2) e na glória (Sl 73:24); é ser levado pelos anjos “para o seio de Abraão” (Lc 16:22); é ir ao “Paraíso” (Lc 23:43); é ir à casa de nosso Pai, onde há “muitas moradas” (João 14:2); é uma partida bem-aventurada para estar “com Cristo” (Fp 1:23); é ir “habitar com o Senhor” (2Co 5:8); é um dormir em Cristo (1Co 15:18; cf João 11:11; 1Ts 4:13); “ é ganho...ainda muito melhor” (Fp 1:121,23); é a ocasião de receber a “coroa da justiça” (ler 2Tm 4:8).

lição 3

INTRODUÇÃO
I - O QUE É A MORTE
II - A VIDA APÓS A MORTE
III - MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
CONCLUSÃO
OS EFEITOS DO PECADO
Por Norman Geisler
OS EFEITOS DO PECADO SOBRE ADÃO E EVA
Deus criou os primeiros seres humanos em um estado de perfeição (vide capítulo 1). Uma das perfeições que Deus nos concedeu foi o poder do livre-arbítrio (vide capítulo 2). Adão e Eva fizeram uso desta liberdade para desobedecer a Deus (vide capítulo 3). O que seguiu-se a este mau uso da liberdade humana (o livre arbítrio) foi um estado de pecaminosidade, do qual não podemos escapar e reverter sem o auxílio divino (vide capítulo 4).
Como veremos neste capítulo, a desobediência do casal original trouxe a morte ao mundo. Existem três tipos de morte: a espiritual, a física e a eterna. Adão e Eva morreram espiritualmente no momento em que pecaram. Eles também começaram a morrer fisicamente naquele mesmo dia. Caso Adão e Eva não tivessem aceitado a provisão de salvação oferecida por Deus, teriam também, em algum momento, morrido eternamente, o que significaria uma separação perpétua de Deus.
A Morte Espiritual
A morte é a separação de Deus, e a morte espiritual é a separação espiritual de Deus. Isaías declarou: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). No instante em que Adão pecou, ele experimentou o isolamento espiritual de Deus; isto fica evidenciado pela vergonha que ele sentiu a ponto de se esconder do seu Criador.
Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. (Gn 3.7,8)
Todo descendente de Adão - toda pessoa nascida de pais naturais desde o tempo da Queda - também está espiritualmente morto.
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados […] Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos). (Ef 2.1,4-5)
Jesus também disse a Nicodemos:
Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus […] aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo. (Jo 3.3,5-7)
O novo nascimento do que Jesus falava é o ato da regeneração, pelo qual Deus transmite a vida espiritual para a alma do crente (1 Pe 1.23). Paulo também toca no assunto:
[Ele] nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. (Tt 3.5-7)
Sem esta regeneração, todo ser humano está espiritualmente morto nos seus pecados.
A Morte Física
Depois de criar Adão: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17). No exato momento em que Adão tomou parte no fruto proibido, ele começou a morrer fisicamente, apesar da mentira de Satanás de que ele não morreria (cf. 3.4).
A morte física é o resultado inevitável do pecado de Adão não somente para si mesmo, como também para todos os seus descendentes naturais (à exceção de Cristo).
Pelo que, como um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir [Jesus]. (Rm 5.12-14)
A Morte Eterna
Se Adão não tivesse aceitado a provisão de salvação por Deus (Gn 3.15-24), ele teria, em algum momento, experimentado o que a Bíblia chama de “segunda morte”, que é a separação eterna de Deus. João escreveu sobre ela nas seguintes palavras: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.14-15). Todos os que nascerem somente uma vez (fisicamente), haverão de morrer duas vezes (física e eternamente). Contudo, todos os que nascem duas vezes (física e espiritualmente) morrerão somente uma vez (fisicamente). Jesus disse: “Todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá” (Jo 11.26).
Texto extraído da “Teologia Sistemática: Pecado, Salvação, A Igreja, As Últimas Coisas”, editada pela CPAD.

sexta-feira, 6 de julho de 2012


Texto Bíblico: Is 38.1-8
INTRODUÇÃO
I - A ORIGEM DAS ENFERMIDADES
II - AS DOENÇAS DA VIDA MODERNA
III - O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO
ORIGEM E NATUREZA DA ENFERMIDADE
Por Vernon Purdy
Onde o sofrimento humano teve sua origem? Já fazia parte do plano de Deus, ou foi resultado de alguma coisa que contradizia a intenção divina para com a criação? A Bíblia, no sentido global, ensina a segunda posição. Não se quer dizer com isto que Deus não antevia a possibilidade do sofrimento. Muito pelo contrário. A Bíblia expressa claramente que Ele o levara em conta: Jesus Cristo é o Cordeiro “que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Deus não foi tomado de surpresa.
A questão que se nos apresenta, de máxima importância, é se foi o próprio Deus quem determinou que houvesse o sofrimento humano. A Bíblia deixa claro que não. O sofrimento humano é consequencia da queda de Adão, não da vontade de Deus. Deus condena a maldade humana. Adão, nosso representante no Jardim, trouxe a condenação a todos nós, ato que não surgiu da volição de Deus, mas da vontade do homem. O desejo de Deus é certamente abençoar a sua criação, e não prejudicá-la (Gn 12.3; Tg 1.17).
Essa última verdade bíblica indica, então, a origem do sofrimento humano: nossa condição de caídos no pecado. A culpa recai sobre Adão e seus descendentes, e não sobre Deus. James Crenshaw indica que, no Antigo Testamento, a questão não era teodiceia [gr. Theós, “Deus” e dikê, “justiça”] - ou como podemos afirmar que Deus é justo -, mas “antropodiceia” [do grego antropos, “homem” e dikê, “justiça”] - como podemos justificar os seres humanos.
A Queda foi o resultado da rebelião de Adão, catastrófica em seus resultados e cósmica nas suas proporções. O mundo, no seu estado edênico, desconhecia o sofrimento humano. E, nos novos céus e nova Terra de Deus, o sofrimento tampouco subsistirá. O sofrimento é fundamentalmente contrário à vontade de Deus.
Alguns talvez argumentem que o sofrimento não existiria se não fosse da vontade de Deus. Há duas respostas para refutar esse argumento. A primeira é que o sofrimento existe sob os auspícios do reino justo de Deus, que o tolera mesmo sem ter sido elaborado ou desejado por Ele. A segunda é que existem neste mundo muitas coisas, tais como o próprio pecado, também provisoriamente toleradas por Deus.
Porém, assim como a Bíblia informa que virá o tempo em que o pecado será vencido para sempre, prediz também o tempo em que o sofrimento humano não mais existirá (Ap 21.4). O fato da existência do pecado e do sofrimento não indica serem da vontade de Deus. Embora Deus tenha optado por permitir a existência do pecado e da enfermidade, ambos são contradições fundamentais à intenção divina para com a criação. O mundo e tudo quanto nele existia era, segundo o testemunho mais antigo das Escrituras, “muito bom” (Gn 1.31). Não há fundamento bíblico para se supor que o desejo de Deus fosse o de uma criação contorcendo-se pelas dores da Queda. Tais agonias foram provocadas pelo ser humano, e Deus foi ao extremo para corrigir esse estado, por meio de um plano de redenção.
O domínio dos poderes das trevas também afeta a realidade presente do sofrimento. Herman Ridderbos diz que “não somente o pecado, mas também o sofrimento, a opressão, a ansiedade e a adversidade pertencem ao domínio de Satanás” (ver 1 Co 5.5; 2Co 12.7; 1 Ts 2,18; 1Tm 1.20). A experiência presente do universo criado deve-se não à vontade de Deus, mas “ao fato de o cosmo ser o mundo virado contra Deus”.
Embora não devamos nos basear em documentos extrabíblicos como fonte de doutrina, alguns demonstram com muita clareza que o próprio Judaísmo sustentava ser o sofrimento humano consequencia da rebelião do homem, e não da vontade divina: “Embora as coisas tenham sido criadas na sua plenitude, foram corrompidas quando o primeiro homem pecou, e não voltarão à sua condição ideal antes da vinda de Ben Perez [o Messias]” [Enst Kasemann, Commentary on Romans, trad. e ed.
Geoffrey W. Bromiley (Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans, 1980), 233. “Gênesis Rabbah” 12.6, Midrash Rabbah, Rabbi H. Freeman, trad.]. Este texto demonstra claramente as expectativas messiânicas do povo judaico nos tempos de Jesus. Não admira que seus milagres suscitassem tanta emoção e admiração. Eram os sinais do Messias, que restauraria o mundo caído, bem como os seus habitantes. Os milagres de cura, operados por Jesus, revelam que o desejo de Deus é restaurar, tanto física quanto espiritualmente, a humanidade arruinada.
Texto extraído da “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal“, editada pela CPAD.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

LIÇÃO 2


3º Trimestre de 2012                                                                                  Comentado por: Aux. Ofic. Eliel Barbosa
 Lição 2: A enfermidade na vida do crente                                                                             Data: 8 de Julho de 2012
Doença (do latim dolentia, padecimento) designa em medicina e outras ciências da saúde um distúrbio das funções de um órgão, da psiqué ou do organismo como um todo que está associado a sintomas específicos. Pode ser causada por fatores externos, como outros organismos (infecção), ou por disfunções ou mal funções internas, como as doenças autoimunes.
A PRÁTICA DA MEDICINA NA PALESTINA. A comunidade medica da palestina era constituída de médicos altamente capacitados, mas também de magos e charlatões. O doente que precisasse de assistência poderia receber desde um atendimento excelente ate uma porção mágica ou mesmo veneno. É por causa disso que o povo do novo testamento tinha as mais diversas opiniões sobre os médicos.
O ALTO INDICE DE EMFERMIDADE NOS TEMPOS DE JESUS. Quem deseja-se praticar a medicina teria muitas oportunidades para isso, pois doentes não faltavam. Jesus constantemente assediado por uma multidão de paralíticos, aleijados, cegos, enfermos, pessoas com distúrbios mentais ou outros problemas sérios. Muitas dessas enfermidades eram incuráveis e altamente contagiosas.
Sempre que cristo chegava a uma cidade, o povo do lugar lhe trazia os familiares e amigos doentes (mc 6.56). Eles enfileiravam esses enfermos nas praças e ruas. Era o grito de socorro de uma população que padecia graves sofrimentos físicos (mt 8.16;mc.1.34;6.13;lc.4.40) A ciência medica ainda se achava bastante limitada,e não conseguia acompanhar o constante aumento de doenças.
OS MÉDICOS. Algumas pessoas apreciavam os médicos e tinha grande estima por eles. Outras, porem, achavam que eram os piores criminosos da terra. Por isso, os rabis criavam provérbios a respeito dessa classe. Uns desses provérbios eram um seguinte: Todos os médicos, ate os melhores, mereciam a Geena (inferno)”. Outro dizia: Não more numa cidade governada pelo um médico”.
Jesus citou um provérbio muito popular, também relacionado com a classe medica. Disse que provavelmente as pessoas lhe diriam: ”Médico, cura-te a ti mesmo”. (Luc. 4.23). Esse dito não era apenas conhecido entre os judeus, mas também entre os gregos e chineses. Obviamente trata-se de uma atitude cética de quem se volta para o médico e lhe diz que seu medicamento é bom, ele deve aplicá-lo a si mesmo, assim talvez outros se disponha a experimentá-los.
Outra menção negativa da classe medica no novo testamento é a que encontramos em marcos 5.26. Ali temos a historia de uma mulher que padecia de uma hemorragia há doze anos, e os médicos não tinha conseguido deter o sangramento. Diz a Bíblia que ela havia sofrido muito na mão de muitos deles, os quais além de não curá-la, ainda havia levado todo seu dinheiro. O evangelista Lucas que também era medico (cl 4.14) relata o mesmo fato, mas omite essa aparente critica a classe medica.
A ENFERMIDADE DA VIDA DO CRENTE. Em uma época em que a teologia da prosperidade e sua progenitora, a confissão positiva, prosperam no meio evangélico, é comum encontrarmos ainda crentes que se questionam que se é mesmo possível um cristão genuíno, sofrer enfermidades. Entretanto as sagradas escrituras são claras quanto a isso: sim, é, mas do que possível. É natural.
Ademais, o pecado dos três amigos de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar- consistia em atribuir as enfermidades e os demais males que sobrevieram a Jó a um suposto pecado oculto do patriarca, por que na teologia equivocada deles, um crente realmente  “sincero, reto temente a Deuse que “desviava-se do mal” não poderia, de forma alguma, ser atingido por tal calamidades. A teologia dos amigos de Jó ainda é muito influente entre muitos cristãos. Portanto sabemos pela palavra que “muitas são as aflições dos justos” (Sl 34.19), mas também pela própria experiência de vida do cristão.  O texto de salmos 34.19 continua “mas Deus os livra de todas elas”, na verdade o que Davi o que Davi estar afirmando claramente é que, em cada provação do justo, o senhor estará com ele preservando-o, guardando-o, fortalecendo-o, animando e lhe dando vitoria. Ou seja, o justo nem sempre se verá livre de experimenta alguma aflição – porem vindo ele a experimentar a aflição, deus certamente estará sempre ao seu lado para fazer com que ele a supere e vença.  No novo testamento o próprio Jesus se opôs (Jo 9.1-5) falou de aflição (Jo 16.33), os apóstolos sofreram varias provações ( At4.1-3; 5.40; 12.1,2; 2 co 11.24-28; Ap 1.9), e o exemplo do espinho de Paulo( 2 co 12.7). e o que dizer de outros grandes cristãos da historia e de muitos cristão sinceros de hoje, que sofreram e sofrem adversidades apesar de sua fidelidade a Deus?
O QUE A BILBLIA DIZ SOBRE OS EFEITOS DA OBRA DE CRISTO NO NOSSO CORPO. A sim com a morte e o sofrimento de forma geral, só passaram a existir no mundo por causa do pecado no universo.  A Bíblia é clara quanto a isso (Gn 3.16-19). A palavra de Deus é categórica ao afirma que , enquanto estivermos neste mundo, o cristão pode e deve ter seu espírito renovado a cada dia em Cristo, mas seu corpo continuara sujeito à “corrupção (1 co 4.16)- isto é a enfermidades e envelhecimento. Mas alguém pode perguntar? “Se o sangue de Cristo nos purifica de todo pecado, o sacrifício de cristo não deveria também redimir os nossos corpos?” R: sim e ele o faz. É o que bíblia chama de “redenção do nosso corpo( Rm 8.23), quando o nossos corpos não estarão mas sujeitos as enfermidades, envelhecimento, morte, limitações e destruição pois serão glorificados. Porém, as escrituras asseveram que essa redenção não ocorre durante a nossa vida terrenal e sim no advento da segunda vinda de cristo (1 co 15.51-55). É importante salientar que durante nossa vida terrena cristo não nos prometeu uma viagem tranquila e sim uma chegada. Ao dizer:  ”No mundo tereis aflições” o senhor estar assegurando que a viagem terá turbulências; e ao concluir com a firmação”, mas tende bom animo eu venci o mundo”, ele assevera  a nossa chegada é certa e segura.  Dai decorre que se algum cristão reivindica diante de Deus uma vida sem sofrimento e enfermidades neste mundo baseado no fato de ter sido salvo em cristo esta simplesmente pedindo algo impossível, querendo transforma a terra em céu, este mundo decaído não é nem poderá ser o céu, ele e tudo que nele há serão  um dia destruído por deus( 2 Pe 3.7-11). Olhemos, pois para as coisas de cima (2 co 4.17; 5.2) entretanto não é pecado pedir bênçãos materiais ao Senhor porem nuca dever ser vista como fins em si mesmas (Jo 6.26,27) mas como bônus, como as “demais coisas” que nos são “acrescentadas” (Mt 6.33) porem dar e acrescenta aquele aquém ele quer pois sua a vontade é perfeita e soberana( Lc 4.25-27) Em síntese,e ao lume das escrituras o cristão deve estar ciente de que: (1) as enfermidades não é uma anormalidade na vida dos servos de Deus; (2) O senhor ainda hoje cura enfermidades; (3) mas isso não significa que ele curara todas as vezes que orarmos pedindo que o faça. A nos, cabe apenas pedir com fé, crendo em sua palavra.
1. A ORIGEM DAS ENFERMIDADES. Uma das trágicas consequências do pecado foi o surgimento das enfermidades. A primeira vez que a Bíblia menciona a palavra dor, relaciona-a ao pecado (Gn 3.16,17). A queda levou o homem a ter o corpo sujeito às enfermidades e à morte física (Gn 3.14-19). Nosso corpo é matéria, e forçosamente é submetido ao processo de degenerações, incluindo as deficiências físicas que dão origem às enfermidades e doenças. Vemos isso no caso de Timóteo (1 Tm 5.23). Docas (At 9.36,37), Lázaro (Jo 11.3) etc. Embora as pessoas espirituais estejam menos sujeitas às enfermidades que as ímpias, finalmente todas adoecem e acabam por morrer. É uma regra sem exerção (Hb 9.27). O processo de envelhecimento é gradual e não para.
Conforme a Bíblia. Algumas enfermidades são de origem maligna. Exemplos: a mulher encurvada (Lc 13.11), o mudo e surdo (Mc 9.20-22) etc. Nestes casos, os demônios atormentam as pessoas, causando-lhes grandes danos físicos (Mt 4.24; 8.16). Contra um verdadeiro cristão, o diabo nada poderá fazer, pois somos templo de Deus (2 Co 6.16). E, pela fé, o Senhor Jesus apaga as setas inflamadas do maligno (Ef 6.10-16).
O caso de Jó ocorreu com a permissão divina. Ele era um homem “sincero, reto, temente a Deu, e desviava-se do mal” (Jó 1.1), e não “havia na terra homem semelhante a ele” (Jó 1.12-19), a saúde (Jó 2.7). Porém, permaneceu fiel a Deus em tudo (Jó 1.20,22), recebendo de volta a saúde, bens e outros filhos (Jó 42.7-17). Deus sempre nos prova com finalidades específicas, visando o nosso bem (Rm 8.18; Dt 8.16).
Algumas pessoas ficam enfermas por não discernirem o corpo de Jesus no ato da Santa Ceia (1 Co 11.19,30). A cura divina tem tripla finalidade: 1) demonstrar o poder de Deus (Lc 5.23,24); 2) confirmar o amor e a compaixão de Deus pelas almas (Mt 9.36; Mc 1.41); 3) e, principalmente, manifestar a glória divina (Jo 9.1-7). Bem como outras enfermidades hereditariedade – doenças que passam de pais para filhos, negligência sanitária, epidemias, excesso de trabalho e barulho, preocupações, drogas, alimentação incorreta, depressão etc.
2AS DOENÇAS DA VIDA MODERNA. Basta ver as grandes filas na Previdência social, ou fazer uma visita a hospital para ver o enorme número de enfermos. Algumas pessoas vivem completamente desesperadas. O quadro é caótico. Apesar do incontestável avanço da ciência, ainda não há cura para doenças corriqueiras como a gripe e o resfriado. Da mesma forma que a pesquisas científicas avançam, novos males aparecem. A humanidade vive assustada, por exemplo, com a gripe aviária que pode tornar-se uma pandemia. As novas doenças são consequência da degradação moral do homem, da destruição do meio ambiente e da vida sedentária que pratica. Cuidar da saúde parece desnecessário quando tudo vai bem, mas o descaso com o corpo deixa sequelas, muitas vezes, irreversíveis.
3. O QUE FAZER DIANTE DA DOR E SOFRIMENTO Mais do que conhecer os limites, as fraquezas e a decadência da condição humana, é preciso saber enfrentar o sofrimento com dignidade, esperança e fé renovada. Todas as pessoas ficam doentes e nem todas as enfermidades são curadas. Mas jamais poderemos transformar os sofrimentos em algo positivo até que os enfrentemos com Esperança, dignidade e espiritualidade.Cultivar uma fé triunfalista e fora da realidade não é a solução. Não podemos pensar que não teremos problemas, mas também não podemos fugir deles.
Como devemos nos portar diante da enfermidade? Como você se sente ao ser atacado pela doença? Você suporta a enfermidade, segundo o exemplo de Paulo, que aprendeu a viver contente e pregar mesmo enfermo? (Gl 4.13,14). Escute, também, a voz do apóstolo, falando aos coríntios, o que também serve de experiência para os crentes dos dias atuais (2 Co 6.4,5).
Viver sem enfermidade é mais do que um desejo do ser humano. Saúde é uma necessidade vital para todos. Mais do que ausência de enfermidade, os homens precisam de saúde. Entenda que não estar doente no físico não quer dizer que a pessoa esteja saudável. Saúde é mais do que apenas não estar enfermo na carne. Enfermidade é tudo aquilo que debilita ou produz fraqueza ou mania, vício e defeito, qualquer desvio do estado normal, incômodo, inquietação ou aborrecimento.
A enfermidade pode levar o individuo a buscar a Deus e receber do Senhor uma revelação impressionante; assim aconteceu com Daniel (Dn 10.16). Através de uma moléstia, Paulo aprendeu a viver mais humilde e perto de Deus. Alguns intérpretes da Bíblia traduzem o “espinho na carne” de que Paulo falava como uma enfermidade (2 Co 12.7). A doença pode  também ser fruto da falta de entendimento da graça de Deus (1 Co 11.28-30).O cristão que confia verdadeiramente em Deus não se desespera diante da enfermidade mas ora pela cura, como Ezequias orou para ser curado. Há poder na oração de homens e mulheres consagrados por Deus para edificação do corpo de Cristo.
BIBLIOGRAFIA:vencendo as aflicoes da vida” ( alexandre coelho e sila daniel cpad); BLOG http://joseaugustodefranca.blogspot.com.br/;WILLIA L. coleman (manual dos tempos e costumes biblicos)