sábado, 7 de abril de 2012

LIÇÃO 02 - A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO
A palavra para Glória no grego é "Doxa" que é aplicada para descrever a natureza de Deus em sua automanifestação, ou seja, o que Ele essencialmente é e faz (Jo 17.5,24; Ef 1.6,12,14; Hb 1.3; Rm 6.4; Cl 1.11; 1Pe 1.17; 5.1; Ap 21.11). Já a palavra grega "Doxazõ" significa magnificar, engrandecer, atribuir honra, exaltar. (Mt 5.16; 9.8; 15.31; Rm 15.6,9; Gl 1.24; 1Pe 4.16). A visão do Cristo glorificado ocorreu quando João estava exilado na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo (Ap 1.9). João diz que foi arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouviu uma voz, como de trombeta, que lhe disse que escrevesse em num livro o que visse, e enviasse às sete igrejas da Ásia. Quando João virou-se para ver quem lhe falava, ele viu sete castiçais de ouro, e, no meio dos sete castiçais, um ser semelhante ao Filho do Homem (Ap 1.10-13). Vejamos, então a descrição joanina do Cristo glorificado e seu significado:
2.1 Ele estava vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro (Ap 1.13). A veste comprida de Cristo era uma vestimenta usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de duas funções. Isto aponta para a dupla função do Filho de Deus, como juiz e sacerdote (2 Tm 4.8; Hb 3.1). O cinto de ouro cingido a altura do peito era também usado pelo sacerdote quando este ministrava no santuário (Ex 28.8,27; 39.5,20).
2.2. Sua cabeça e cabelos eram brancos como a lã e como a neve (Ap 1.14). Certamente a cor dos cabelos de Cristo não significa velhice, pois ele morreu aos 33 anos de idade, e depois ressuscitou em um corpo glorioso e incorruptível, que não envelhece. Assim, a cor branca dos seus cabelos aponta para a sua divindade, santidade e eternidade (Dn 7.9).
2.3. Seus olhos eram como chamas de fogo (Ap 1.14). Os olhos como chamas de fogo fala da onisciência de Cristo, que tudo vê, conhece e perscruta. Diante dEle todas as coisas são nuas e patentes (Hb 4.13). Por isso, nas sete cartas às Igrejas da Ásia, Ele disse: "Eu sei as tuas obras" (Ap 2.2,9,13,19; 3.1,8,15).
2.4. Seus pés eram como latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha (Ap 1.15). Na simbologia profética, os pés como latão reluzente tem dois sentidos. 1º) Fala do sofrimento de Cristo, pois Ele passou pela fornalha do sofrimento, e foi provado no fogo do juízo de Deus, sofrendo até a morte em lugar do pecador (Lc 22.44; Hb 5.7); 2º) Fala do seu poder para julgar. Ele mesmo disse: "É-me dado todo o poder no céu e na terra..." (Mt 28.18); e, o apóstolo Paulo disse: "Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés" (1 Co 15.25).
2.5. Sua voz era como a voz de muitas águas (Ap 1.15). Isso fala do poder irresistível de Sua Palavra e de Sua autoridade. A voz de Cristo é poderosa, infalível e determinante. Isto fica bem claro nas cartas às igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, onde Cristo demonstra a Sua autoridade para elogiar, exortar, repreender, advertir; bem como em fazer promessas aos vencedores, e ninguém pode questionar ou contestar (Ap 2.1-3.22).
2.6. Na Sua mão havia sete estrelas (Ap 1.16). As sete estrelas na mão direita do Senhor são os "sete anjos", ou seja, os pastores das sete igrejas da Ásia Menor (Ap 1.20). Isso mostra o seu cuidado com a liderança da Igreja. Estar nas mãos de Cristo significa estar guardado e protegido (Jo 10:28).
2.7. Da Sua boca saía uma espada de dois fios (Ap 1.16). A espada de dois fios representa a Palavra de juízo que sai de Sua boca. A espada é a única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador, conforme (Ap 19.5). No livro do Apocalipse, Cristo não é apresentado como réu, como nos Evangelhos, e sim, como juiz (Ap 14.7; 15.4; 18.10; 19.2).
2.8. Seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece (Ap 1.16). A visão de João agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido; mas, do Cristo cheio de glória. Observe que as igrejas são castiçais; seus ministros são estrelas (Ap 1.20); mas o brilho do rosto de Cristo é como o sol, que supera o brilho dos candeeiros e das estrelas.

Quando João viu a Cristo glorificado, caiu a seus pés como morto (Ap 1.17). Mas, o Senhor Jesus tinha uma palavra de ânimo para ele: "Não temas; Eu sou o Primeiro e o Último" (Ap 1.17). Com estas palavras, o Senhor Jesus não apenas lembrou a João que Ele estava vivo, mas também estava com ele em meio ao sofrimento. E não apenas isto.
João ainda tinha uma missão a realizar antes de sua morte: "Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer" (Ap 1.19). João o apóstolo da revelação do final dos tempos, contemplou o Cristo Eterno (Ap. 1.17), Ressuscitado (Ap. 1.18-a) e Triunfante (Ap. 1.18-b) e o revelou as sete igrejas da Ásia. E hoje, a igreja de Cristo também é advertida, instruída e confortada com esta belíssima mensagem do Senhor!
1.1. A ENCARNAÇÃO DE CRISTO.
 O apóstolo João inicia o evangelho falando acerca da eternidade de Cristo, o Verbo de Deus (Jo 1.1-3). CF.(gn 1. 3) enviado pelo pai (Jô 3.16) gerado pelo Espírito santo (lc. 1.35) O Cristo  Deus Eterno tornou-se humano (jo1.14; Rm.9.5) O Cristo não deixou sua dinvidade (fl.2.5-11)
HERESIAS SURGIDAS NOS V PRIMEIROS SEC. DA IGREJA CRISTA:
Quanto a sua humanidade: 1.docetismo/2.apolinarismo/3.eutiquianismo
DOCETISMO(do grego δοκέω [dokeō], "para parecer") é o nome dado a uma doutrina cristã do século II, considerada herética pela Igreja primitiva.
Antecedente do Gnosticismo, defendia que o corpo de Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. Esta doutrina é refutada pela Igreja Católica e pelos protestantes com base no Evangelho de São João, onde no primeiro capítulo se afirma que "o Verbo se fez carne". Autores cristãos posteriores, como Inácio de Antioquia e Ireneu de Lião deram os contributos teológicos mais importantes para a erradicação deste pensamento, em especial o último que, na sua obra Adversus Haereses defendeu as ideias principais que contrariavam o docetismo.
A origem do docetismo é geralmente atribuída a correntes gnósticas para quem o mundo material era mau e corrompido e que tentavam aliar, de forma racional, a Revelação disposta nas escrituras à filosofia grega. Esta doutrina viria a ser condenada como heresia no Concílio Ecumênico de Calcedônia.
 APOLINARIANISMO
Apolinarianismo era o ponto de vista proposto por Apolinário de Laodicéia (310 - 390 d.C.), quem tentou criar um modo de explicar a natureza de Jesus, sua humanidade e divindade, segundo o qual Jesus Cristo teria um corpo humano, porém dotado de uma mente exclusivamente divina.
Foi qualificado como heresia, em 381, pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, que definiu a posição ortodoxa de que Cristo seria totalmente homem e totalmente Deus.
Eutiquianismo
Eutiques, monge em Constantinopla, era protegido de Dióscoro, sucessor de Cirilo no bispado de Alexandria. Ele afirmava que a natureza divina absorveu a natureza humana. Cristo teria somente uma natureza após a união, a divina, revestida de carne humana. Posteriormente, após exaustivas alterações, o eutiquianismo, conhecido como monofisismo, foi condenado em calcedônia. No entanto, dizem alguns teólogos evangélicos que, até a primeira metade do sec. V, os ensinos eutiques, que  a principio começou com a afirmação de que o corpo de Jesus Cristo não era idêntico ao das criaturas humana e sim preparado especialmente para a missão que veio cumprir,tornaram populares . A heresia foi repudiada em calcedônia. [RP1]   
1.2 PROPOSITOS DA ENCARNAÇAO

“2. O objetivo da encarnação. Três foram os objetivos da encarnação do Filho de Deus:
1) Consumar o Plano de Salvação que, elaborado na eternidade, foi concretizado na plenitude do tempo (Gn 3.15; Gl 4.4; Ap 13.8);
2) Manifestar o Emanuel (Is 7.14; 9.6) para que, no Novo Testamento, exercesse plenamente os três ministérios do Testamento Antigo: profeta, sacerdote e rei; e:
3) Revelar no Calvário a expressão maior do amor de Deus (Jo 3.16).
O Senhor Jesus, por conseguinte, fez-se Filho do Homem, a fim de que viéssemos a ser filhos de Deus (Jo 1.12). Em sua humilhação, exaltou-nos; em sua morte, reviveu-nos; em sua ressurreição, partilhou-nos sua glória e eternidade.
III - A HUMILHAÇÃO DE JESUS:
A humilhação de Cristo é o mesmo que dizermos sobre Seu abatimento e Sua sujeição.
Foi um período em que Ele, ao esvaziar-se de Sua glória, submeteu-se à condição humana para exercer o Seu ministério terreno.
Foi uma limitação imposta ao Filho de Deus pelo mistério da encarnação. Para tomar a nossa forma, deixou, temporariamente, a Sua glória. Submeteu-se a todas as nossas agruras, fazendo-se em tudo (exceto no pecado) semelhante a nós.
O ápice do estado de humilhação de Cristo deu-se ao ser pregado no madeiro, tornando-se Ele maldito por nossa causa – Fp 2.1-6.
Assim, dentre outras coisas, Jesus, em Sua humilhação, foi…
(1) – Açoitado – Mt 27.26                                           (2) – Amaldiçoado – Gl 3.3
(3) – Blasfemado – Mc 15.29                                     (4) – Castigado – Lc 23.16; Is 53.4
(5) – Condenado – Lc 24.20                                        (6) – Contado com os transgressores – Is 53.12
(7) – Cuspido – Mc 14.65                                            (8) – Escarnecido – Lc 23.11
(9) – Coroado de espinhos – Mt 27.29                       (10) – Crucificado – Mt 27.35
É bom que se diga que, durante a Sua humilhação, Cristo não se esvaziou de Sua divindade, mas, apenas, de Sua glória. Em todo o Seu ministério terreno, permaneceu verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
IV - A EXALTAÇÃO DE CRISTO:
Ato pelo qual Deus-Pai reconduziu o Seu Único Filho, Jesus Cristo, à glória que Este desfrutava junto à divindade, antes do mistério da encarnação.
A exaltação do Senhor Jesus selou, de forma definitiva, Seu ministério, paixão, morte e ressurreição.
No ato da exaltação, dentre outras coisas, Jesus…
(1) – Ressuscitou – Lc 24.34                                                (2) - Foi elevado às alturas – At 1.2
(3) - Foi REVESTIDO de majestade – Sl 93.1; II Pe 1.16  (4) – Assentou-se à destra – Hb 1.3; 8.1     
(5) – Deus O exaltou – Fp 2.9                                             (6) – Todas as coisas estão sujeitas a Ele – Hb 2.8
(7) – Foi coroado de glória e de honra – Hb 2.9              (8) – É o Sustentador de todas as coisas – Hb 1.1-3
(9) – Está vivo – Apc 1.18; 2.8                                            (10) – Venceu – Apc 3.21
(11) – Voltará – Jo 14.1-3; At 1.11
No estado de exaltação, Cristo não recuperou Sua divindade, pois jamais a perdera. Recuperou, sim, a glória que, por um pouco de tempo, havia abandonado por amor à pobre humanidade, por amor a todos nós.









 [RP1]O Concílio de Calcedónia (português europeu) ou Calcedônia (português brasileiro) foi um concílio ecuménico que se realizou de 8 de outubro a 1 de novembro de 451 em Chalkedon, uma cidade da Bitínia, na Ásia Menor. Foi o quarto dos primeiros sete concílios da história do cristianismo, onde foi repudiada a doutrina de Eutiques relativa ao monofisismo e declarada a dualidade humana e divina de Jesus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.

Um comentário:

  1. Paz do Senhor meu Adj. Eliel Barbosa, com seus comentários ficou melhor e mais conteúdo para nossos alunos que DEUS abençoe.

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